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02/05/2019 às 14h29min - Atualizada em 02/05/2019 às 14h29min

Mas o ódio cega, sim

Adrieli Fátima Bonini - Editado por Millena Brito
Charge: Vitor Teixeira
Quando o ódio cega, e poucos conseguem enxergar a verdadeira face da realidade. Quando o ódio cega, e tudo o que conhecíamos antes, se esvai, pouco a pouco, lentamente, como a última gota de sangue de alguém que lutou bravamente para que nosso povo obtivesse garantia de liberdade e direitos. Quando o ódio cega, e a cada esquina um negro, um homossexual, uma mulher, é brutalmente assassinado, motivado por ele, pelo ódio latente que ecoa em nossa sociedade, vindo das profundezas de mentes que o defendem como meras “opiniões”. A nossa sociedade mudou, está padecendo, está doente.
Sim, o ódio pode cegar alguém. Na maioria das vezes, isso se dá através dos discursos truculentos de líderes do governo. Que impõem por meio de palavras o seu autoritarismo. Demonstrando, ainda que, de forma subentendida, o repúdio por determinada classe,  ele consegue provocar cada vez mais fundo a alienação em quem os idolatra. Isso não ocorre de uma hora para outra. É gradativamente que o fascismo e uma ditadura se instala. Nos direitos educacionais que são reduzidos. Nas garantias trabalhistas que são simplesmente cortadas. Eles dizem que tudo isso é para o nosso próprio bem, nos iludem com migalhas. E os cegos pelo ódio os aplaudem.
Há também, o ódio aos pobres. É nítido ao observar, que parte da classe média, esta, grande representante do conservadorismo, já demonstrava um ódio a classe baixa e também às minorias, mas soava ruim falar isso livremente, e soa até hoje. No entanto, para poder odiar o pobre sem parecer cruel, a mesma apoiou-se nestes valores conservadores, que, por sua vez, não demonstram esboçar uma rejeição ao pobre, mas devido a esse ódio cansativo destinado à esquerda, contra aqueles, que de certa forma, defendiam a melhoria socioeconômica das populações vulneráveis; acabou encontrando, uma maneira velada de odiar arduamente as classes desfavorecidas.
Respeitar o negro porque ele é negro, o homossexual porque é homossexual, o travesti porque é travesti, a mulher porque é mulher, mas, também respeitar a sua liberdade de ser, de fazer, de lutar contra esse sistema capitalista opressor, que fere “silenciosamente” dia após dia. O que impede a libertação das minorias não é o homem branco heterossexual, mas sim, o capital, que os enxerga todo dia como uma mera máquina que trabalha e compra. É dessa maneira, se libertando dessas amarras do capital, que poderemos ser livres de fato. Livres, para expressar masculinidade, feminilidade, negritude, homossexualidade, e fé, para que não nos sentirmos receosos, com medo de expressar o nosso amor. Para que possamos amar sem o medo desse ódio crescente. Esse ódio que cega e ninguém percebe.
 
 
               

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