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17/10/2021 às 17h17min - Atualizada em 14/10/2021 às 13h17min

Love is Blind: reality show questiona se o amor é cego

Profissionais e afins são convidados para debater sobre o ideal do amor cego

Hellen Almeida - Editado por Andrieli Torres
Amor Cego// Reprodução: Google

Amor: Alguns dizem ser “fogo que arde sem se ver”, outros o identificam como borboletas no estômago e entre as definições mais recorrentes na sociedade, está essa: o amor é um sentimento cego. 

 

Aprendemos em obras literárias, cinematográficas e afins que o amor se trata da junção de todas as definições citadas acima: é um sentimento cego, sabemos ser real quando sentimos borboletas no estômago e nossa alma se acende como um fogo em meio a escuridão. Qualquer sentimento menor que isso não pode ser considerado amor, será?

 

Apresentando Love is blind:

 

Pessoas distintas são unidas em um experimento com um único propósito: encontrar o amor e casar-se, todos os integrantes conversam entre si por horas, descobrindo afinidades e impasses até chegar — ou não — ao pedido de casamento. 

 

Todavia, eles não veem um ao outro, estão em salas distintas e conversam por uma parede, tendo que se contentar com a voz do outro e seus depoimentos, deixando as aparências de lado. Curioso? Pois, este é o reality show Love is blind. 

 

Uma produção dos Estados Unidos criada no início de 2020 e divulgada pelo  serviço de streaming Netflix. O programa foi um sucesso no mundo todo e recentemente ganhou sua versão brasileira, intitulada Casamento às cegas. Onde buscam responder a seguinte pergunta:

 

Afinal: o amor é cego? 

 

Após a sessão de diálogo nas cabines e se verem pela primeira vez para o tão esperado pedido de casamento é hora de curtir uma lua de mel para se conectarem fisicamente e após muito vinho, cachoeiras e amor, é hora de encarar a realidade.

 

Como inserir o amor da sua vida na rotina? Será que aquelas conversas lá do início serão o bastante para manter a relação? Normalmente é aí que os pássaros e fadas param de cantar e os desentendimentos começam, então: o amor cego pode tudo superar? É o que buscamos solucionar nesta matéria com os nossos convidados.

 

 A fantasia idealizada que envolve o amor cego:

 

Quando questionados sobre o significado do amor cego, a cozinheira Thayná Drielli, afirma que para ela, este sentimento não é amor, mas sim paixão, uma fantasia idealizada:

 

"O amor cego é paixão. É o calor do momento, é a idealização em cima das suas expectativas sobre a pessoa. É você ver a pessoa como exemplar da perfeição", afirma.

 

Visão que vai de encontro com o dito pela psicóloga Bruna Telles, quando a mesma fala que se trata de algo idealizado e que pode trazer riscos para a saúde do indivíduo:

 

“O amor cego tende a não enxergar defeitos, falhas e faltas. Por isso, pode levar a quem o sente a fantasiar uma relação que não é real. Pode ser muito angustiante e acabar levando o sujeito a aceitar tudo em prol desse amor que pode até lhe fazer mal", diz a profissional.

 

“Só amor não sustenta uma relação”

 

Quando se cria uma relação com outro, se faz importante dialogar sobre o que se busca naquela relação, para Gustavo Mateus, 21 anos, o essencial para se buscar é “Honestidade, reciprocidade, responsabilidade, dedicação e compromisso”. 

 

Esta conversa é adiada por muitos casais, seja por receio de perder o outro ou ainda, achar desnecessária. Entretanto, a psicóloga e neuropsicóloga Patrícia Souza diz que ela é essencial para alinhar objetivos e saber quando se posicionar e ceder:

 
Apenas amor não sustenta uma relação, muitas vezes existe muito amor entre o casal, mas não existe um alinhamento e objetivos em comum causando muitos conflitos e desentendimentos na relação”, ressalta a neuropsicóloga.
 

Veja outras matérias com Patrícia Souza:
 

 

Riscos e soluções:

 

O estudante Gustavo, afirma que este sentimento apresenta seus riscos, pois com ele podemos desenvolver baixa autoestima, falta de amor-próprio e dependência emocional”. A universitária Dominik aponta a tristeza e a solidão” como maiores consequências.

 

As profissionais afirmam que a terapia pode ajudar o indivíduo a se compreender emocionalmente e também a origem deste amor idealizado, podendo evoluir o sentimento para algo saudável sem as características citadas por Gustavo e Dominik:

 

“A terapia ajuda a entender porque se ama assim e o que essa fantasia representa para si. Muitas vezes retira o sujeito de uma lógica repetitiva do gozo, levando-o a conceber — ressignificar — uma forma de amor real que seja suportável”.

 

“A terapia também tem por objetivo trabalhar o autodesenvolvimento e trazer clareza para a pessoa que nesse momento se encontra muito confusa e fragilizada” afirmam e concluem respectivamente Telles e Souza.

 

Mas para você: o amor é cego?

 

 


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