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07/04/2021 às 18h46min - Atualizada em 07/04/2021 às 18h23min

O crescimento do e-commerce no Brasil

O setor de vendas online foi um dos poucos que cresceram durante a pandemia. As expectativas para 2021 é que continue em alta

Leonardo Leão - Editado por Maria Paula Ramos

 O setor do varejo no Brasil está passando por um momento de transformação muito importante, impulsionado pela quarentena e pelo fenômeno do E-commerce. Essa pandemia causou mudanças significativas e permanentes em nossa sociedade. A forma de consumo também teve alterações, muitas pessoas tiveram que se adaptar às compras online.

 Para Luiz Henrique, MBA em Gestão de Varejo e E-Commerce, o mercado de vendas online começou com as empresas utilizando terminais de alto atendimento nas lojas, na década de 90. Desde então, surgiram grandes marketplaces. Dentre esses grandes marketplaces, podemos destacar a Magazine Luiza, Via Varejo e B2W.

 Segundo dados do relatório Webshoppers 43, feito pelo Bexs Banco e Ebit/Nielsen, apontam para uma alta do e-commerce no país de 41% em 2020, alcançando um faturamento de R$ 87,4 bilhões. Esse é o melhor resultado em 13 anos, para se ter uma ideia, em 2019 o crescimento foi de apenas 16%. O relatório também apontou para uma alta de 30% no número de pedidos, passando para 194 milhões. A maioria dessas compras foram feitas através de celulares, 55,1% do total.

 Luiz afirma que houve uma explosão do comércio online gerado pela pandemia, mas ressalta que mesmo com o surgimento de novas plataformas e novos modelos de venda, isso não significa que o comércio físico acabou.

 
 No ano passado, a Via Varejo, dona da Casas Bahia e Ponto Frio, viu seu e-commerce crescer 174% em 2020, já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) chegou a R$ 2,9 bilhões. A Magalu teve um Ebitda de R$ 1,5 bilhão e um crescimento de 120% do seu e-commerce no quarto trimestre. Já a B2W, dona da Americanas.com e Submarino, lucro de R$ 16 milhões no quarto trimestre, após uma longa série de prejuízos, e um Ebitda de R$ 950 milhões.

 Gabriela Bonelle, Lead Manager da Amazon no Brasil, diz que o e-commerce brasileiro possui um mercado competitivo e com grandes players, bem estabelecidos. Mas ela também aponta para quatro grandes desafios para o setor no país:

 O primeiro está na malha logística, ela é um empecilho no frete, principalmente por se tratar de um país continental, sem uma malha ferroviária e com uma malha aérea escassa.

 O setor de moda online também tem dificuldade, ele ainda não possui um modelo de negócio para superar o receio da população em comprar itens de vestuário pela internet.

 Gabriela acredita que ainda tem muito a evoluir na experiência de compra mobile, principalmente no Brasil, onde a maioria da população tem acesso à internet pelo celular.

 A informalidade também é apontada por ela como um grande desafio. A falta de códigos de barra nos produtos e marcas não registradas, são algumas dificuldades para uma migração da indústria para o e-commerce.

O comércio eletrônico no pós-pandemia
 

 A influência da quarentena nesse crescimento é inegável. Para Gabriela Bonelle, ela foi responsável por dar um empurrãozinho para muitas empresas migrarem para a internet. Mas a baixa entrada de caixa pode ter prejudicado o investimento de muitas empresas no comércio online. Alguns setores se demonstraram mais preparados e criativos que outros.

 Luiz Henrique diz que o consumidor, mesmo aquele que não entendia de compras online, teve que se adaptar. Causando um aumentado nas vendas de Supermercados online e nos demais setores, inclusive de serviços.

 Já Gabriela destaca a preferência do consumidor por produtos eletrônicos, de lazer e utilidades. Na opinião dela, o custo do frete segue sendo uma grande barreira para essa migração, principalmente para produtos de papelaria e mercado. "Vai tentar fazer seu mercado "de mês" online, os preços estão astronômicos," descreve Gabriela.

As empresas vem aumentando seus investimentos no setor. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Fidelity National Information Services (FIS), líder global em tecnologia financeira, o e-commerce no Brasil deve crescer 57% até 2024.
 
 Neste ano a Via Varejo pretende disponibilizar R$ 11 bilhões em créditos pré-aprovados de seu banco digital, Banqui, para clientes. A Magazine Luiza comprou a SmartHint, desenvolvedora de sistema de busca inteligente e de recomendação de compras online, essa foi a quinta aquisição da varejista em 2021. O Mercado Livre irá abrir 7.200 vagas de empregos no país.
 
 

 O mercado brasileiro também chamou a atenção da gigante americana Amazon, que nos últimos anos vem conquistando seu espaço no país. "Qualquer mercado com 200 milhões de habitantes e renda disponível média em alta, ê importante para qualquer empresa," afirma Gabriela Bonelle. Mas a Amazon ainda precisa aumentar seu marketing share, com 4,3% atualmente.

 Para Luiz Henrique o e-commerce será o futuro e as lojas físicas deixaram de existir nos próximos anos ou sem atendentes nem gerentes, atuando de forma autônoma, como as novas lojas Carrefour. "O mundo não será o mesmo, o contato humano deixará de existir," afirma. Ele acredita que a pandemia veio para mudar nosso modo de vida de compras e vendas.
 

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