Uma menina de dez anos, introvertida e tímida, apesar de tudo é sempre sorridente e sonhadora, brincando com suas bonecas imaginando que é uma princesa guerreira, ela é feliz, bem, ao menos foi um dia.
De uma hora para a outra esta garota se torna cabisbaixa, incapaz de olhar nos olhos de qualquer um. Seus sonhos são tomados por medos e já não é tão afetuosa, repleta de abraços como antigamente.
Os pais estranham, mas como se da noite para o dia, ela volta ao “normal”. Palavra questionável, pois algo mudou em sua personalidade, mas não sabem dizer o que seria. “Ela está apenas crescendo, se tornando mais madura” foi a conclusão a que seus parentes chegaram.
Todavia, assim como o ciclo de vida das flores nas estações do ano, a menina de fato amadurece: hoje é uma adulta, se tornou executiva e está bem financeiramente.
Esta mulher - vamos chama-la de “Ashley Patterson”? - conclui que a resposta é simples como olhar para o céu e ter certeza que ele é azul:
"Nunca desejei manter alguém ao meu lado pois não conheci alguém que despertasse meu interesse, e tão pouco preciso disso! Sou feliz sozinha” conclui nossa hoje não mais sonhadora: grande equívoco.
História intrigante, não? Quer saber seu desfecho? Então leia “Conte-me seus sonhos”, obra do autor Sidney Sheldon (1917-2007), conhecido com o título de autor mais traduzido do mundo com mais de 300 mil exemplares em 180 países. Já falamos de outra escrita do autor nesta matéria.
E é com esta obra, reconhecida como a mais inusitada do autor, que um questionamento é feito: nossos traumas são realmente “apagados” de nossas memórias ou traços de sua existência ainda aparecem no cotidiano? Para esse debate convidamos uma psicóloga e neuropsicóloga para trazer seu parecer.
Patrícia é formada há cinco anos e seu trabalho tem foco na ansiedade e desenvolvimento pessoal. De acordo com ela, quando há uma barreira em determinada fase ou característica da vida do indivíduo e não se sabe o motivo - como o caso da protagonista citada acima -, há uma possibilidade de trauma passado a ser identificado:
“A pessoa sente que tem algo de errado, geralmente cria um bloqueio com relação a algo e fica estagnado em alguma área da vida sem saber o porquê.” afirma a profissional.
A mesma até trabalhou com um exemplo onde, com seu paciente, encontrou a resposta em questões que sobrevoavam sua infância, esquecendo como um mecanismo de defesa:
Este “apagão” leva tempo para ser tratado e necessita que o indivíduo esteja confortável para abordar a questão, podendo ela ser física, emocional, entre outros. Sendo usado como mecanismo de defesa:
Muitas das vezes, o que a sociedade aceita como características de uma personalidade forte pode ser uma consequência deste trauma, desejando aparecer para ser solucionado, podendo aparecer também como ansiedade ou depressão. Como dito por nossa convidada:
Para finalizar, nossa profissional guardou um recado para aqueles que se identificaram com o caso e buscam ajuda. Se interessou pela história e deseja saber seu desfecho? Então leia “Conte-me seus sonhos”.