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13/08/2019 às 16h21min - Atualizada em 13/08/2019 às 16h21min

Astrônomos encontram planeta tão quente que transmite metais pesados para o espaço

O planeta WASP-121b, descoberto há quatro anos na constelação de Poppis, lança metais pesados, por meio de sua atmosfera incandescente

Isabelle Miranda - Editado por: Thalia Oliveira
Divulgação
Astrônomos descobriram com a ajuda do observatório Hubble, que as camadas superiores da atmosfera do planeta WASP-121b chegavam a 2700 graus Celsius, devido à presença de vapores de água e substâncias especiais que absorvem ativamente a luz ultravioleta e as convertem em calor.

O calor no planeta é tanto, que até mesmo o ferro derrete ao ponto de vapor. A distância do “abraçar” do planeta em relação à estrela significa que ele está prestes a ser dilacerado pelas forças de maré gravitacionais da estrela. O planeta é o mais inadequado para guardar vida. Foi descoberto em 2015 nas proximidades de uma estrela semelhante ao sol, localizada na constelação de Puppis, a 900 anos-luz da Terra.

David Sing, da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, EUA, e seus colegas, ao calcularem a quantidade de metais – elementos mais pesados do que hélio e hidrogênio – em diferentes partes de sua atmosfera. Para isso, os pesquisadores têm acompanhado a quantidade de luz ultravioleta absorvida e produzida pelas conchas de ar do WASP-121b, e analisando seu espectro, utilizando as ferramentas do Hubble. Os dados obtidos foram usados para criar uma “cópia” virtual do mundo e analisar suas propriedades.

Para a surpresa dos cientistas, foi encontrado vestígios de magnésio e ferro, não apenas na atmosfera mais interior deste “Júpiter quente”, mas também no resto de suas camadas de ar localizadas bem mais longe do núcleo do gigante gasoso. “Além disso, a natureza incomum da destruição de metais no planeta indicou que ele não é arredondado, mas sim oval como uma bola de rugby.”

Sing explica que a estrela de WASP-121b “roubaria” ativamente a atmosfera do planeta companheiro, forçando-o a “inchar” pelo calor e luz, bem como a se esticar devido à sua força da gravidade. Como resultado, o WASP-121b se tornou não só o mais quente e extremo, mas também um planeta de aparência incomum.

O planeta é alvo para o próximo Telescópio Espacial James Webb, da Agência Espacial Americana, pesquisar na luz infravermelha por água e dióxido de carbono. A combinação de observações de Hubble e Webb proporcionaria aos astrônomos um estudo mais completo dos elementos químicos que compõem a atmosfera do planeta. Os estudos também contribuiriam para o desenvolvimento da história de como os planetas perdem suas atmosferas primordiais.
 

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