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10/10/2021 às 00h08min - Atualizada em 09/10/2021 às 23h55min

As assombrosas dificuldades que o ensino remoto trouxe junto com o período em que vivemos

Dados do Inep apontam quais os percalços perante o EAD durante a pandemia de COVID-19

Bianca Lourenço - Editado por Maria Paula Ramos
REPRODUÇÃO/FREEPIK/WAYHOMESTUDIO
Desde o início da pandemia de COVID-19 no Brasil, o sistema educacional tem passado por diversas mudanças, impactando diretamente desde alunos à gestores nas escolas e universidades do país. No início não se tinha nada programado, transformando a situação em motivo de desespero, principalmente por parte dos alunos, os quais foram os mais afetados.

A ideia de ensino remoto pode parecer surpreendente devido a praticidade e ao conforto, mas, desde quando esse método de ensino tomou conta do país- e do mundo- tem-se levantado cada vez mais perguntas como: “todos terão acesso a esse método de ensino? Como ficam as pessoas de baixa renda e que não possuem acesso à internet?”

As dificuldades abrangem todas as faixas etárias, prejudicando desde aos alunos ingressantes do ensino básico, como também os alunos de ensino superior. E não podemos esquecer dos professores que não possuem costume e facilidades com equipamentos tecnológicos, os quais se tornaram aliados imprescindíveis para o acompanhamento das aulas durante esse período.

De acordo com o censo escolar divulgado em 08/7/21 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), 99,3% das escolas brasileiras suspenderam as atividades presenciais. Devido à essa suspensão, o término do ano letivo de 2020 teve sua data ajustada, tendo em vista as dificuldades pedagógicas decorrentes da suspensão.

Falando-se dessa suspensão, temos como percentual 90,1% referente às escolas que não retornaram para o presencial no ano letivo de 2020. Na rede federal, o percentual foi de 98,4%; nas municipais foi de 97,5%; nas estaduais foi de 85,9% e por fim, as privadas com o índice de 70,9%. Ainda segundo os dados do INEP, diante de todo o contexto e com os percentuais, 98% das escolas brasileiras adotaram estratégias de ensino remoto.

Trazendo a visão estudantil, a estudante do curso técnico em Nutrição e Dietética pela ETEC Getúlio Vargas, Victoria Loiola de 25 anos, relata as dificuldades que passa em seus estudos EaD. O primeiro ponto que ela aponta são as instabilidades que ocorrem no aplicativo Microsoft Teams, utilizado para assistir as aulas em tempo real:
 

“O que mais atrapalha são as instabilidades no aplicativo: muitas vezes cai, não aparece o conteúdo compartilhado pelos professores ou até mesmo ocorrem erros ao tentar entrar em uma sala.”

 
Outro ponto que a estudante comenta, é que sente falta de ter os professores de forma presencial pois, dessa forma, conseguiriam ter uma melhor comunicação e resolução de dúvidas. Victoria ainda conta que sente falta de aulas práticas, que eram constantes em outras turmas, antes dela iniciar o curso durante a pandemia:
 

“Tudo se tornou difícil, principalmente por ser um curso de Nutrição que exige horas de aulas práticas, que foi o que justamente não tivemos até o momento. Ficaria mais fácil compreender, na prática, como os equipamentos da área são utilizados e muitas outras coisas. No geral, as aulas são boas, mas sinto falta do presencial.”

 
Direcionando a questão do ensino remoto aos professores, o INEP divulgou as seguintes informações: “na rede estadual, 79,9% das escolas treinaram os professores para usarem métodos ou materiais dos programas de ensino não presencial”. Já na rede municipal, o percentual foi menor, sendo de 53,7%. De forma geral, 43,4% das escolas estaduais colocaram à disposição aos docentes equipamentos como computadores, notebooks, tablets e smartphones.
 
Agora, falando em acesso à internet, o levantamento apontou que 15,9% da rede estadual adotaram medidas referente à essa questão; já na rede municipal o percentual foi de 2,2%. Continuando com esse ponto em questão, o atual Governador de São Paulo, João Dória, anunciou em 14/10/20 a distribuição de 750 mil chips de telefone celular para alunos, professores e servidores da rede estadual, garantindo assim, o acesso à internet tanto para o ensino remoto como para o híbrido.
 
Com tudo isso em mente, finalizo lembrando da importância em investir na educação e dar suporte a todos os alunos da rede pública no momento em que estamos vivendo. Sem suporte dos três níveis de Governo -Federal, Estadual e Municipal- não há como ter uma educação de qualidade que, lembrando, é garantida pelo Art. 205, do Capítulo III, Seção I da Constituição da República Federativa do Brasil.
 

 
 
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