Brasil envia livros para o exterior

Cerca de 6.500 obras literárias brasileiras foram enviadas a dez países, entre eles: Cabo Verde, Alemanha e Estados Unidos. O acordo entre a Marinha e a Fundação Biblioteca Nacional encaminhou títulos como "Mata Atlântica: As Árvores e a Paisagem", de Paulo Backes e Bruno Irlang, "O Africano que Existe em Nós, Brasileiros", de Julia Vidal e ainda a biografia da escritora Carolina Maria de Jesus, para instituições universitárias, centros de estudos e embaixadas. 

Em outubro, deverá ser enviada mais uma remessa com 700 livros para a base brasileira na Antártica. O objetivo, segundo os dois órgãos envolvidos, é disseminar uma cultura de paz nas relações exteriores. O gesto faz parte do Serviço Nacional de Intercâmbio Bibliográfico, criado pelo Governo Federal em 2003, para incentivar a troca de livros entre o Brasil e outras nações.

Em entrevista para a Folha de São Paulo, Marco Lucchesi, presidente da Biblioteca Nacional, afirmou que o envio das obras, além de cumprir a diplomacia dos ivros, leva a memória do Brasil para o mundo.

Este fenômeno, também conhecido como Diplomacia Cultural, é uma ferramente para os países promoverem a própria cultura e interesses no exterior. Incluíndo também o ensino de idiomas, intercâmbios, exportação de cinema e música, etc. E está diretamente ligado com os objetivos da política externa do país, afim de ajudar a promover uma boa opinião pública. Isso é importante porque é através da política externa que um país estabele parcerias, participa de acordos internacionais e influencia nos acontecimentos do cenário mundial. 

A literatura, é claro, não poderia ficar de fora. É por isso que iniciativas como essa reforçam e estabelecem cada vez mais a globalização literária. Por exemplo, os aplicativos e plataformas de leitura digitais e on-line, o hipertexto, a performance literária em diferentes formatos de mídia, são todos fruto dessa globalização, que além de promover o contato com diversas obras de diferentes contextos culturais, também promove o mercado editorial em escala global. 

No projeto da diplomacia, a Biblioteca Nacional também compartilha experiências com outros países, principalmente, em desenvolvimento, como as nações africanas. Em troca, o Brasil recebe títulos disponíveis nos acervos internacionais.