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09/04/2021 às 12h28min - Atualizada em 09/04/2021 às 21h20min

O teatro de Muzambinho em tempos de pandemia

Grupo de teatro da prefeitura de Muzambinho (MG) relata como ocorreu toda a adaptação com o isolamento social e quais foram as maiores dificuldades.

Gabriela Armelin - Editado por Luhê Ramos
Turma teatral com a professora durante a apresentação de “O Santo e a Porca” antes do início da pandemia do novo coronavírus. Foto/Reprodução: Sandro Fidelis.

No início de 2020 houve o surgimento do novo coronavírus e, consequentemente, as novas medidas de restrição. Por essa razão, as atividades em que a interação física é muito importante foram extremamente afetadas, como o teatro. O grupo teatral da cidade de Muzambinho (MG), que é um grande exemplo dessa situação, sentiu o impacto do isolamento social em sua rotina e encontrou outras maneiras de se adaptar. 


A ideia inicial da turma no ano passado era produzir a peça “A Megera Domada” de William Shakespeare, mas com as medidas de proteção contra o vírus os planos mudaram. Foram 6 meses sem aulas. As preparações para a peça só foram retomadas no final do ano e tiveram continuidade pela plataforma Google Meets. “A maioria do grupo teve dificuldade [...] Tivemos que nos adaptar novamente a rotina de ensaios e recuperar todo o desenvolvimento da peça”, contou Amanda Brasil, aluna do teatro.

 

Para não perderem totalmente o contato neste intervalo, o grupo se organizou e preparou algumas peças curtas online com a presença de poucos atores para a segurança de todos. As apresentações, que não passaram de 11 minutos cada, foram gravadas e postadas no canal do youtube da professora, além de serem divulgadas nas redes sociais. Entre as peças escolhidas estão: “A Galinha Ruiva”, “O Lobo Professor”, “Folclore em tempos de pandemia” e “A Independência do Brasil”, que foram adaptadas para o contexto atual. 

 

Algumas das curtas adequações tiveram como objetivo a conscientização sobre as medidas de proteção contra o coronavírus. "Nós sempre buscamos fazer nosso trabalho teatral vinculando cultura e educação. Trazer temas importantes para reflexão é um dos principais objetivos no meu trabalho”, contou a atriz e professora de teatro, Érika Renata Evangelista. 

 

Os alunos, que estavam acostumados com as apresentações com platéias, consideraram esse projeto diferente de tudo que já haviam feito em 10 anos de aulas. "Com certeza a emoção de gravar uma peça é totalmente diferente de apresentar a um público, porém precisamos nos adaptar ao momento”. “Foi um grande desafio”, comentaram os estudantes, Gabriel e Amanda.

 

Quando questionada sobre quais foram os maiores impedimentos nas execuções das propostas na pandemia, Érika compartilhou: “A maior dificuldade em relação às apresentações é a tecnologia. Você precisa de ótimos aparelhos eletrônicos para conseguir gravar qualquer peça teatral com boa qualidade. Já com relação às aulas, é estar distante um do outro. O teatro é contato, calor humano, olho no olho. Sem isso a adrenalina fica comprometida.”

 

A atriz ainda lamentou que o rendimento do grupo não tenha sido o mesmo com os novos modelos, porém não por falta de comprometimento ou determinação da turma, mas por falta de opções. Ela ainda destacou que uma peça fundamental para o enfrentamento da situação foi o amor: “Essa é a forma mais fácil de burlar a pandemia e é uma pena que muitos ainda não tenham entendido. É preciso ter paciência e união. A opinião também é compartilhada pelos alunos: “Acho que nós nos adaptamos da melhor maneira”, afirmou Gabriel Martini, de 17 anos. 

 

O foco no momento é se concentrar nos encontros semanais virtualmente para discutirem a respeito da produção de sua peça em andamento: “A Megera Domada”. Quanto ao seguimento dos ensaios, o grupo aguardará até que possam voltar a se reunir de forma presencial.

 
Confira algumas das peças online publicadas no canal do youtube da professora Érika Renata Evangelista:







 

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