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24/04/2023 às 17h22min - Atualizada em 24/04/2023 às 16h46min

Wicked volta ao Brasil e leva o público a Oz em nova produção

O musical conta com o retorno de Fabi Bang e Ruiz no elenco

Ramon de Paschoa - Revisado por Flavia Sousa
Myra Ruiz e Fabi Bang como Elphaba e Glinda, respectivamente / foto: João Caldas

"É muito bom me ver, não é?" Wicked retorna a cidade de São Paulo após sete anos de sua primeira versão e com novidades para o público se fascinar. Se voce estava por fora, o musical já esteve em cartaz em 2016 no Teatro Santander em São Paulo e teve mais de 340 mil pessoas assistindo ao espetáculo. 

 

A estreia aconteceu dia 9 de março e já chegou batendo recordes com mais de 40 mil ingressos antes mesmo de começar. A produção trouxe uma nova roupagem em seus figurinos, nos cenários – com destaque aos efeitos especiais e transições de cenas, além da visita ilustre de Stephen Schwartz, compositor das canções originais. 

 

Uma breve sinopse: a trama nos conta o antes, entre e depois do filme clássico de 1939 protagonizado por Judy Garland, onde conheceremos a história das bruxas Elphaba e Glinda vividas por Myra Ruiz e Fabi Bang, respectivamente. Enquanto vivemos a badalada vida universitária das personagens, algo de ruim acontece com os animais de Oz e o único que pode ajudar é o grandioso Mágico. Ao longo do enredo descobriremos em quem confiar e definir o que é o bem ou mal ao mesmo tempo em que somos acompanhados pelas composições de Schwartz.

 

O musical é um grande sucesso em solo brasileiro e também se tornou a quarta peça mais longa da Broadway a ficar em cartaz, computando seus 20 anos desde a estreia e foi definido pelo Entertainment Weekly como “o melhor musical da década”, além de ganhar dois filmes estrelados por Cynthia Erivo e Ariana Grande, com previsão de estreia para 2024 e 2025.

Boq, o Munchkin

 

“Wicked - A História Não Contada Das Bruxas de Oz” conta com grandes nomes em seu elenco principal como Marcelo Médici, conhecido por seus papéis em ‘Vai Que Cola’ e ‘Haja Coração', Diva Menner, Joice Heth em ‘Barnum - O Rei do Show’ e Tiago Barbosa, viveu Simba em ‘O Rei Leão'. Além deles temos Dante Paccola, conhecido por seus papéis em ‘Ney Matogrosso - Homem com H’ e 'Família Addams’, desta vez dá vida a Boq, colega de universidade das nossas protagonistas.  

 

 

Muito antes de se mudar para Oz, Dante conta que desde criança era fascinado por cinema e principalmente por  fantoches e relembra que foi através desse encantamento e pequenos shows apresentados para sua família que sua mãe lhe encorajou a seguir esta profissão e colocá lo em seu primeiro curso de teatro. 

 

“Eu colecionava bonecos Marvel, mas não sabia da história de nenhum deles, estava nem aí com a HQ, só queria bolar as minhas próprias histórias com os bonecos. Era uma época difícil de pedir pra mãe uma boneca, acho que era exigir demais uma mãe na década de noventa. Então pedia bonecos Marvel e eu mesmo fazia as minhas histórias, confeccionava cenários com caixa de sapato e com LEGO e aí foi isso, contar e inventar histórias.”

 

Com o teatro de pano de fundo, os sonhos e expectativas de sua adolescência foram mencionados. Acompanhar as produções e vlogs que aconteciam fora do país era praticamente uma rotina de Paccola, mas nem tudo é colorido como nas peças no qual trabalha. Entre alguns testes sem nenhuma conquista fez com que o ator seguisse com seus estudos e tivesse conhecimento de outras linguagens ainda não exploradas. 

 

“Eu fui pra faculdade de artes cênicas em Campinas e lá decidi não prestar nenhuma audição. Então foi um período dedicado só a formação, uma escolha muito acertada para mim. Acho que sempre tem que ter um aprimoramento técnico junto com aprimoramento psicológico para você querer muito, mas não tem que botar uma força de uma forma que não deposite naquilo toda a sua existência.”

 

A correria entre a vida nos palcos e seus estudos não deixam o ator parado por muito tempo. Em meio ao barulho das máquinas de café, Dante brinca sobre o papel de seus sonhos e outros musicais que gosta como Sweeney Todd, Pippin e Chicago, e completa que com a produção de seu mestrado tem puxado a vontade de se testar no lado da direção e criação de um espetáculo.

 

No fim de nossa conversa, pergunto se Wicked retornou no momento certo por se tratar de temas presentes em nosso cotidiano como política, racismo e bullying – ainda mais em um cenário pós-eleitoral. Para ele, o musical tem uma carga política muito forte, mas que algumas mensagens do livro, de Gregory Maguire, tiveram que ser adaptadas para os palcos. 

 

“A gente tem o Mágico que veio da terra através de um balão e foi parar em Oz e através de instrumentos espetaculares conseguiu converter os poderosos e não poderosos de OZ. Tem esse lugar de denúncia, né? De uma provocação tanto com essa questão do autoritarismo, do poder, de até onde a gente vai em nome do poder e uma brincadeira da espetacularização e da sociedade da aparência, o que a gente mostra e o que a gente vela, o que a gente esconde, eu acho que está muito presente nisso.”
 

A nova montagem de “Wicked - A História Não Contada Das Bruxas de Oz” – produzida pelo Instituto Artium de Cultura, em parceria com o Atelier de Cultura, fica em cartaz até julho de 2023 no Teatro Santander e conta com Fabi Bang (A Pequena Sereia) e Myra Ruiz (Evita Open Air) retornando nos papéis de Glinda e Elphaba. 


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