Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
24/07/2021 às 23h45min - Atualizada em 24/07/2021 às 21h35min

Crítica: Resident Evil: No Escuro Absoluto | A Maldição das adaptações

Franquia luta para encontrar seu tom nas telonas

Victória Souza - Editado por Ana Terra
Que as adaptações de Resident Evil para os cinemas não tem o melhor histórico nós já sabemos. Mesmo com o retorno financeiro positivo, nem a atuação de Milla Jovovich - que em minha opinião é expetacular - e nem as animações conseguiram atingir a essência dos games. Se antes os fãs reclamavam que os filmes não eram fiéis aos jogos, a nova animação da Netflix que tenta ser idêntica também não agradou. Mas qual é o problema então? Os fãs que reclamam demais ou Resident Evil sofre de alguma maldição em que nunca vai acertar em uma adaptação? Eu diria que nenhum dos dois, e sim que o maior problema é conciliar a experiência imersiva que os games permite com a linguagem visual e menos participativa das telonas.

FICHA TÉCNICA
Em uma série com 4 episódios com duração entre 22-25 minutos, é claro que não seria tempo suficiente para um roteiro bem elaborado e não poderíamos esperar uma trama bem resolvida, mas eles foram espertos em abordar os aspectos políticos. 
 

No início da série vemos um grupo de militares chamados de Cão Ferozes em uma missão no Penamistão. Ao tentar resgatar seus aliados, eles são ordenados a não interferir e seguir em frente. Mesmo assim, eles resolvem forçar um pouso e encontram um soldado ferido e buscam ajuda. Depois desses acontecimentos a série dá um salto de seis anos.


Resident Evil: No Escuro Absoluto, se passa depois dos eventos do jogo Resident Evil 4 e antes de Resident Evil 6, já que o presidente morre no game ao ser infectado e na série ele ainda está vivo. Leon Kennedy é envolvido em uma conspiração envolvendo armas biológicas. Ao ser chamado para uma missão na Casa Branca, acontece um ataque de zumbis e no dia seguinte tudo é encoberto como se nada tivesse acontecido. Depois disso, Leon segue em investigação para encontrar o culpado. Junto com ele está Shen May e Jason -  conhecido também como o herói do Penamistão, ele estava na missão junto com os Cães Ferozes.

 

Claire também está na série, ela trabalha para a ong Terra Save, que ajuda pessoas que foram vítimas de bioterrorismo. Ela está no Penamistão e ao tentar se comunicar com um garoto, descobre que ele é um dos sobreviventes do ataque em estado pós-traumático com um desenho que quando ela olha, se parece com um ataque zumbi, o mesmo que presenciou em Racoon City.


Aqui vemos muitas referências do jogo, e embora era o que queríamos como fã, foi essa dependência de se basear na trama do jogo que ao invés de construírem algo novo, ficou mais do mesmo. A sensação de dejavú e de que tudo aquilo parecia ser repetitivo foi o que desanimou no enredo. A sensação de deixavú se deu também pelos vários flashbacks. A todo momento a mesma cena no penamistão se repetia e mesmo que a cada flashback tivesse um novo detalhe, já estava ficando cansativo. Isso também tirou a necessidade de construir um universo elaborado.

 

Se tratando de adaptação, a franquia Resident Evil tem muito o que aprender. O que precisa ser entendido é que para uma adaptação funcionar, não é necessário depender totalmente da história do jogo, e sim criar algo que se sustente fora dele. Apesar de poucos, há várias adaptações de jogos que deram certo nas telonas, como Final Fantasy: The Spirits Within, que mesmo sendo totalmente diferente do jogo, utilizou vários recursos tecnológicos que fizeram muito sucesso entre os fãs.

 

O final da série ficou bem aberto para uma segunda temporada, e nos resta torcer para que os produtores possar fazer algo melhor, sendo Resident Evil uma franquia muito amada pelos fãs e que estão carentes de um grande trabalho.

Resident Evil: No Escuro Absoluto foi lançado no dia 8 de julho e está disponível na Netflix. A série tem no elenco Nick Apostolides (Resident Evil 2), Stephanie Panisello (Resident Evil 2), Ray Chase (Final Fantasy XV), Jona Xiao (Hightown), Brad Venable (Devil May Cry V) e Joe Thomas (Astral Chain).


REFERÊNCIAS
Demartini; F: Crítica Resident Evil: Infinite Darkness | A escolha pela alhofa. CANALTECH, 2021. Disponível em: <https://canaltech.com.br/entretenimento/resident-evil-infinite-darkness-critica-189545/>. Acesso em: 12 de julho de 2021.
Mattos; G: Crítica: Resident Evil: No Escuro Absoluto, Temporada 1. LEGIÃO DOS HERÓIS, 2021. Disponível em: <https://www.legiaodosherois.com.br/2021/critica-resident-evil-no-escuro-absoluto-temporada-1.html>. Acesso em: 12 de julho de 2021.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »