Um dos maiores ícones da música e da moda: os Sex Pistols. (Foto: Reprodução/This Day in Music)Qual a importância deles para a cultura? Por que todo aquele estilo, tudo pose? O que os símbolos clássicos representam? Neste artigo, vamos explorar a origem e o legado do movimento punk, um fenômeno cultural que marcou a história da música, da arte e da sociedade.
Claro, sempre que nos referimos ao estilo punk, apesar de toda aquela estética, também estamos falando de música. O punk rock é caracterizado por sua música rápida e enérgica, com melodias simples e letras que expressavam o descontentamento com o sistema, a política, a religião e a cultura de massa. Atrelado a isso, vinha o DIY (do it yourself, faça você mesmo), impactando não só na estética como na produção e distribuição independente de suas gravações.
Qual é a origem do movimento punk?
As origens do punk são complexas e não há um consenso sobre o seu início. Entretanto, há alguns fatores sociais que contribuíram para o seu surgimento, como a Guerra do Vietnã, a crise do petróleo de 1973 e a ascensão do movimento hippie. Esses três eventos representaram, respectivamente, a revolta com um sistema autoritário e violento, o aumento do desemprego e da desigualdade e, por fim, uma quebra com o consumismo e a padronização da sociedade.
Musicalmente, o estilo direto e simples do punk rock foi uma resposta às bandas progressivas e seus sons complexos e rebuscados que dominavam a indústria na época. Juntamente a isso, a filosofia DIY representava que qualquer um pode fazer a sua própria música e contar sua verdade (até mesmo sem dominar o seu instrumento segundo a teoria musical). Assim surgia o punk rock, com pilares como os Ramones, Sex Pistols, The Clash, entre outros.
Mas e a estética?
Para falar sobre isso, vamos pegar o maior ícone nesse sentido: os Sex Pistols, os “punks de boutique”. Esse apelido até pode soar estranho, afinal o punk não é uma ruptura com o consumismo? Porém esse termo foi cunhado por Malcolm McLaren, o empresário dos Sex Pistols, para descrever a estética da banda.
McLaren era um estudante de arte que, em 1967, conheceu Vivienne Westwood, com quem posteriormente teve um filho e, juntos, teceram a história do movimento punk na Inglaterra. Westwood era uma designer de moda e, junto à McLaren, fundaram algumas lojas de departamentos em Londres, sendo a primeira a ‘Let it Rock’, que posteriormente se tornaria ‘Sex’.
Fascinado pelo movimento punk que estava emergindo na cidade, McLaren juntou alguns rapazes que frequentavam a loja e montou uma banda punk, que seria um chamariz para a ‘Sex’, assim nasciam os Sex Pistols. As roupas da banda eram feitas de materiais baratos, como couro, jeans e correntes, e eram frequentemente rasgadas ou rasgadas. Os membros da banda também usavam maquiagem pesada e cabelos despenteados.
Aquela estética icônica aliada à atitude e ao som agressivo dos Sex Pistols os colocou como uma das principais bandas do movimento, apesar de apenas terem lançado um único álbum. Sua música era uma crítica direta à política e à cultura do Reino Unido e, principalmente, à monarquia do país.
O legado do punk
O punk teve um impacto significativo na cultura popular. A música punk inspirou outros gêneros musicais, como o hardcore punk, o thrash metal e o grunge. A estética punk também foi incorporada por outras subculturas, como o movimento gótico e o movimento emo.
Falar que o movimento punk é apenas uma pose é, na verdade, uma grande inverdade baseado em alguns poucos personagens. A ideologia punk vive até hoje, com diversos indivíduos que são ativos em organizações políticas e sociais, defendendo bandeiras como o fim da crueldade animal e promovendo causas humanitárias.
O punk é uma subcultura complexa com muitas facetas. É uma forma de expressão, uma forma de protesto e uma forma de vida.
O punk é mais do que apenas uma pose, é um movimento cultural e social.
