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25/06/2021 às 14h56min - Atualizada em 25/06/2021 às 14h55min

Dia do cinema brasileiro: O surgimento do cinema no Brasil

Conheça um pouco da trajetória que deu início ao fenômeno do cinema nacional dos dias de hoje

Gabriela Gutierrez - editado por Larissa Nunes
Ilustração – divulgação/ site evidenciador

No dia 9 de junho, é celebrado o Dia do Cinema Brasileiro, data que mantém viva a memória desse marco na história do país, porém como quase tudo na história do Brasil, a chegada da sétima arte em território brasileiro foi marcada por limitações e incertezas. O cinema nasceu em 28 de dezembro de 1895, na França do século XIX, quando os irmãos Auguste e Louis Lumiére, fizeram a primeira exibição de uma série de curtas, estreando o mais novo invento da dupla, o cinematógrafo.


Irmãos Lumiere e o cinematógrafo (Imagem Reprodução)
 

Nesse período, a fotografia já tinha dado passos largos e até mesmo testes de projetores de imagens com movimento, como o cinetoscópio, já haviam sido realizados. Porém, a máquina dos irmãos Lumiére chamou a atenção na época por sua capacidade de projeção em tela, sendo capaz de filmar, copiar e exibir os filmes da forma que conhecemos hoje.

Com os grandes avanços, o Brasil recebeu sua primeira sessão cinematográfica no ano seguinte ao nascimento do cinema. Em 08 de julho de 1896, no Rio de Janeiro, o itinerante belga Henri Paillie, projetou cenas animadas para uma parte seleta da elite carioca com o seu ominiógrafo. Os jornais da época registraram o ocorrido e pontuaram algumas falhas nas projeções, que para muitos especialistas, se explica pelas péssimas condições do serviço de energia elétrica no Rio de Janeiro naquela época, já que o Brasil ainda era um país muito agrário.

Apesar disso, a data em que hoje se celebra o Dia do Cinema Brasileiro foi instituída em homenagem a Affonso Segretto, o italiano responsável por realizar a primeira filmagem em solo nacional que só veio acontecer dois anos depois, quando desembarcava no país em 19 de junho de 1898. A bordo do navio “Brésil’, o italiano gravou sua chegada, fascinado com a beleza da Baía de Guanabara na manhã de um domingo ensolarado, o que viria a ser o primeiro registro cinematográfico realizado em terras tupiniquins.


Affonso Segretto (Imagem Reprodução)

As gravações brasileiras que eram realizadas nesse período eram em sua grande maioria de caráter documental, em cerimônias das grandes famílias brasileiras, que pagavam cinegrafistas para registrarem esses grandes eventos. No entanto, o Brasil só passou a ter salas de cinemas aproximadamente a partir do ano de 1907, com a melhora do fornecimento de energia elétrica, o que impulsionou esse mercado. Assim, houve também um crescimento das produções cinematográficas no país, que deixaram de ser apenas documentais.

O país começou a investir em adaptações e reconstituições históricas, literárias, religiosas e jornalísticas. O primeiro grande exemplo nasceu em 1908, com a produção de Antônio Leal, "Os Estranguladores", que narra um crime que chocou a população da época e reconstitui uma cena bastante popular dos noticiários, o que chamou bastante a atenção do público. O filme é considerado a primeira ficção e o primeiro longa-metragem brasileiro.


Os Estranguladores de António Leal e Francisco Marzullo (Imagem Reprodução)

No entanto, essa bela época da sétima arte no Brasil não durou muito tempo. Com a chegada da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos consolidaram de maneira estratégica uma forte indústria cinematográfica que conseguiu bater nas produções europeias e começaram a espalhar suas produções pelos cinemas de todo o mundo. Então, livres de taxas alfandegárias, as produções norte-americanas passaram a dominar as salas de cinema do Brasil e a enfraquecer a produção local.

O Cinema novo

Em um novo momento, a sétima arte voltou a ganhar força no país durante a ditadura militar, com a criação da Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes) em 1969. Apesar da restrição de conteúdo, foi a iniciativa estratégica das forças armadas que retomou os planos de fazer a produção brasileira crescer no exterior. Desse modo, o Brasil voltou a reproduzir longas-metragens encenando momentos marcantes da literatura e cultura nacional. Uma das grandes produções desse período que marca a retomada do cinema brasileiro é o clássico "Dona Flor e seus dois maridos".


Empresa Brasileira de Filmes, de 1969 (Imagem Reprodução)
 

Algumas décadas depois seguido da crise de 1980, no governo Collor todos os órgãos que ajudavam a manter a produção nacional foram extintos (Embrafilme, o Ministério da Cultura, concine e outros). Com a queda, em 1992 apenas 3 filmes brasileiros foram lançados nesse ano, sendo um em inglês. 

Uma nova era

Anos depois desse período turbulento e desanimador, surge a Globo Filmes que reposicionou o cinema nacional em quase todos os segmentos. Esse retorno ficou marcado pelo lançamento do filme "Central do Brasil", que foi responsável por inserir novamente as produções tupiniquins na indústria cinematográfica mundial. A reestruturação se deu início em 2003 e perdura até os dias de hoje, com uma indústria nacional mais consolidada e fértil.


Globo Filmes, de 1997 (Imagem Reprodução)
 

 

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