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21/06/2019 às 17h10min - Atualizada em 21/06/2019 às 17h10min

Depressão: cuidados e tratamentos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença acomete mais de 300 milhões de pessoas no mundo

Jéssica Teixeira Reis - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto/Reprodução: Internet

É uma dor difícil de entender e muita das vezes as pessoas demoram em perceber e aceitar. Em todo o mundo os casos de depressão estão aumentando, principalmente nas grandes metrópoles. Ela pode surgir através de diversos fatores emocionais, ou acontecimentos traumáticos que podem modificar os genes ou abrir as portas para a doença, uma vez que a chave da depressão se encontra no DNA.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença acomete mais de 300 milhões de pessoas no mundo. Ainda segunda a organização, a cada 10 pessoas, duas podem ter depressão. Os efeitos da doença ultrapassam o cérebro onde também podem ocorrem alterações químicas no encéfalo do portador, especialmente em relação à serotonina (neurotransmissor) essencial na comunicação entre os neurônios e que ajudam a produzir sensações de bem estar. Quando há falta de serotonina toda a transmissão de impulsos elétricos fica prejudicada. O Psiquiatra e Professor do Internato de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-MG), Lucas Mantovani, explica qual é a relação da serotonina com a depressão. “Os antidepressivos mais comumente prescritos de fato exercem sua função por meio de um aumento da disponibilidade de serotonina na comunicação entre os neurônios, mas não é possível afirmar que a depressão seja uma simples “falta de serotonina”, esclarece.

Situações de estresse ou acontecimentos traumáticos podem modificar os genes ou abrir as portas para a doença. “Estresses e traumas podem modificar a maneira como os genes são expressos no corpo. Situações de luto, dificuldades conjugais e problemas financeiros estão entre as vivências mais comumente associadas ao início da depressão”, completa o professor. O psiquiatra alerta ainda sobre os sintomas e o tempo para que o diagnóstico seja considerado. “A depressão é mais que uma tristeza profunda. Trate-se de um processo de perda de vitalidade e redução da capacidade de sentir prazer em atividades usualmente agradáveis, além de sintomas como alterações no sono, apetite, concentração e autoestima. Tecnicamente, os sintomas precisam estar presentes por pelo menos duas semanas para que o diagnóstico seja considerado”, acrescenta.

O professor explica que em alguns casos, a depressão pode ser tratada de uma forma mais tranquila. “Quadros depressivos mais leves podem ser tratados com psicoterapia ou a terapia cognitivo-comportamental, mas quando os sintomas começam a prejudicar a funcionalidade e a trazer o sofrimento na maior parte do tempo, usualmente entendemos ser a hora do início dos antidepressivos”, completa.

Tratamentos alternativos podem ajudar

A psicóloga Júnia Aroni chama a atenção para o comportamento das pessoas que convivem com as vítimas desse transtorno. “Quando a depressão se instala o apoio de amigos e família faz toda a diferença. Nesse período é muito importante a prática da empatia, muitas vezes é a melhor forma de ajudar, se colocando no lugar dele, demonstrar a pessoa deprimida que você não está julgando o que aquela pessoa está passando, que você está ali para acolher. É compreender o outro na dor, na dificuldade daquele processo”, explica.

Se feita corretamente à psicoterapia apresenta benefícios no tratamento do paciente. “Ela vai ajudar o paciente a compreender o processo da psicoeducação, ajudar a pessoa a entender os fatores que está contribuindo para o quadro depressivo, compreender melhor as alterações físicas, a questão do pensamento negativo, os sintomas, tudo que ela está sentindo e está passando faz parte do quadro. As sessões terapêuticas geralmente são semanais, a intervenção vai contribuir para modificação dos pensamentos”, explica à psicóloga.

Tratamento alternativo

Referência no tratamento para pessoas com grave sofrimento psíquico, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde mental, abertos e comunitários do Sistema Único de Saúde (SUS) e foram concebidos como a principal estratégia do processo de Reforma Psiquiátrica. A psicóloga Mayra Reis, explica. “Os cuidados são oferecidos através de uma equipe multiprofissional com prática interdisciplinar que inclui médicos, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, assistentes sociais entre outros profissionais”. Os CAPS têm por objetivo promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, assistência social, saúde, trabalho, esporte, justiça, habitação, cultura e lazer, sempre de acordo com projetos Terapêutico Singular.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 


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