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05/12/2021 às 21h25min - Atualizada em 05/12/2021 às 21h07min

Censura e intimidação impedem cobertura de protestos em Cuba

Jornalistas de Cuba são intimidados para evitar a cobertura dos protestos do dia 15 de novembro

Elizabeth Vilanova de Lima - Editado por Ynara Mattos
https://latamjournalismreview.org/pt-br/articles/jornalistas-em-cuba-sao-sitiados-intimidados-e-vigiados-para-evitar-a-cobertura-dos-protestos-de-15-de-novembro/

Os anseios de ativistas e populares por uma reforma democrática em Cuba previsivelmente não foram aceitas pelo governo de Cuba. Ainda em setembro Yunior García Aguilera, líder de um grupo de oposição denominado Archipelago entrou com um pedido de manifestação em Havana, visando reformas democráticas e a libertação de presos políticos. Mesmo com a intenção pacífica da marcha, o governo lançou meios de censurar as manifestações.

Uma das maneiras usadas pelo governo do presidente Miguel Díaz-Canel para censurar quaisquer protestos é cercear ainda mais as atividades da imprensa na Ilha. Às vésperas dos atos democráticos, marcados para o dia 15 de novembro, jornalistas relataram ameaças e tentativas claras de impedir a cobertura dos acontecimentos, enquanto utilizou a mídia estatal cubana para demonstrar que haveriam reações ao ato.

A jornalista independente Yoani Sanchez relatou em sua coluna “Cafecito Informativo” que o governo estava nitidamente com medo das manifestações. Segundo a publicação dela, houve uma mobilização militar impressionante nas ruas de Havana, a militares disfarçados, enquanto a internet era cortada de jornalistas independentes e órgãos de comunicação social.

Outro jornalista que relatou problemas foi Abraham Jiménez Enoa, funcionário do Washington Post, ele teve prisão domiciliar decretada no dia 14 de novembro, após sofrer ameaças para que não buscasse fazer nenhuma cobertura no dia 15. Assim como ele, muitos outros foram detidos ou situados em seus domicílios, simplesmente para que não pudessem circular por Havana naquele dia.

Jornalistas internacionais também sofreram repressões, como o caso dos membros da agência EFE, da Espanha, que tiveram suas credenciais suspensas além de receberem ameaças de prisão. Todas essas ocorrências levaram o Comitê para proteção de Jornalistas a pedir respeito as autoridades cubanas, que apenas responderam com acusações de que os jornalistas são aguente dos EUA.

“Essa truculência com jornalistas não é um evento único, pois nós protestos de 13 de julho, vários profissionais da imprensa que estavam cobrindo as manifestações foram presos por realizarem seu trabalho e acabaram passando meses em prisões do governo. Com o controle estatal sobre, internet, telefone e maneiras violentas de atrapalhar o trabalho da imprensa, o governo de Díaz-Canel reforça o medo que o mundo presencie o que se passa nas terras caribenhas. Toda tentativa de governos de qualquer ideologia política em cercear a imprensa em seu país é uma demonstração clara de desrespeito com os direitos humanos e com o direito básico das pessoas de receberem informações. Essas práticas devem ser coibidas e denunciadas pelo mundo z para que profissionais de imprensa tenham liberdade e segurança irrestritas.”

É o que diz a Jornalista e professora Rosani Cabral.


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