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04/04/2019 às 16h31min - Atualizada em 04/04/2019 às 16h31min

Agentes de segurança pública precisam equilibrar sua rotina para evitar transtornos

Como lidar com a pressão de um trabalho desgastante, com baixo reconhecimento de sociedade e outros fatores desmotivadores

João Marques
Sonhos, vontade de servir garantindo a segurança da população, estabilidade financeira e admiração pela farda. Muitos são os homens e mulheres que prestam concursos todos os anos para serem aprovados como agentes de segurança pública e dedicam suas vidas em prol da segurança de pessoas desconhecidas. Mas e quando o trabalho exige mais que esforço físico? Exige um desgaste mental por trás, que pode ser fatal se não for controlado, cuidado e observado.
 
Ednaldo Fidelis foi aprovado para o cargo de soldado da Polícia Militar do município de Nossa Senhora do Socorro, no Sergipe e aguarda a convocação para começar a trabalhar. A iniciativa de prestar um concurso público para atuar na área, surgiu quando a empresa onde ele trabalhou por cinco anos, encerrou suas as atividades. Decidindo então que era hora de estudar e seguir a vontade de servir, realizou a prova para soldado.
 
Assim como a história de Ednaldo a de muitos outros brasileiros são parecidas. Mas alguns no caminho acabam se frustrando com um trabalho desgastante, afinal é exigido muito esforço físico e mental. Como consequência, acrescenta o fato de pouco reconhecimento. Além disso, em algumas cidades brasileiras, baixos salários e atrasos no pagamento também colaboram para o aumento do nível de estresse. E o resultado disso é o desenvolvimento de doenças psicológicas, depressão e até suicídio.
 
Esses profissionais que estão a todo tempo, sob forte influência de situações de sobrecarga, que fogem de seus controles, precisam estar atentos aos sinais de instabilidade emocional.
 
Para a psicóloga Alice Maria, a forma indicada para a prevenção é o equilíbrio: “Existe todo um contexto que é desfavorável para os profissionais de segurança pública“ alerta a psicóloga. Para uma boa saúde mental o ideal seria uma escala controlada com uma menor jornada de trabalho, maior remuneração que possibilitasse um investimento em atividades de lazer e caso necessário, uso de medicação adequado e contínuo até o fim do tratamento. Além disso, rodízio entre as atividades e locais de trabalho auxiliaria no equilíbrio de tais operações.
 
Se diagnosticado um problema psíquico, o correto é que o profissional seja afastado das ruas e entre em um tratamento psicológico e psiquiátrico imediatamente. Tais profissionais precisam de uma válvula de escape como atividades físicas praticadas regularmente, como caminhadas e andar de bicicleta, que promovam a produção de endorfina, que é uma substância química utilizada pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso. A endorfina é liberada antes e após as atividades físicas.
 
Além disso, é necessário que os agentes tenham um tratamento adequado até o final, já que o retorno ao sevidor estressante pode ocasionar recaídas.
 
Uma das grandes dificuldades também encontradas é que a maioria dos estados brasileiros, não garantem um tratamento adequado e padrão para esses profissionais afastados, já que a cada novo governo, os procedimentos são trocados.
 
O pouco reconhecimento por parte da população também contribui para o desenvolvimento de algumas frustações entre alguns militares. Para Ednaldo que começará em breve seu trabalho pelas ruas de Sergipe, um pouco do desgaste já era de seu conhecimento ao realizar a prova: “Quando prestei o concurso sabia que quando colocasse a farda, teria que está disposto a dar minha vida para proteger os cidadãos de bem. Como também tenho ciência de que boa parte da sociedade, só valoriza os agentes de segurança, quando necessitam dos serviços dos mesmos”, ressalta.
 
 
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