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14/08/2019 às 22h08min - Atualizada em 14/08/2019 às 22h08min

14ª Mostra Mundo Árabe de Cinema 2019: quebrando estereótipos

Primeiro dia contou com presença especial da diretora Argelina Sofia Djama

Jéssica Natacha - Editado por Mário Cypriano
Assessoria CineSesc; Assessoria da Mostra
Os Afortunados - Imagem: reprodução

No início de agosto (7), ocorreu a 14ª Mostra Mundo Árabe de Cinema 2019 no CineSesc em São Paulo. O primeiro dos doze filmes apresentados foi “Os Afortunados”, que contou com a presença da diretora Argelina Sofia Djama, também presente no debate do dia 8.

Ao adentrar no CineSesc os visitantes ficaram reunidos num espaço agradável com música ambiente, onde garçons serviam bebidas suaves; os visitantes estavam receptivos e interessados em participar e apoiar esta inclusão do cinema independente. A interatividade entre eles era aparente, o ambiente estava circulado de mentes abertas dispostas a conhecer algo novo, sair da bolha e explorar novos horizontes. O evento foi bem recebido pelo público, contabilizando cerca de trezentas e sesseta e cinco pessoas por dia.

A Mostra trouxe um ângulo pouco notado e vivenciado pelos brasileiros, quando a realidade da cultura vai além do que se é visto, onde há uma luta diária para a exclusão de conceitos estereotipados, conquistando igualdade e direito de fala. 
 

Durante a espera para a abertura da sala de exibição, houve um momento de troca e diálogo entre visitantes, organizadores e pessoas contando experiências anteriores no evento. O destaque da Mostra foram as cineastas que apresentaram sete dos doze filmes. Um caminho promissor para o fim da discriminação e preconceito. 

Já na sala de cinema, os organizadores citaram todos os envolvidos no projeto, sendo eles o - Instituto da Cultura Árabe – ICArabe e o Sesc-SP - Serviço Social do Comércio, com copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e apoio da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – Fambras, o Instituto do Sono e a Aliança Francesa. Logo em seguida, a diretora Argelina Sofia Djama realizou um breve discurso agradecendo ao CineSesc por abraçar este movimento dos filmes independentes e apoiar a causa, vista como um ato de militância, principalmente em relação a cultura árabe. Ela também relatou sobre sua história e o quanto lutou para chegar onde está, falando sobre a restrição e submissão que as mulheres destes países vivem, incentivando às mulheres a terem forças e correrem atrás dos seus sonhos. Mesmo que demore, desistir não é uma opção. 

Muitos visitaram a Mostra pela primeira vez e estavam curiosos pelo que iriam ver. Maria Izabel Dagli Hernandes (23) é uma dessas pessoas. Descendente de sírios, a estudante relata que é a primeira vez no evento e recentemente têm buscado entender mais sobre a cultura árabe para entender melhor a si mesma e obter melhores referências. O único contato que ela tem é a avó que conta histórias dos antepassados, sobre culinária, beleza, etc. Mas reforça sobre a importância do movimento apoiado pelo CineSesc e o quanto esta organização é relevante para a visibilidade da cultura: “Ter um cinema que mostra isso, eu vejo como algo muito positivo porque devolve um pouco da humanidade destas pessoas e da cultura, que aos poucos estão sendo tirados por essas políticas de intolerância e discriminação”, afirma. 

Outras pessoas estiveram presentes em todas as edições, e a cada ano foi uma experiência nova e surpreendente. É o caso da Sra. Maria das Dores (65), que apreciou cada momento da Mostra e esteve presente anualmente, desde a estreia. Ela percebe o quanto a cultura é rica, educativa e merece total reconhecimento. Já familiarizada com o ambiente, relata que adora fazer parte deste universo. 

A Mostra Mundo Árabe de Cinema terá continuidade de 16 a 28 de outubro, com programação especial e exibição de 20 filmes no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SP). A programação no CCBB-SP será informada em breve, no site. 


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