Ontem (20) o governador de São Paulo João Dória (PSDB) declarou
calamidade pública em todo o estado, decretando hoje (21) quarentena de 15 dias em toda a região. Em coletivas de imprensa dessa semana, o gestor explicou os decretos n°64.862, n°64.864 e n°64.865 (todos inter-relacionados), que abordam pontos como a suspensão gradual de aulas e de viagens nacionais; o fechamento de shoppings e academias e a proibição de aglomerações.
No Brasil são mais de
8.000 casos suspeitos, enquanto que as vítimas da doença contabilizam
1.021 até o momento- com maior número em São Paulo e Rio de Janeiro respectivamente, abrangendo 25 estados do país-, segundo as Secretarias Estaduais de Saúde. A primeira morte decorrente do vírus ocorreu na cidade de São Paulo: um idoso de
62 anos, considerado perfil de risco. Atualmente o país apresenta
18 mortes.
Já em nível internacional, mais precisamente na Europa, os números vêm crescendo progressivamente, como a Itália, por exemplo, que apresenta um quadro alarmante da doença: o país apresentou
627 mortes em um só dia. Na França, os casos de
covid-19 somam
5.226, seguidos de
450 mortes. O presidente Emmanuel Macron, adotou tais medidas de contenção: fechamento das fronteiras; proibição de reuniões públicas; suspensão das eleições municipais (segundo turno) e quarentena prolongada - prometendo realizar investimentos contínuos. Os latino-americanos também empregaram ações para combater o vírus. O Chile apresenta hoje
342 casos e a Argentina
128 e
3 mortes. Em ambos, as decisões do governo fora de fechar as fronteiras, além da expulsão de turistas, como é o caso do país regido por Alberto Fernández.
Nos decretos do Governo de SP - região mais atingida pela propagação do vírus -, as
medidas envolvem instituições privadas e públicas. A seguir:
- Quarentena de 15 dias a partir de terça-feira (24);
- Fechamento de comércios e serviços menos essenciais;
- Fechamento de parques da capital paulista: Água Branca, Parque Ibirapuera e entre outros. Este considerado um ponto turístico da cidade de São Paulo;
- Restrição do acesso presencial a serviços públicos, como o Poupatempo – priorizando o atendimento virtual;
- Fechamento de shoppings, academias e centros de ginástica na região metropolitana do estado;
- Suspensão integral de aulas, prevendo paralização total até a próxima segunda-feira;
- Redução na frota do transporte público – CPTM, metrô e ônibus;
- Reforço do policiamento em supermercados e farmácias;
- Manuntenção das oficinas que trabalham com conserto de veículos de delivery.
(Os supermercados, açougues, bancos, lotéricas e farmácias continuam funcionando normalmente para o bem-estar coletivo).
João Dória, Governador do Estado de São Paulo durante coletiva de imprensa essa semana.
PERSPECTIVAS DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO
Dados recolhidos pela Secretaria da Saúde em 2016 denotam que 25 milhões de pessoas dependem do SUS (Sistema Único de Saúde) em São Paulo. Para mais informações o
Dicas entrevistou
Victhor Monteiro Demetrio, enfermeiro pela
Faculdade Santa Marcelina - especialização enfermeiro emergencista -, que já atua na área:
Dicas: Segundo o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, a previsão para os próximos meses é que o número de casos cresça demasiadamente. A estrutura do Sistema Único de Saúde consegue suprir a demanda do país? Haverá prioridades como na Itália? R: a previsão de aumento no número de infectados nos próximos meses foi estipulada com base em modelos matemáticos que consideram uma taxa de aumento exponencial, tendo em vista o potencial de um único indivíduo transmitir o vírus para vários outros direta ou indiretamente. A estrutura do sus atualmente é carente de recursos para comportar um aumento tão grande na demanda, principalmente por equipamentos de ventilação mecânica, necessários nos casos mais graves, o que causará uma enorme sobrecarga no já sucateado SUS. Esse cenário certamente causará a tomada de decisões difíceis por parte das equipes médicas e um grande empenho de todos os profissionais de saúde para atender essa população afetada da melhor maneira possível se mantendo afastado dos riscos para a própria saúde.
Dicas: A campanha de vacinação contra a influenza, que começa segunda-feira(23) amenizará a situação no Brasil. Que outras medidas de proteção podem ser tomadas pelos grupos de risco? R: Embora a vacinação contra influenza não tenha qualquer relação direta com o covid 19, ela permite aos indivíduos imunizados manter seu sistema imunológico rígido, evitando que outras infecções respiratórias se instalem de maneira oportunista. Além dessa antecipação e das campanhas para diminuição do contato social que já vem sido realizadas, podem se realizar abordagens com cidadãos em ambientes de grande fluxo de pessoas, tais como terminais rodoviários ou estações de metrô, incentivando a realizarem higiene das mãos e distribuírem máscaras gratuitamente para o uso dentro do transporte público.
OBS: Os números estão sujeitos a alteração devido o avanço da pandemia no globo.