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07/06/2019 às 14h37min - Atualizada em 07/06/2019 às 14h37min

Tecnologia e o futuro do trabalho

Novas tecnologias estão transformando o mundo do trabalho

Manoel Paulo
Freepik
O mundo que nós vivemos está passando por uma grande transformação, na indústria, serviços e na forma que nos relacionamos com as pessoas, isto é chamado de Indústria 4.0. Este conceito surgiu em 2011 na Feira de Hannover e defendido por empresas da área de tecnologia.

Na Indústria 4.0 ou 4ª Revolução Industrial ocorre a descentralização do controle de processos produtivos e a proliferação de dispositivos inteligentes interconectados, por toda a cadeia produtiva.

“Estamos entrando na quarta revolução industrial e, isso certamente mudará muito fortemente a sociedade e o mercado de trabalho como conhecemos hoje. Muitas profissões deixarão de existir, assim como muitas outras precisarão ser criadas”, disse Alexandre Pierro, consultor de gestão e inovação da empresa PALAS.

O impacto já é sentido da mesma forma que a internet impactou em seu surgimento, como no comércio eletrônico, nas comunicações pessoais e nas transações bancárias.

Os apps de serviços

Pode-se afirmar que a mudança na Indústria 4.0 começa com o surgimento do iPhone em 2007, chamado de smartphone, ele revolucionaria como a humanidade interage com o mundo por meio de um aparelho que cabe no bolso. Transações bancárias, jogos, mensagens e muito mais.

“O aplicativo que no geral está associado ao equipamento celular que a gente usa, portanto, é um equipamento pode associar informação e comunicação em tempo real sem conexão física. Isso é uma mudança radical”, disse Clemente Ganz Lúcio, sociólogo e diretor técnico do DIEESE.

O aplicativo tem uma força enorme hoje, tudo está ao alcance dos nossos dedos, é só tocar em uma tela e o mundo se abre para você, e a grande mudança veio com o aplicativo Uber.

O Uber foi lançado em 2010 e trazendo consigo uma nova forma de pedir transporte parecido com o conhecido táxi. Com aportes de milhões de dólares desde seu lançamento, o serviço ganhou o mundo, junto com as brigas com taxistas que viam seu reinado ameaçado. Não era mais necessário ter autorização da prefeitura para ser taxista e toda a burocracia existente. Bastava ter um carro, um smartphone e pronto, você estava tendo uma renda.

Com o Uber e apps parecidos de transportes, outros aplicativos surgiram com objetivo semelhante e assim o trabalho ganhou um novo termo, a uberização. Surgiram iFood, Rappi, Yellow, entre tantos outros, que basta ter um celular e um cartão de crédito para usar o serviço.

“O uso dessa tecnologia está se espalhando, porque ela vem incorporada nos aparelhos que todos tem hoje, o celular, e essa tecnologia permite o uso das informações que o celular permite e reorganiza toda a cadeia de produção”, explicou Clemente.

Mas essas tecnologias trazem alguns agravantes. O primeiro é a substituição do trabalhador por máquinas e algoritmos e o outro é a insegurança e para quem a pessoa está trabalhando.

Quem faz entrega pelo iFood está trabalhando para quem? O dono do estabelecimento ou iFood? Como fica no caso de um acidente em serviço. Quem responde por isso? São perguntas que ainda não foram respondidas e levará para um debate jurídico sobre o mesmo.

“A tecnologia significa criação de oportunidade e situações de trabalho que eram inimagináveis e ela vai obrigar que nós pensemos como esse trabalhador realiza essa atividade e como a gente protege”, falou Clemente.

É fato que essas tecnologias trouxeram novas oportunidades de renda. Quantos motoristas do Uber que ficaram desempregados e hoje tem no aplicativo a sua renda e sem ela estaria em uma situação bem difícil hoje.

Para Clemente, as novas tecnologias significam “mudanças radicais que gerarão oportunidades de ocupação, muitas vezes ou grande parte delas informais, precárias, instáveis, inseguras, mas do outro lado, provavelmente serão as ocupações que existirão”.

“Parte do que a gente conhece como emprego seguro, estável, com carteira de trabalho assinado e contratado por uma empresa tende a rarear, e cada vez mais essas formas flexíveis tende a ganhar espaço, porque em parte a tecnologia vai substituir a força de trabalho especialmente na indústria aonde ela mais avança e vai gerar múltiplas oportunidades para múltiplas atividades, muitas delas substituindo as atividades que nós fazemos em casa”, afirma Ganz Lúcio.

Até o momento falamos do que está ocorrendo agora, mas outras formas de tecnologia poderão ser usadas o ser humano não será mais necessário, o que inclui carros autônomos e drones.

Na primeira opção, os carros autônomos substituirão os motoristas do Uber, ou seja, muita gente que hoje depende deste serviço para ter a sua renda, não terá mais ou os drones fazendo entregas para o iFood e Rappi, como explica Alexandre Pierro:

“Muito em breve, os prestadores de serviços do iFood e da Rappi serão substituídos por drones. E eles vão encontrar outro serviço para fazer. A única coisa que não cabe para o futuro é o apego e a lamentação. Somos seres adaptáveis e vamos nos adaptar ao que o futuro nos apresentar. Só precisamos deixar a resistência de lado. Uma pessoa que está entrando no mercado de trabalho agora, com 18 anos, vai ter entre três e cinco profissões ao longo de sua vida. E está tudo bem.”
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