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25/09/2020 às 10h20min - Atualizada em 25/09/2020 às 09h59min

A cor de Coraline

Representatividade e identidade na literatura infantil

Adélia Fernanda Lima Sá Machado - Editado por Bruna Araújo
Imagem capturada pela redatora
“Coraline, me empresta o lápis cor de pele? - Pedrinho perguntou”. Assim começa o livro infantil: A cor de Coraline, do escritor e ilustrador Alexandre Rampazo, que trata de uma maneira didática e leve a pluralidade de cores na sociedade.

Alexandre Rampazo coloca uma criança negra como protagonista do livro, no qual o seu maior questionamento é: o que seria um lápis “cor de pele”? E é através desse questionamento, na cabeça de uma criança, que todo o livro se constrói, mostrando uma reflexão incrível sobre identidade e representatividade.


É notório que em alguma parte da nossa vida proferimos “cor de pele” ao se referir a uma certa cor de lápis, mas o que está em questão é: de qual pele estamos nos referindo, pois a pluralidade de cores existe, é necessário respeitar e discutir desde as fases iniciais de uma pessoa.

O livro foi produzido após uma conversa do autor com sua filha, uma profissional de educação, na qual observou a constante ação e relação das crianças em um abrigo onde era voluntária. O autor faz uma referência incrível entre a quantidade de cores existentes na caixinha de lápis de Coraline, com a diversidade racial em uma sociedade.

“Primeiro imaginei que qualquer aluno da escola que tivesse uma caixa de lápis de cor de 18,24 ou 32 cores talvez ficasse com a cabeça ainda mais confusa com a pergunta do Pedrinho. É muita cor, né?


O questionamento de Coraline, provindo da pergunta de seu amigo Pedrinho, não demonstra ser subjetivo e sim representativo, mexe com a construção da identidade da criança, que porventura vem sendo alimentado dentro do seio familiar a amar, respeitar e cuidar da sua pele, além de saber da sua importância. Quando uma criança consegue observar certos questionamentos no meio social, automaticamente instiga e inspira outras.

O início até o meio do livro é construído com Coraline e Pedrinho sem coloração nenhuma, ambos a pintar, pois em praticamente toda a obra, a protagonista fica se imaginando em vários locais, planetas e situações, observando que em cada um deles sua coloração, ou melhor, a pele dos viventes daquele local seriam diferentes (rosa, verde, vermelho, azul, amarelo....).

“A cor de pele é só uma? A gente vive num mundo com um monte de gente diferente... Línguas diferentes, tamanhos diferentes, jeitos diferentes, cabelos diferentes, origens diferentes, cores de pele diferentes.”

 
“A cor de Caroline” dentro da escola

“Eu acredito que esse livro tem só a acrescentar na aprendizagem e desenvolvimento da criança. A cor de Coraline tem uma mensagem muito importante por trás, de dar valor a sua cor, a de seus pais, enxergar a identidade do coleguinha, que tem uma cor ou um cabelo diferente do seu.” assim afirma Rosária Lima Sá, professora da Educação Infantil, após ter sido indagada sobre a importância do livro dentro da sala de aula dos pequenos. O que demonstra a notoriedade de um livro como esse na formação de uma criança.

Assuntos como esse devem ser tratados nomeio infantil e mais ainda com ilustrações tão representaivas e didáticas como é o livro de Alexandre Rampazo.

Leia "A cor de Coraline" para uma criança e aprenda com ele.


 
 
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