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26/11/2021 às 09h42min - Atualizada em 26/11/2021 às 09h24min

Louvor à morte: uma história de como vida e morte coexistem

De forma síncrona, morte e vida dialogam

Lara Acioli - Editado por Larissa Bispo
Reprodução

Desde o princípio, o conceito de morte foi algo que fascinou o ser humano e, ao mesmo tempo, também o aterrorizou. Duas faces da mesma moeda, se assim podemos chamar. E falar sobre o assunto pode ser, por vezes, algo difícil. Afinal, isso significa falar sobre a finitude do homem e sobre algo do qual não temos força alguma sobre.   

 

O conceito de morte e vida terá uma definição diferente porque depende de cada pessoa, sua crença e etc. Para alguns, a morte pode significar o fim de uma jornada percorrida; para outros, o início de outra jornada.  

 

Para o espiritismo, a morte significa o fim do corpo físico, mas não do espírito - pelo contrário, a morte não é o fim. 

 

Nas civilizações antigas, a morte possuía diversos significados e ritos próprios. Hoje, a morte está mais ligada ao lado religioso, e com ele todo um misticismo. Mas uma coisa não mudou: ela ainda é algo inacessível, no qual os vivos não sabem sobre.

 

A linha entre morte e vida que é tão tênue, às vezes, se encontram, às vezes se repelem e em outras vezes dançam em uma música síncrona.  

 

Louvor à morte: uma canção a esperança 

 

Para alguns, no entanto, morte não é o fim, e sim uma esperança. E é o que vemos no K-drama “Louvor à morte”. 

 

Com tema delicado e enredo forte, o diretor Park Soo Jin nos acolhe com maestria em uma dança fascinante sobre como o amor e a morte coexistem na vida do casal mais conhecido da Ásia. Ambientada entre os anos 1920 e 1930, durante a ocupação japonesa em solo coreano, o mini drama "Louvor à morte" traz a história de Yum Sin Deok (primeira soprano coreana) e Kim Woo Jim, mesclando com cenas que mostram a submissão cultural da Coreia ao Japão até cenas da realidade de Yum Sin.


A arte os une em vida e em morte. Mas apesar do roteiro girar em torno da devoção de ambos à morte, todos os três episódios possuem apelo maior em como a arte faz com que eles resistam à tirania japonesa, sendo meio de resistência cultural. Uma das cenas mais fortes nesse aspecto é quando Kim Woo Jin é preso e torturado pelos oficiais japoneses por causa de um pedaço de sua peça, que remetia a antiga Coreia.

 

Todo o drama demostra as intenções do roteirista: contar uma história densa, pesada, mostrar o ballet que, o casal enxerga sua vida, e como a morte para ambos era a única saída em meio ao caos. 

 

É importante falar que o K-drama tem uma proposta bem clara de mostrar a devoção de ambos pelo mistério que envolvia a morte. Por isso, não será uma produção leve, pelo contrário. Se você for sensível a qualquer dos assuntos abordados, é sempre bom olhar a cartilha de gatilho para saber o que irá encontrar.
 

O flerte da vida com a morte 

 

Todos os dias, sem exceção, flertamos com a morte, em todas suas faces. Saímos de casa e nos colocamos à disposição do desconhecido. E assim sucessivamente…

 

E talvez, nossa maior fascinação com a morte seja justamente por ser algo do qual o ser humano ainda não possui resposta, nem domínio.

 

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