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04/10/2021 às 17h32min - Atualizada em 29/08/2021 às 20h41min

Destacando a cultura do povo preto, Beyoncé causa forte impacto na moda

Ativista, feminista e empoderada, Queen B usa sua voz para colocar em destaque a cultura preta

Gabriella Lima - Editado por Larissa Barros
Produção / Instagram Body representando as rainhas egípcias
Mulher negra, feminista e ativista, Beyoncé é considerada uma das maiores artistas da indústria musical. Ela construiu um legado que é respeitado e aclamado até nos dias de hoje. A cantora não é lembrada somente por sua voz marcante e por suas performances que deixam todos de boca aberta, mas também por sempre colocar em destaque a cultura do povo preto. 

Embora o seu legado tenha sido construído por causa da carreira musical, Queen B ocupa diversos espaços e está presente também no mundo da moda. Com figurinos que contam histórias e possuem reais significados, a diva pop conseguiu ser um relevante quando o assunto é representatividade, cultura e criatividade. 
Dentro disso, em 2016, ela lançou sua própria marca de roupas de ginástica, a Ivy Park. Há cinco anos as peças fazem o maior sucesso, e ganham destaque tanto pela qualidade quanto pela representatividade e diversidade que carrega.

No entanto, vale destacar que a apreciação pela moda não é recente, pois desde criança, esse universo foi introduzido em sua vida. Sua mãe, a figurinista e hairstylist Tina Knowls e sua avó, foram  responsáveis por mostrar à cantora a importância das vestimentas e das produções. E no inicio da sua carreira por não ter condições de comprar peças de grife, a Tina que criava os looks do trio Destiny's Child e desde de então o impactante e poderoso estilo da cantora foi construído, os quais são conhecidos até hoje, mundialmente.

Desde de sempre, percebemos as causas que a empresária apoia, acredita e sempre discute. Mas os seus ideais ficaram ainda mais transparentes com o lançamento da sua marca e o tão aclamado álbum Lemonade. Com isso, é nítido o que estava por traz de seus trabalhos. Ivy Park, é a representatividade de cor, raça, etnia e cultura, com engajamento no  ativismo, mais especifico o ativismo negro.

Para ficar mais claro sua importante influência de
Beyoncé na moda, confiram alguns dos seus impactantes e respeitados trabalhos.

Apeshit

A canção faz parte do álbum Everything Is Love, com a colaboração de seu marido Jay-Z, e o clipe foi gravado no Museu do Louvre, em Paris. A moda tem um papel importante na narrativa que a música passa. No inicio do clipe, as peças em tons pasteis são alguns dos grandes destaques. O modelo usado por Beyoncé é assinado por Peter Pilotto em rosa, cor que é associada á feminilidade.

Em outro momento, a empresária aparece com um vestido em tom de mármore que se mistura com as obras de arte. Bem estruturado e escultural, a criação da estilista Alexis Mabille, é em uma versão mais modernizada que remete a deusa Nice. Em outra cena, ela e Jay-Z aparecem com peças de Versace usando um terno preto e joias douradas, fazendo a mesma pose da musa do quadro Portrait of a Negress, da artista Marie-Guilhermine Benoist, feito em 1800. Uma das pinturas em que um negro não aparece como um escravo - é uma das poucas obras do Louvre que se retrata uma pessoa negra - enquanto a imagem da obra está com uma modesta vestimenta branca, as peças de Queen B são todas adornadas com estilo barroco dourado, mostrando a ascensão da mulher negra.

 


Black Is King

Em 2020, 
Beyoncé chamou atenção do mundo com uma narrativa importante e potente de uma África rica e forte na sua estrutura de ancestralidade. "Black Is King" mostra a realeza e o poder do povo preto.

Neste trabalho, ela colocou em destaque o glamour e luxo negro. De inicio foi um choque para a branquitude que polemizou a música. Essa critica foi dada porque, em geral, os negros são vistos como marginalizados, associados a crueza junto com á pobreza. Mas Queen B mostrou outro lado, que não são é, mas que ela fez questão de enaltecer. Dentro desse projeto, não há somente artistas ou músicos africanos, temos uma rica moda afro que enche os olhos de quem está assistindo.

A diva assina como produtora executiva, direção, roteiro, trilha sonora e trabalha em conjunto com grandes profissionais negros. Além desses grandes nomes da música preta, a moda afro foi muito bem representada e enaltecida. Quem assiste enche os olhos com tanta beleza!

 

 
Spirit

O projeto Black Is King nos trouxe muita representatividade não só na música, mas no contexto na moda. Figurinos que mostram  ancestralidade na cultura preta. E com Spirit não seria diferente. Uma das canções mais forte do álbum trouxe muita belaza e representação da mãe África.

Para mostrar o poder, as raízes, conhecer a história do povo negro e a formação de sua identidade, a artista trouxe referências étnicas fortíssimas.  Essa força foi traduzida na moda como cultura distante e que também evoca etnias e seus aspectos mais primordiais. A empresária trouxe a inclusão das minorias e diversidade cultural: como Macramê e trabalhos artesanais.

Além de peças artesanais, encontramos franjas, plumas e penas, que são trajes históricos e
étnicos. Peças que eram usadas nos rituais de povos primitivos ou das roupas dos íncios americanos. Buscando referências nos anos 20 e 70, período importante onde houve o retorno ás referências étnicas e também orientais. Mas além disso, na década de 70, surgiu o conceito da androginia, que refere-se a dois conceitos: a mistura de característica femininas e masculinas e uma forma de descrever algo que não é nem masculino ou feminino.

Com estes três exemplos importantes diante de uma discografia rica da artista Beyoncé, podemos entender o porquê dela ter um impacto significativo na moda. Pois, ela usa própria imagem para colocar em destaque a represenatividade negra, a ancestralidade, a cultura afro.

Beyoncé sabe usar bem a própria voz para representar a sua cultura e tem grande respeito pelas raízes descritas em seus trabalhos. Queen B é um ícone em todos os sentidos e não é por menos que ela foi eleita pela premiação CFDA fashion Ico Award, em 2016. 

 

 

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