Em junho deste ano, a Federação Paulista de Futebol (FPF) promoveu a terceira edição da peneira feminina na categoria sub-17 com objetivo de selecionar garotas para atuarem em alguns clubes paulistas. Olheiros de várias equipes do estado observaram mais de 400 jogadoras que tinham entre 14 e 17 anos. Dentre essas, Maisa Gomes Ferreira foi selecionada para integrar o time Estrela de Guarulhos, com a promessa de que seria beneficiada com alojamento e alimentação. Entretanto, Ferreira não pôde ficar no alojamento, pois, segundo Guilherme dos Santos, diretor do time -- em entrevista ao Profissão Repórter, da TV Globo -- o lugar já estava lotado e ela ainda precisaria arcar com a alimentação.
Primeira rodada do Paraense Feminino. Imagem: Ronaldo Santos/Rádio Lobo
Outro exemplo de desordem está no Campeonato Paraense de Futebol Feminino, que começou ontem (23) e, até o momento, só conta com três partidas confirmadas. Três dos dez times que compõem a competição não conseguiram regularizar suas atletas a tempo para o início da disputa. Situações como estas expõem o despreparo de muitos clubes espalhados pelo país. Campos irregulares, repletos de buracos, falta de salário e de estrutura são as condições que estão disponíveis para o futebol feminino do Sport Club do Recife. O time do nordeste brasileiro oferece o campo auxiliar da Ilha do Retiro, que não tem grama para que as jogadoras treinem, mas não tem uma preparadora de goleiras.