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21/05/2022 às 21h33min - Atualizada em 21/05/2022 às 21h14min

Moda em NFT: Entenda a venda de roupas virtuais

Nos primeiros meses de pandemia, esse mundo digital da moda ficou extremamente visível

Uandyléia Dias - Editado por Hanelise Brito

Antes de entender como os NFTs (Non-Fungible Token) podem afetar o mundo da moda, é importante saber que os mesmos são chamados de tokens não-fungíveis que são ativos virtuais registrados na blockchain, tecnologia que mantém registros de posse descentralizados e imutáveis. Funciona como um selo de autenticidade digital que transforma a obra em um único item que pode ser leiloado ou colocado à venda.
 
No caso de roupas, calçados e acessórios, eles podem até ser replicados, porém o dono será o único que terá posse da versão original, e é essa possibilidade de ser dono de uma obra que torna os NFTs populares entre artistas visuais e músicos, e que abrem caminhos para seus usos na moda. A venda desses tokens é feita por meio de criptomoedas. 
 
A pandemia do coronavírus criou um cenário em que inúmeras marcas famosas da indústria da moda tiveram que se adaptar para garantir a continuidade e venda de seus produtos. Com isso, algumas marcas menores usaram as apresentações digitais como uma alternativa à impossibilidade do encontro físico e de vender seus produtos, e as marcas consolidadas, como Louis Vuitton, levaram seus processos para o ambiente virtual conversando com um público mais jovem e moderno que antes não era de intuito da marca.

 

DESFILE LOUIS VUITTON E BEEPLE
 


Nos primeiros meses do período pandêmico, esse mundo digital da moda ficou extremamente visível. A marca Balenciaga, por exemplo, lançou o seu próprio jogo, chamado Afterworld: The Age of Tomorrow, para apresentar a sua coleção de inverno 2021. Em março do mesmo ano, o artista americano Beeple ganhou manchetes ao vender uma obra de arte no formato de NFT por 69 milhões de dólares. Beeple é o principal expoente da febre dos NFTs, tendência que chacoalhou o mercado de arte e já influencia a moda. 
 
Estamos vivendo um período de ascensão do Metaverso, onde os arquivos digitais estão permitindo que marcas de moda atinjam um maior número de pessoas e gerem nelas ainda mais desejo por suas peças no universo digital. 

Por mais inovações que blockchain e NFTs permitam para as indústrias criativas, ainda existem questões para serem corrigidas e trabalhadas. A artista independente Ayeza Haas questiona, por exemplo, a acessibilidade dos NTFs, já que os registros de arquivos nessa rede custam, em média, $50 dólares – o que para artistas iniciantes pode significar um altíssimo investimento. 
 
Em 2019, um vestido digital de alta costura foi leiloado pelo DapperLabs em parceria com a marca digital The Fabricante e arrecadou US$ 9.500 pela venda da roupa que só existe dentro do ambiente virtual. A ascensão dos NFTs possibilitou o surgimento de marketplaces, como o The Dematerialised, que têm surgido com o objetivo das peças serem “vestidas” por meio de aplicativos e redes sociais, além disso as peças compradas na plataforma podem ser usadas em metaversos, um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade, através de dispositivos digitais.
 

 

VESTIDO VENDIDO POR US$ 9.500




Porque pagar tão caro em peças virtuais?
 
A integração das marcas com os games é uma das áreas fortalecidas pela popularidade dos criptoativos. Ao comprar uma skin nesse formato seria possível utilizá-la em uma série de outros jogos, se tornando verdadeiramente dono do item, ao contrário do que ocorre atualmente. 
 
Sendo assim, pessoas investem milhões em moda virtual pela experiência e por elevar o sentimento de desejo em relação ao que está sendo comprado.Dessa forma, itens simples, como uma calça jeans, ganham o status de peças únicas e passam a valer milhões. 
 
Também investem milhões pelo objetivo que os tokens têm de resolver o problema da pirataria. Uma das plataformas na vanguarda desse uso é a Arianee, empresa francesa de certificação digital que utiliza os NFTs para garantir a autenticidade de artigos de luxo. Então cada artigo físico ganha uma versão digital única que funciona como um certificado de autenticidade.

“A pirataria na indústria de luxo funciona porque a única diferença está no objeto físico em si, não há registros da autenticidade do produto. É aqui que os NFTs entram. Graças à blockchain, cada evento na vida de um objeto tem sua hora e data estampada, da confecção aos materiais, ao histórico de compra, à possíveis reparos e mais. Os NFTs permitem ao dono provar sua propriedade, ser assegurado que seu objeto é autêntico e acessar informações e serviços relacionados àquele objeto. Todo o ciclo de vida é rastreável na blockchain”, afirma o presidente Frederic Montagnon e o CEO Pierre-Nicolas Hurstel. 
 

 


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