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13/07/2021 às 17h23min - Atualizada em 12/07/2021 às 19h35min

Federação Nacional de Natação nega o uso das toucas aquáticas específicas para cabelos afros

Laiz Vaz - revisado por Jonathan Rosa
Primeira mulher negra a representar a Grã Bretanha nas Olimpíadas e parceira da Soul Cap. (Foto: Reprodução: Soul Cap)

Na semana passada a Federação Nacional de Natação (FINA) negou o pedido da certificação das toucas aquáticas específicas para cabelo afro (tranças, dreadlocks, cabelos crespos e cacheados). Segundo a Soul Cap, uma das empresas que produz a touca, com o item os atletas teriam mais conforto durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, que tem início na última sexta-feira deste mês.

 

A FINA usa como argumento para não autorizar o uso da touca que: “elas não seguem o formato natural da cabeça”, e “os atletas que competiram em eventos internacionais nunca usaram ou exigiram toucas nessas proporções”. Porém é válido ressaltar que apenas em 2018 iniciou o comércio da touca própria para cabelo afro e que a Olimpíada deste ano será o primeiro grande evento da modalidade.

 

A fundadora da Associação da Natação Negra, Danielle Obe, disse ao jornal The Guarian, que a decisão da FINA desconsiderou a desigualdade dos sistemas e das instituições desportivas. E também ressaltou que o veto pode desencorajar a entreda de novos atletas negros na modalidade, asentuando ainda mais a falta de diversidade no esporte.

 

A nadadora Kejai Terrolonge também se posicionou a respeito do veto, com o seguinte argumento: Usava toucas menores que todo mundo usa e cabiam na cabeça, mas como eu colocava óleo (protetor) no meu cabelo, quando estava nadando, ela simplesmente escorregava e meu cabelo ficava molhado”. Durante a entrevista a BBC ela também afirmou estar de coração partido com a negativa da FINA, mas não surpresa, por conta da visivel  falta de inclusão de atletas negros.

 

Após a repercussão negativa da decisão da FINA, a federação se manifestou no início da semana passada (05/07), dizendo que o veto poderá ser reconsiderado e que depois de olhar a situação geral entendeu a importância da inclusão e da representatividade. 


A nota afirmou: "A Fina está empenhada em garantir que todos os atletas de esportes aquáticos tenham acesso a trajes de banho adequados para a competição, garantindo que estes itens não configurem uma vantagem competitiva”, mas até o momento não revogou a decisão.


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