23/08/2020 às 18h29min - Atualizada em 23/08/2020 às 18h33min

O fenômeno K-pop que revelou uma nova Coreia para o mundo

Nem só de tensão política vive a Coreia do Sul

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Junior Saull - Editado por Fernanda Simplicio

Reprodução: Yoh Store

Divulgação: Black Pink Reprodução POP Online

Da Coreia para o mundo, o fenômeno mundial K–pop, que reúne ritmos como pop, hip hop, rock, eletrônico e balada, ganhou força aqui no lado ocidental do globo.

Conhecido como “onda coreana” (Hallyu Wave) esse fenômeno abre a nossa cabeça e nos força a entender como a cultura asiática tem se miscigenado no mundo inteiro. Donos de um sucesso estrondoso, a banda BTS, por exemplo, foi a primeira desde os Beatles a colocar 3 álbuns no topo das paradas de Billboard em 2018 e 2019. Muitos podem associar o sucesso a sorte, mas a explosão dessa cultura se deve a um trabalho feito a tempos entendendo que ela não se limita somente a entretenimento.

Há quem acredita que o ápice dessa cultura iniciou com o Gangnam Style do PSY, que atingiu o mundo em 2012 (Relembre o sucesso no vídeo abaixo), mas já no início da década de 90 surgia esse movimento, que em suas letras questionavam a falta de liberdade de expressão, cabe lembrar que nessa época o pais era governado pelo ditador Park Chung-hee, que encomendam canções estritamente patriotas.

O New Kids on the Block foi um dos primeiros grupos a ter esse estilo de música, o grupo acabou em 1996, mas abriu fronteiras para esse estilo musical. Nesse momento as gravadoras começam a se organizar e dar uma cara a um K-pop moderno.

Hoje essa cultura não é só um estilo musical, a Coreia do Sul a transformou em mercadoria econômica, turística e diplomática. Após a crise na Ásia de 1997, o governo começou a investir nas artes e marca uma importância política desse estilo. Em março de 2018, o girl group de K-pop Red Velvet e a cantora Seohyun, do Girls’ Generation, apresentaram num evento em Pyongyang, na Coreia do Norte, entre o público estava o ditador norte-coreano Kim Jong-um, os dois países vivem em tensão de guerra.

A globalização dessa cultura também é uma forma de combater a xenofobia e o racismo antiasiático, presente principalmente no Ocidente. Dentre os diversos artistas dessa cultura precisamos destacar Sunmi e bandas tipo Red Velvet e MAMAMOO que cantam sobre desigualdade de gênero, idealização da perfeição e saúde mental.