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10/06/2021 às 19h41min - Atualizada em 10/06/2021 às 19h23min

Marcas criam coleções em homenagem e apoiam mês do Orgulho LGBTQIA+

Entenda qual é a relação do marketing com as campanhas lançadas no mês de junho

Maria Eugênia Vaccari Padilha - Editado por Larissa Barros
Divulgação

Junho é dedicado à celebração do Orgulho LGBTQIA+ e possui como principal objetivo a luta contra falas ou atos preconceituosos feitos contra pessoas simpatizantes do movimento. Além disso, também serve como um lembrete para que pessoas de diferentes identidades de gênero se orgulhem de quem são.
 

O mês foi escolhido para esta comemoração por causa da Rebelião de Stonewall Inn, em 28 de junho de 1969, quando ocorreu uma série de manifestações violentas de membros da comunidade LGBT, contra a polícia de Nova York, que costumava invadir bares frequentados por homossexuais, com o objetivo de prender essas pessoas. 
 

Após diversos protestos a favor da comunidade, na mesma data do ano seguinte, aconteceu a primeira marcha do Orgulho Gay em Los Angeles, São Francisco, Chicago e Nova York, com o intuito de comemorar a voz que o movimento ganhou a partir da Revolta de Stonewall. 
 

Por esse motivo, todos os anos, o dia 28 de junho marca o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, e durante todo o mês, diversas marcas e pessoas se posicionam a favor do movimento.
 

No primeiro domingo de junho (6), a marca de cosméticos Avon, patrocinou a 25ª Parada do Orgulho LBTQIA+, em São Paulo, trazendo como atração principal a cantora Glória Groove que usou as maquiagens da empresa e transformou influenciadores digitais em Drag Queens com os produtos. Recentemente, a companhia lançou uma coleção da linha Color Trend, de maquiagens com novas cores e embalagens que celebram o mês.

Assim como a Avon, neste ano, outras marcas do mundo da moda, como Havaianas, Vans e Calvin Klein lançaram suas coleções denominadas “Pride”, com a iniciativa de transformar o dinheiro de suas vendas em doações para organizações LGBT. 
 

A empresa brasileira Havaianas, destina 7% do lucro líquido da venda da coleção para a ONG All Out, desde 2020, e afirma que manterá os produtos da linha em seu catálogo permanente. A coleção Pride, conta com meias, sandálias, street bags entre outros itens.


Já a fabricante americana, Vans, através da venda de camisetas, tênis e acessórios estampados com as cores da bandeira LGBTQIA+, e com o dizer “Pride”, está doando um total de USD $200.000 para quatro organizações ao redor do mundo, incluindo o centro brasileiro de cultura e acolhimento LGBT, Casa 1.


A Calvin Klein convidou artistas da comunidade para fazerem parte de sua campanha, e se comprometeu a continuar apoiando a ILGA World, e ajudar o Projeto Trevor, durante dois anos.


Grifes como por exemplo Balenciaga também demonstraram seu apoio. A marca lançou sua coleção pre-fall 2021, trazendo peças como moletons oversized com a frase “Gay Pride” (orgulho gay) e uma camiseta com a bandeira LGBTQIA+. Peças produzidas com materiais sustentáveis.




A Sócia Fundadora da empresa CR Marketing Digital, e estrategista de mídias sociais, Catherine Ribeiro, de 25 anos, mostra que as empresas procuram criar campanhas para o mês de junho com o intuito de humanizar sua marca.

“ De maneira geral creio que a importância de criar campanhas relacionadas a este mês é a humanização e simpatização da marca com a comunidade LGBT+, levando a marca a levantar bandeiras e atingir públicos que desconheciam a marca. Definitivamente assim que levantam a bandeira de temas iguais a este acabam simpatizando com os públicos e atingindo mais clientes”.

A estrategista de mídias sociais também acredita que levantar a causa LGBT pode trazer um novo público para as empresas, que devem se preocupar em como atingir todos que os envolvem, abordando assuntos e criando campanhas que simpatizam com o público descrito.

 

"A criação de personas LGBT+ será de extrema importância antes de uma criação efetiva de marketing. Além disso, mapear onde está localizado o público e se será feito um produto especial para o público escolhido, com certeza, ajudará muito no crescimento da marca, pois a personalização tem sido cada vez mais visada pelos clientes”, afirma Catherine.

O relatório da consultoria britânica LGBT Capital  afirma que, cada vez mais empresas estão tomando consciência do poder de compra que possuem os membros da comunidade. A consultoria fornece dados, que mostram que no ano de 2019, o público LGBT movimentou US$3,9 trilhões globalmente.
 

Tendo conhecimento de tais dados, é possível questionar-se se as empresas criam suas campanhas interessadas somente em fazer vendas, ou se elas realmente se preocupam com a comunidade LGBTQIA+. Catherine Ribeiro aponta que, dentro do mercado existem os dois tipos de empresa, as que realmente abraçam causas e acreditam na bandeira que levantaram, criando temas para auxiliar essas comunidades. Assim como também há aquelas que apenas querem vendas. No entanto, segundo ela, no caso de marcas que querem vendas o sucesso dura pouco.
 

Ainda segundo a estrategista, é possível que as marcas consigam abordar temas delicados e com maior impacto social como o preconceito usando recursos das redes socais, por lives, caixa de perguntas para os usuários e conversando com o público sobre as maneiras que o psicológico é afetado e como ajudá-los.
 

"No marketing digital não são apenas campanhas publicitárias, então neste caso, para atingir o público escolhido, e um tema de alto impacto usamos o Inbound Marketing: Marketing de atração- conteúdos de relevância e que ensinem algo para o público ou entretenha o público de alguma maneira”, conclui a empresária.

 
 

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