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19/02/2021 às 17h15min - Atualizada em 19/02/2021 às 16h46min

Israrel: Um exemplo no combate ao coronavírus

Dentre todos os países, Israel é o que vem apresentando o melhor desempenho

Leonardo Leão - Editado por Caroline Gonçalves
TSAFRIR ABAYOV/AP

O ano de 2021 começou com boas notícias em relação a pandemia. Dentre elas, o início da vacinação em diversos países, como o Brasil. Até o momento, o país que vem se destacando na "corrida da vacina contra a Covid-19” é Israel. Os israelenses vem apresentando bons resultados no combate à doença e pode servir como exemplo para as demais nações no mundo.

A biomédica, mestre e doutora em neurociências, Mellanie Fontes, aponta que o plano de vacinação israelense conta com uma grande quantidade de imunizantes. Que por sua vez, estão associados a uma alta frequência de vacinação aliada a lockdowns estratégicos na intenção de conter a transmissão do vírus. Ela destaca o fato do sistema de saúde ser totalmente digitalizado, contribuindo no acesso e cadastro da população, além de auxiliar na logística de distribuição e aplicação das vacinas.

 

Mellanie relembra o projeto do governo de criar postos de vacinação 24 horas, sete dias por semana e das aquisições de 8 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech, 6 milhões da Moderna e 10 milhões da AstraZeneca-Oxford. Além do forte investimento, por parte do governo, na campanha de vacinação , com a divulgação de imagens das autoridades sendo vacinadas, e o apoio das forças armadas na distribuição das doses.

Os resultados desse verdadeiro esforço de guerra já começam a surgir. Segundo Our World in Data, Israel lidera o ranking de vacinação por 100 habitantes, com uma média de 74,43 pessoas vacinadas. Mas isso não significa que três quartos da população está imune, afinal é necessário duas doses para obter imunidade. Por enquanto, 43% da população já está vacinada com a primeira dose da vacina fabricada pela Pfizer com parceria da Biontech e mais de 30% já tomaram a segunda dose. Além disso, 80% das pessoas com idades acima dos 60 anos já estão imunizantes.

 A economia do país também está entre as principais preocupações, segundo uma estimativa preliminar do Escritório Central de Estatísticas de Israel, o PIB do país teve uma contração de 2,4% em 2020, uma queda menor do que o esperado.  Desde o início da campanha de vacinação, em dezembro, o governo vem com o objetivo de suspender a atual situação de emergência já no mês que vem. O país planeja a flexibilização das restrições, como a reabertura de restaurantes marcada para o início do mês de Março.

 

Diferente de outros políticos conservadores pelo mundo, o atual primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vem incentivando o plano de vacinação desde o ano passado. Ele também acredita que essa pode ser sua principal arma nas eleições que acontecerá no dia 23 de março, o primeiro ministro já está em seu quinto mandato. Vale lembrar que Benjamin foi o primeiro líder mundial a ser vacinado.

O governo vem combatendo os boatos e as desinformações sobre o assunto que circulam no país, além de incentivar a vacinação entre os céticos, os antivacinas e aqueles que ainda não tomaram a segunda dose. Segundo o Premiê, dentre os mortos por coronavírus em Israel, 97% não haviam sido vacinados e 93% dos pacientes em estado grave não tomaram nenhuma dose.

A biomédica Mellanie Fontes aponta alguns pontos positivos do programa, como a procura por diferentes imunizantes para vacinar a população, a possibilidade de uma alta taxa de vacinação e uma coordenação logística e de distribuição somada a medidas de enfrentamento mais restritivas para garantir o controle da transmissão do vírus. Ela também aponta para as campanhas de vacinação, que divulgaram as autoridades sendo vacinadas, como um fator importante para estimular a confiança da população no método aplicado.

Partindo do fato de que Israel é o líder em vacinação per capita, Mellanie Fontes acredita que as estratégias praticadas por ele, poderão ser replicadas por outros países de acordo com as características de sua população e de como a pandemia está ocorrendo nesses lugares distintos. Ela conclui, uma boa campanha precisa de comunicação, estratégia, diferentes vacinas, um fluxo de recebimento de doses significativo, uma logística adequada e uma gestão competente para organizar e orientar esse processo.


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