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10/06/2021 às 20h29min - Atualizada em 10/06/2021 às 20h17min

O frio das ruas

Além das dificuldades, a intensificação do frio é um desafio a mais para moradores em situação de rua

Karina Almeida - Brenda Freire

Casaco de lã, moletom, meia, calça, blusa de frio e várias cobertas. Para completar, uma sopa e, antes de dormir, um leite quente para espantar o frio. E mesmo com tudo isso, o gelo nas mãos e pés ainda persiste. Infelizmente, essa é uma realidade impossível para muitas pessoas e, principalmente, para as pessoas em situação de rua. 

Com a chegada do frio no Brasil, a população que mais sofre são os moradores em situação de rua. Segundo um levantamento de pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a população em situação de rua cresceu 140% desde 2012, chegando a quase 222 mil brasileiros em março de 2020. Uma estimativa preocupante que indica a vulnerabilidade desse grupo em crescimento em decorrência de diferentes fatores. 

O estudo “Estimativa da População em Situação de Rua no Brasil” utilizou dados de 2019 do censo anual do Sistema Único de Assistência Social (Censo Suas). A análise revelou que a maioria dos moradores em situação de rua (81,5%) está em municípios com mais de 100 mil habitantes, principalmente das regiões Sudeste (56,2%), Nordeste (17,2%) e Sul (15,1%). A atual crise sanitária trouxe consigo diferentes consequências sociais, o que agravou ainda mais a situação que já era alarmante. 

Além das dificuldades com relação às necessidades e recursos básicos, as pessoas têm de enfrentar outro desafio: o frio. Sem paredes ou condições de buscar locais quentes, a intensificação do frio  é mais um desafio à sobrevivência. A solução é improvisar. Não é incomum a utilização de jornais, papelão e, até mesmo, plástico para se proteger contra as noite e madrugadas frias. 

Uma alternativa para essas pessoas, são as ações emergenciais de prefeituras e os centros de acolhimento geralmente colocados à disposição. Contudo, em 2020 a aglomeração em conjunto com a inadequação das condições sanitárias expôs cada vez mais a população ao perigo acerca da COVID-19. 

Dessa forma, outra solução pode ser encontrada por meio de doações e instituições, como ONGs, que auxiliam essa população. Com essa temperatura, a doação de cobertores, campanhas de doação de roupas e alimentos e ações de entrega e prestação de ajuda são essenciais para a população de rua. 

Um exemplo a ser dado é a ONG “SP Invisível” que conta as histórias e auxilia a população de rua de inúmeras maneiras. A instituição conversa com as pessoas e posta os relatos em sua página no Instagram como forma de dar voz a tal população. As histórias demonstram as dificuldades e desafios de sobrevivência que vão desde o desrespeito, a fome e percorrem até mesmo mortes em decorrência do frio severo na cidade de São Paulo. 
 

Fonte/Reprodução: @spinvisivel


Entre as ações da organização está a “Inverno Invisível”, ação que, com a ajuda de doações voluntárias, entrega kits e moletons para pessoas em situação de rua. No momento, cada kit contém um moletom novo, um kit higiene contra a Covid-19 e uma máscara. A atual meta da ONG é de R$180.000,00, tendo o orçamento dividido entre produção, operação, infra/logística e taxas. 

Cada vez mais, auxiliar as pessoas mais vulneráveis que estão em situação de rua é mais importante. Durante o momento atual e com a chegada do frio, aumenta a necessidade por doações e formas de minimizar as péssimas condições. Nesse sentido, buscar ONGs, Instituições e toda forma de ajudar é uma questão de empatia e respeito à condição humana. 


Assista ao vídeo SP SEM FRIO NA SEMANA MAIS FRIA: 

 



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