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05/11/2020 às 18h42min - Atualizada em 05/11/2020 às 18h14min

Cinco filmes brasileiros para conhecer o cinema nacional

Juliana Amorim - Editado por Bárbara Miranda
Apesar de estar recebendo grande destaque nas premiações internacionais, o cinema brasileiro ainda sofre preconceito pelos que deveriam ser os seus maiores admiradores. A falta de patrocínio, investimento em divulgação e apoio são os maiores responsáveis pelo esquecimento das produções brasileiras que, mesmo com muita dificuldade, se mantém firmes emplacando grandes histórias a cada ano.

É muito importante que as produções nacionais estejam presentes nas telas dos brasileiros pois, afinal, nelas são retratadas a realidade e a cultura de toda uma população. Pensando nisso e, na intenção de incentivar o cinema nacional, aqui está uma lista com cinco filmes brasileiros para quem deseja conhecer melhor e se apaixonar pelo cinema nacional brasileiro.


Central do Brasil (1998), de Walter Salles.

Já iniciando com chave de ouro, Central do Brasil é provavelmente uma das maiores pérolas do cinema nacional. A trama gira entorno de Dora (Fernanda Montenegro), uma professora que ganha a vida escrevendo e enviando cartas de pessoas analfabetas na estação de trem e vê a sua vida mudar a partir do encontro com o menino Josué (Vinícius de Oliveira), que acaba de perder a sua mãe.  Juntos, Dora e Josué, embarcam em uma busca pelo pai do menino, que vive no sertão nordestino ao mesmo tempo em que vão aprendendo a lidar com a solidão e o amor. Apesar da trama central, o filme deixa claro que os verdadeiros protagonistas são o próprio povo brasileiro e Walter Salles faz isso de maneira magistral ao abordar temas como abandono, fé e amor de forma sensível.
Central do Brasil concorreu no Oscar de 1999 nas categorias de melhor filme estrangeiro e melhor atriz para Fernanda Montenegro, além de receber os prêmios Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, Urso de Ouro de melhor filme e Urso de Prata de melhor atriz.




O Auto da Compadecida (2000), de Guel Arraes.

Baseado na peça teatral do autor Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida é uma comédia dramática que aborda as armações dos amigos Chicó (Selton Mello) e João Grilo (Matheus Nachtergaele). Depois de enganar várias pessoas na vila do interior da Paraíba, a dupla acaba em um julgamento com Jesus Cristo, o Diabo e a Nossa Senhora, que intercede pela salvação das suas almas. O filme traz temas como injustiça, pobreza e amizade na melhor fórmula do autor Guel Arraes que captura cada momento com simplicidade, mas sem perder toda sua maestria.




Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles e Kátia Lund.

O filme é ambientado em uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro e conta a história de Buscapé (Alexandre Rodrigues), um jovem negro que ao observar toda a violência à sua volta, acaba encontrando na fotografia uma salvação para a sua vida. Cidade de Deus não é um filme fácil de assistir, pois, retrata a realidade nos morros e comunidades do Rio, onde a violência e o tráfico acabam se tornando parte do dia-a-dia de crianças e jovens. Mas o longa também deixa claro que a favela não é apenas isso e mostra com muita sensibilidade a vida dos cidadãos da Cidade de Deus e em especial Buscapé, que com medo de que o crime seja o seu futuro, encontra na arte um escape do que esperavam que fosse o seu destino.

O filme concorreu em quatro categorias no Oscar de 2004 e recebeu os prêmios BAFTA de Cinema: Melhor Montagem, British Independent Film Award como melhor filme estrangeiro independente e Satellite Award de Melhor Filme Estrangeiro.




Tropa de Elite (2007), de José Padilha.

Tropa de Elite é considerado um dos maiores sucessos da bilheteria nacional. O filme aborda a realidade do BOPE no Rio de Janeiro e o uso da violência excessiva em suas operações, além de dar foco na busca do Capitão Nascimento (Wagner Moura) por um substituto. Tropa de Elite gerou uma polarização nas opiniões do público, enquanto que uns o consideravam como uma crítica à corrupção e uso da violência exacerbada por parte da polícia, outros o viram como uma homenagem aos profissionais do BOPE.

O filme venceu o Urso de Ouro no Festival de Belim e arrecadou nove estatuetas no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, se tornando um clássico do cinema nacional.




Que horas ela volta? (2015), de Anna Muylaert.

No ápice da sua atuação, Regina Casé interpreta Val, uma nordestina que parte para São Paulo em busca de uma vida melhor para a sua filha. Val trabalha como empregada doméstica na casa de uma família da classe alta, onde também cuida de Fabinho (Michel Joelsas), filho dos patrões. A trama inicia quando a sua filha Jéssica (Camila Márdila) decide prestar vestibular em São Paulo, se hospedando na casa dos patrões da sua mãe. Uma série de conflitos se iniciam depois que Jéssica decide que não vai aceitar as posições e separações de classes do lugar.

O filme mostra a realidade de muitas empregas domésticas que são obrigadas a deixar a educação dos seus filhos de lado para cuidar dos filhos dos patrões. As diferenças de classes e os papéis desempenhados pelos grupos socias também ganham lugar de destaque no longa.




REFERÊNCIAS
 
“22 Filmes para entender e gostar do cinema nacional”. Manual do Cinema Moderno, 2020. Disponível em: <https://manualdohomemmoderno.com.br/filmes-e-series/22-filmes-para-entender-e-gostar-do-cinema-nacional>. Acesso em: 05/11/2020.
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