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07/10/2023 às 23h57min - Atualizada em 07/10/2023 às 23h57min

Opinião: Abel erra e sente o ônus da eliminação na Libertadores

Falha na escalação no jogo decisivo contra o Boca faz com que a Leila deixe de ser a "vilã principal"

Paulo Octavio
Dessa vez, o plano do Abel não deu certo. Reprodução: ESPN
A história já estava sendo montada para que a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, fosse apontada como maior responsável pela eliminação do time na Libertadores. No programa Estádio 97 da Energia FM,  que funciona como "termômetro" da torcida, um ouvinte criticou a mandatária e argumentou que ela, além de não contratar novos jogadores, sufoca a oposição. Foi um sinal de fritura. 

Além disso, a dona da financeira estava queimada após ter comprado uma briga com a organizada. Em entrevista a Band News FM criticou a "minoria barulhenta", entenda-se Mancha Verde. Esse grupo foi um aliado de primeira hora da então candidata. Anos depois,  eles começaram a chamar Leila de inimiga. 

Além desse dissabor, a torcida inteira estava fechada com Abel Ferreira e confiava no plano. Mas o segundo tempo do jogo com Boca fez com que o ônus da eliminação caísse no colo do português. 

 Logo no segundo minuto do segundo tempo, Endrick escapou de uma falta com classe e perdeu uma boa chance. O garoto e seu colega Kelvin atazanaram a zaga argentina tanto que Rojo foi expulso aos 27 minutos. Ou seja, Verdão teve 23 minutos com um a mais e um estádio efervescente a seu favor para virar o placar.  Poderia ter 180 se tivesse coragem de apostar num esquema mais ofensivo. 

Muitos se perguntaram: por que Abel não começou o jogo assim? Por que ele insistiu na formação com Mayke de ala? O pior é que o gol argentino nasceu de uma jogada na direita, onde havia dois laterais. Mesmo assim, tinha um buraco que Gomez tentou consertar, mas tomou um drible do Merentiel, emprestado pelo Palmeiras, que serviu Cavani. 

Por mais que Abel tenha destacado que foi vítima do sucesso, e o Weverton, 'culpado' o árbitro que só deu cinco minutos, a postura do time é que responde o porquê da eliminação.  

A covardia na Bombonera, onde só se defendeu.  O esquema indecente no primeiro tempo e a correria sem efetividade no segundo explicam a derrota. Além do velho comportamento do brasileiro de exaltar argentino e achar que com eles só se ganha no grito e na catimba. 

Não era de hoje que o time deu sinais que precisava renovar. Prova disso ocorreu nos títulos da Supercopa – com show de falhas defensivas – e do Paulistão,  principalmente após sufoco que passou com São Bernardo, Ituano e Água Santa. Ali já era nitido que contra adversários mais qualificados o Palmeiras poderia sofrer. O que perceberam só depois da eliminação para São Paulo na Copa do Brasil. Mas aí a aposta foi no all win na Libertadores e no pensamento mágico de obsessão e que tudo daria certo. 

 A sorte é que 2023 ainda não acabou porque Botafogo está dando sinais que a bateria pode arriar e assim um time mais encorpado poderia entrar com força na briga pelo título brasileiro. Mas diferente do ano passado (quando Verdão caiu em seis de setembro),agora o tempo para uma arrancada é mais curto -- ainda mais com duas datas Fifa pela frente. 

O objetivo então é terminar o campeonato com a vaga direta na Libertadores. Menos que isso fará com que time experimente uma crise nunca vista na era Abel. Assim, aumentaria pressão sobre a Leila. 

Uma vitória no domingo contra o Santos ajuda a estancar a ferida. Mas um tropeço azeda o clima de vez. A ver se, de novo, o futebol vai servir de escudo para presidente. 

 

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