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19/09/2023 às 16h16min - Atualizada em 19/09/2023 às 15h55min

Música: a arte das musas e a importância dela na vida das pessoas

Lab Dicas Jornalismo conversa com aficionados por música, a fim de investigar de que forma a música é relevante, além das nuances que ela representa

Valeska Miranda - Editado por Fernando Azevêdo
Escola de Artes de Arapiraca (Foto: arquivo pessoal)

 


A música é a partida para vários sentimentos, tanto para quem produz e combina sons, como também para aqueles que apreciam as melodias e as harmonias. Nesse sentido, a arte das musas está integrada à vida das pessoas de forma muito clara. Mesmo se não de forma direta – quando a pessoa escolhe um som para ouvir –, a música está presente em anúncios, filmes, séries e novelas, nas conversas com amigos e, de forma expressiva, nas redes sociais.
 


Sabemos que a música transcende o tempo e espaço. Música é arte. É sentimento. É a demonstração do que há no nosso interior.



Mas, afinal, "qual a importância da música na vida das pessoas?". Com este questionamento, o Lab Dicas Jornalismo conversou com a funcionária pública Mirian de Oliveira, com o cantor e compositor Igor Santana, e com o professor de música Johnne Cardoso.
 

 

Lab Dicas Jornalismo: QUAL A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA EM SUAS VIDAS?

 

Mirian de Oliveira: É muito importante! Minha família não tem base musical, mas, através da igreja, a música entrou na minha vida e dos meus irmãos. A gente aprendeu teoria musical, aprendeu a ter gostos musicais mais refinados. A música para mim é tudo. Todos os dias eu escuto todos os tipos de músicas, desde as instrumentais, o jazz, tudo o que tiver de música boa. Para mim, a importância da música é diária, pois alimenta a alma e o espírito.



Igor Santana: Toda. Porque eu costumo dizer que eu não tenho nada. Mas, o pouco que eu venho conquistando é através da música. Sem a música não existiria o Igor.



Johnne Cardoso: Difícil de responder, porque eu desde cedo só faço isso. Meu pai é cantor e compositor de forró. Ele tem um trio de forró pé de serra e quando faltava um zabumbeiro ele dizia: "vai lá tocar zabumba!" E mesmo quando eu não ia para tocar instrumentos, eu ia para ajudá-lo em alguma coisa. Quando eu fui crescendo, ele começou a me ensinar a tocar violão em casa, e minha mãe sempre dizia que não sabia fazer nada sem ouvir uma música. Ela poderia não ter nenhum móvel em casa, mas nunca ficou sem o seu rádio. Por isso, eu não me vejo sem a música e, não é uma escolha, é minha missão de vida.

 

 

LDJ: O QUE VOCÊS ACHAM DO MUNICÍPIO TER DISPONIBILIZADO UMA ESCOLA DE ARTES À POPULAÇÃO DE ARAPIRACA, EM ALAGOAS?

 

MO: Eu acho que é uma grande obra, porque Arapiraca precisava dessa escola de música.



IS: Acho de suma importância. Até como uma forma de incentivar as futuras gerações, porque nós sabemos que, em pleno século XXI, ainda existem locais que não têm esse espaço de incentivo e falta muita informação. Inclusive, a prefeitura está construindo o conservatório de música, que já é uma ampliação do ramo da arte, principalmente para a cidade de Arapiraca.



JC: Um espaço de se ensinar música é muito importante, porque a cultura de Arapiraca é muito rica.

 

 

LDJ: A MÚSICA É UMA FORMA DE COMBATER O PRECONCEITO?

 

MO: Com certeza. Porque a música também é cultura. E a música pode ser de branco, negro, de todas essas misturas. O jazz era negro, mas hoje em dia os brancos consomem. A musicalidade da capoeira que era negra, os brancos também consomem. O rock veio do negro, mas entrou em todas as raças. A música é muito importante para combater o preconceito.



IS: Sim. Porque vários artistas usam a música para rebater algo que lhes é imposto e para fazer uma crítica social e, com certeza, combater o preconceito, seja ele de gênero musical, de raça, de cor e assim sucessivamente.



JC: A música em si já traz consigo um preconceito. É uma faca de dois gumes. Porque música é cultura e existe um preconceito com a cultura. A música é uma ferramenta, e sempre foi uma ferramenta na mão de alguém. Se voltar no tempo, a música foi uma ferramenta na mão da igreja, quando ela dominava tudo. Ela se tornou ferramenta para conquistar algo e hoje em dia é usada para manipular as pessoas. Porque existe uma indústria cultural que usa a música para nos fazer pensar do jeito que eles querem que a gente pense. E isso é perigoso! E tem alguém ciente disto, mas a maioria não sabe e nem imagina o significado disto, porque não é estudado música desde cedo nas escolas.

 

 

LDJ: VOCÊS ACHAM QUE A MÚSICA PODE PROMOVER ALGUMA MUDANÇA NA VIDA DAS PESSOAS?

 

MO: Lógico. Pode sim, promover mudanças. Tanto na parte de conhecimento quanto na parte psicológica, profissional e espiritual. Ela muda a vida das pessoas para melhor.



IS: Com certeza. E mudanças positivas. É como muita gente diz: no momento de raiva e quando você se estressa, já põe uma música pra escutar, e se você vai lavar a louça já gosta de escutar uma musiquinha, porque a música muda seu bem-estar, ela vai além do sentimento, ela toca fundo.



JC: Sim, claro! Esse é um dos objetivos dela. Quando falamos em música, estamos falando sobre os sons. O ser humano não tem controle sobre o som, pelo contrário, o som manipula a gente e não tem como uma pessoa que ouve música agressiva o dia todo se tornar uma pessoa calma, mas se você ouve música calma o dia todo, não tem como você se tornar uma pessoa agressiva. Porque uma das principais coisas que a música faz é deixar a gente confuso ou esperto demais. E isso é muito interessante. Tem até uma disciplina que é a psicologia da música que explica isso aí. Porque a paisagem sonora ou paisagem musical, em que você está inserido desde a infância, cria ou constrói algumas coisas em você. Te deixando mais ou menos vulnerável à depressão, tristeza profunda, pensamentos suicidas, te torna mais alto astral, mais pensativo, persistente e te torna uma pessoa mais sonhadora. A música é uma terapia. Mas ela pode fazer o papel contrário dessa terapia, porque ela pode lhe tirar de um problema como também pode lhe pôr em um. 


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