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09/07/2020 às 16h37min - Atualizada em 10/07/2020 às 12h35min

Volta Redonda acumula mais de 3 mil demissões devido ao fechamento do comércio

Por conta do baixo número de leitos de UTI disponíveis, o prefeito da cidade determinou, no último dia 29 de junho, o fechamento do comércio pela segunda vez no período de pandemia

Lucas Mathias - Editado por Caroline Gonçalves
Foto/Divulgação Lucas Mathias
Com o aumento do número de casos em Volta Redonda-RJ e após a capacidade de leitos disponíveis ficar abaixo dos 50%, o prefeito da cidade, Samuca Silva, protocolou novamente, no último dia 29 de Junho, o fechamento do comércio no município sul-fluminense. A ação acarretou na falência de mais empresas e consequentemente no aumento do número de demissões na cidade do aço.

De acordo com a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR), estima-se que cerca de 200 empresas tenham fechado as portas definitivamente por conta da pandemia. Além disso, a organização afirma que, segundo dados do Ministério do Trabalho (MTE), calcula-se que só no comércio o número de demissões já ultrapassa 3.500.

Em entrevista ao LAB Dicas Jornalismo, Carine Terra, dona de um Bar localizado em um dos bairros mais movimentados de Volta Redonda, disse que teve que encerrar as atividades devido à falta de experiência no serviço de delivery. A empreendedora afirmou que, por trabalharem somente com bebidas, os aplicativos “fariam subir os preços demais”. Carine completou dizendo que o quadro de funcionários do estabelecimento era pequeno, composto por ela, o marido e uma free-lance, sendo a última dispensada por conta do encerramento das atividades.

Da mesma forma, a assessoria de imprensa do maior empreendimento comercial de Volta Redonda, o Shopping Park Sul, se pronunciou sobre a crise do comércio local. Segundo a assessoria, cinco lojas encerraram suas atividades, entretanto já obtinham baixos rendimentos antes da pandemia. Ademais, estão sendo dados descontos aos lojistas no valor da locação, além da divulgação das lojas nas redes sociais do shopping, de modo a cativar o consumidor por meio do delivery ou do sistema Drive Thru, realizado no estacionamento do Shopping.

De acordo com a Prefeitura de Volta Redonda, os números de casos de coronavírus não param de subir. Na última quarta-feira, dia 8, a cidade registrou 305 novas notificações, 112 novos casos, 30 curados e, infelizmente, mais três óbitos. Já os leitos disponíveis de UTI, fator primordial para a reabertura do comércio, continuam abaixo dos 50%, colaborando assim para a continuidade do fechamento das atividades comerciais na cidade. O hospital de campanha, instalado no Estádio Raulino de Oliveira, receberá mais 10 leitos, chegando ao total de 37. Inaugurado logo no inicio da pandemia, o hospital possui apenas 11% de ocupação.  

Em uma nota divulgada pela prefeitura após uma reunião com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e entidades comerciais de Volta Redonda, na última terça-feira, dia 7, o prefeito Samuca Silva disse que a cidade possui a característica de receber pacientes de cidades vizinhas, porém o mesmo fez um decreto para não receber mais esses enfermos, visando garantir leitos para a população volta-redondense. “Além disso, recebemos, nesta terça-feira, os mais de 10 mil comprimidos de Nitazoxanida, substância que será utilizada para pacientes com casos leves e iniciais com Covid-19. Isso vai evitar o agravamento da doença e, obviamente, reduzir a ocupação dos leitos de UTI”, completou Samuca.

A CDL-VR se pronunciou: “Ao logo dos últimos quatro meses estamos cobrando medidas mais efetivas do poder público para que haja mais leitos para tratamento da Covid-19, fiscalização das medidas preventivas, principalmente nos espaços públicos”. Além disso, a entidade ainda afirmou que, nas lojas, todas as ações de prevenção ao contágio vêm sendo cumpridas, como o uso de máscaras e álcool em gel, bem como o distanciamento social, para que se evitem aglomerações.

Em manifestação pelo fechamento do comércio no último dia 8, comerciantes protestaram em frente ao Palácio 17 de Julho com gritos de “Queremos trabalhar”. Além da solicitação pela reabertura do comércio, as pessoas carregavam faixas que simbolizavam o “luto pelo comércio”, campanha iniciada pela CDL-VR.

É importante lembrar que, para que o comércio reabra, a disponibilidade de leitos de UTI da cidade deve ser superior a 50% da capacidade máxima. Diante disso, através de sua conta nas redes sociais, a prefeitura da cidade vem pedindo diariamente para que a população evite sair de casa, e caso saia, use máscara.
 
 

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