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11/02/2021 às 21h48min - Atualizada em 11/02/2021 às 21h06min

Instituto Butantan completa 120 anos

Conheça o histórico, estrutura e ações durante a pandemia de Covid-19 do maior produtor de imunobiológicos do Brasil.

Emanuele Almeida - Editado por Manoel Paulo
Governo do Estado de São Paulo

Nestes tempos sombrios de pandemia do novo coronavírus, a ciência se fez luz para o mundo inteiro. Pesquisas e testes feitos por instituições ao redor do globo se voltaram para o desenvolvimento e testes de vários tipos de vacina que pudessem combater a Covid-19. 

 

O Instituto Butantan foi uma dessas instituições que lutaram por uma vacina de qualidade e hoje - apesar dos contratempos envolvendo o governo - conseguiu chegar a um resultado promissor. E nesse mês de fevereiro, o órgão de pesquisa completa 120 anos de existência em prol da ciência brasileira. 

 

HISTÓRICO DO INSTITUTO: DA FUNDAÇÃO À PANDEMIA DE H1N1

 

O Butantan surgiu em 1889 em meio a um surto de peste bubônica no Brasil. Dessa forma, surgiu a necessidade de combater a doença, o que levou a administração pública estadual da época a criar um laboratório de produção de soro antipestoso. 

 

Então, após sua criação, a instituição foi instalada na Fazenda Butantan, localizada na zona oeste de São Paulo. E em fevereiro de 1901 foi reconhecida como organização autônoma e foi nomeada primeiramente de Instituto Serumtherápico.

 

Nesse mesmo ano, o Instituto já começou a atuar de forma direta na saúde brasileira. A produção de soros antiofídicos, antibotrópico e anticrotálico - que combatem, respectivamente, venenos de cobras, jararacas e diversas espécies de cascavel - marcaram diretamente a entrada do Butatan na ciência do Brasil.

 

Indo para 1918, em plena pandemia de gripe espanhola, a qual ceifou a vida de aproximadamente 40 milhões de pessoas em todo mundo. O Instituto oferecia, em parceria com a Casa Armbrust, medicamentos que combatiam a doença. Além disso, no mesmo ano, uma vacina contra a gonorréia - infecção sexualmente transmissível - foi desenvolvida pela organização. 

 

Dando um salto para o ano de 2009, outra doença assolava o mundo: a H1N1, uma nova variante do vírus Influenza A. Nesse momento, o Instituto atuou firmemente no combate à doença com o auxílio do governo da época em colaboração com o governo estadual. A parceria feita com o objetivo de utlilizar a tecnologia do laboratório SANOFI Pasteur proporcionou a produção do imunizante no Butantan. 

 

ESTRUTURA: VAMOS FALAR EM NÚMEROS

 

Além de todo o arsenal tecnológico para a produção de soros e vacinas. O Instituto necessita de uma grande mão-de-obra para manter a produção em dia e continuar inovando com os processos de pesquisas científicas. 

 

Segundo dados de 2020, o Butantan conta com 2.179 funcionários trabalhando na Fundação Butantan e outros 519 atuando no Instituto. Ao tratar da produção de doses de vacinas, podemos falar em aproximadamente 91 milhões de doses, contendo 7 tipos de imunizantes diferentes e 422 mil ampolas de 13 tipos de soros, e todos são disponibilizados para distribuição nacional.

 

Além disso, o Instituto também conta com o Museu Biológico tendo 380 exemplares vivos de serpentes, lagartos, anfíbios, aracnídeos e ,desse número, 100 encontram-se em exposição.

 

IMPORTÂNCIA DO BUTANTAN NA CIÊNCIA E SAÚDE BRASILEIRA EM MEIO A PANDEMIA ATUAL

 

Apesar de todo o arsenal científico e tecnológico que o Instituto possui, no ano de 2020, em meio à uma nova pandemia, o centro de pesquisa foi criticado e colocado à prova pelo próprio Governo Federal.

 

Em setembro de 2020, o governo de São Paulo assinou um acordo de produção de 46 milhões de doses da vacina Corovac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac. A partir dessa decisão, uma chuva de críticas foram direcionadas ao governador do estado, João Dória, pelo Governo Federal e, principalmente, pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.

 

A troca de farpas entre esses dois personagens colocou em discussão a eficácia das testagens dos imunizantes. E em virtude disso, a população entrou em comoção, tanto a favor da produção das vacinas no Brasil, quanto contra a elaboração, colocando como argumento a origem do vírus e da elaboração do produto: a China.

 

Essa situação causou uma crise política e científica no Brasil, atrasando testes e colocando a população em dúvida sobre os processos científicos em um momento em que apenas a ciência era capaz de nos salvar. 

 

Porém, apesar de todos os contratempos causados pela má gestão de crise por parte do governo federal, em 2021 ocorreu a aprovação emergencial da aplicação da Coronavac na população brasileira. 


Esse acontecimento marca o Instituto Butatan no combate a uma das maiores epidemias já vistas no mundo. Sua atuação, principalmente midiática, frente ao controle da propagação do vírus, possibilitou a democratização do acesso à informação científica de qualidade e proporcionou aos brasileiros - apesar de todos os problemas - uma luz no final de uma época sombria.
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