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19/07/2020 às 20h34min - Atualizada em 19/07/2020 às 20h03min

Negócios em tempos de Covid-19

Como empresários têm se reinventado na crise

Núbia Umbelino - Editado por Alinne Morais
IBES

 

Letícia Cupertino, 21, sempre gostou do mundo da moda e decidiu vender semijoias e prata 925 para complementar a renda proveniente do estágio. “Amo usar acessórios, acho que faz toda a diferença no look. Pensando nisso, comecei a pesquisar e montei meu negócio. Acabei conquistando várias clientes e as fidelizei pela qualidade das peças e do meu atendimento”, diz. Com o isolamento imposto em virtude do novo coronavírus, e com a impossibilidade de manter o comércio aberto, Cupertino teve que se reinventar. Além do contato somente virtual com suas clientes, contratou um motoboy para fazer as entregas dos pedidos.

Cupertino diz que tinha preocupação de suas freguesas não quererem pagar taxa de entrega, entretanto foram poucas as que reclamaram. A empresária conta que essa situação serviu de lição para mostrar que não é preciso ter medo de implementar novidades em sua loja, pois sempre terá pessoas com quem poderá contar. Quando tudo passar, além de atender suas consumidoras pessoalmente pretende continuar com o motoboy.

Fernando Marra, 47, tem uma pequena empresa de uniformes. Relata que com o confinamento, suas vendas caíram e a empresa ficou parada. “O ministro Luiz Henrique Mandetta, então ministro da Saúde, fez um pronunciamento dizendo que as pessoas poderiam usar máscaras de tecido, e para todos fazerem suas próprias máscaras. Como tenho todo o material, pensei em produzir máscaras para vender. E deu muito certo, vendemos bastante e salvou nosso negócio”, comemora.

Marra também fala que as redes sociais são seus meios de divulgação, e a entrega ele mesmo faz, cobra uma taxa de entrega dependendo da localização. Apesar da situação, o empresário consegue enxergar pontos positivos. “Esse novo nicho salvou nosso negócio, temos a perspectiva de continuar nos direcionando para este trabalho e já estamos desenvolvendo novos produtos como capote, toucas e outros”.

Assim como Fernando, Carla Castilho, 45, proprietária de uma facção de camisetas, também teve que recriar sua forma de trabalho. “Continuo tendo uma renda que supra todas as minhas despesas fazendo máscaras para proteção”, relata. Normalmente ela fornece as vestimentas para o proprietário de uma loja da região de vendas de roupas no atacado, que teve de fechar por conta da pandemia. Alguns vão até sua residência e outros fazem o pedido das máscaras via WhatsApp e a entrega é em domicilio.

Rosane Berwanger, 56, empresária e dona de um salão de beleza, revela que por conta da quarentena, suas funcionárias estão sem trabalhar, pois não tem mais festas, casamentos e eventos sociais. Berwanger está arrecadando alimentos para 4 mil professores que foram dispensados no estado, está responsável por 60 famílias. “Minha cabeleireira não obteve o auxílio emergencial, as manicures estão sem trabalhar, consegui pagar algumas semanas, porém não tenho mais capital, estou arrecadando cestas básicas para ajuda-las”.

 

Priscila de Jesus Oliveira, 32, possui uma doceria iniciou seu trabalho como forma de empreender. Na época em que investiu, tinha pouca renda, começou produzindo brigadeiros, o investimento era barato e o lucro rápido. Quando os estabelecimentos começaram a ser fechados devido à quarentena, compreendeu que precisava mudar sua forma de venda, começou com a venda delivery para que o cliente recebesse os doces em sua residência, higienizados e sem se colocar em risco. Para a empresa de Oliveira, a entrega via delivery não é favorável por ser recente e as vendas não estão no mesmo nível que as presenciais.

 

 

Carla Castilho* nome fictício 


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