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19/04/2021 às 19h47min - Atualizada em 19/04/2021 às 19h30min

Bradesco faz campanha contra o assédio à assistentes virtuais

Após receber 95 mil mensagens de ofensa, banco mudou as respostas de Inteligência Artificial para combater importunação

Laiz Vaz - revisado por Jonathan Rosa
Campanha de divulgação do Bradesco. (Foto: Reprodução/ )

Na semana passada em um dos comerciais do Jornal Nacional na Tv Globo, o Bradesco se posicionou sobre mensagens ofensivas que assistente virtual do banco que a BIA (Bradesco Inteligência Artificial), vem sofrendo desde sua estreia na plataforma em 2018. O Posicionamento e a mudança das respostas da BIA fazem parte de um movimento pelo fim da violência contra a mulher, que as marcas que possuem assistente virtual estão pregando. Além de orientar os clientes e o público sobre o assédio a “personagem virtual”.

De acordo com a entrevista da Glaucimar Peticovdiretora-executiva do banco Bradesco à revista Exame, a BIA recebeu 95 mil mensagens de ofensa e assédio sexual em 2020. O comercial retrata duas ("Bia, sua imbecil" e "Bia, eu quero uma foto sua de agora"), mas segundo Peticov há outras ainda piores. A diretora-executiva também afirma que "gostaria de não ter que comentar sobre elas, porque é muito negativo para o ser humano".

A iniciativa do Bradesco foi inspirada no movimento “#Hey,UpdateMyVoice” (“#Hey,AtualizeMinhaVoz”, em tradução livre) da United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization, popularmente conhecida como UNESCO que luta contra o preconceito de gênero e o assédio moral e sexual às assistentes virtuais.

Comercial do Bradesco (Novas respostas da BIA contra o assédio) - Canal Bradesco


Todas seguem o mesmo padrão de terem nomes e voz de mulheres, como a Siri (Inteligência virtual da Apple), Alexa (Inteligência virtual da Amazon), Cortana (Assistente virtual do Windows), a Lu (Inteligência virtual do grupo Magasine Luiza) e o Google Assistente. Todo o movimento é embasado em dados do estudo, também da UNESCO, “I’d Blush If ICould” (“Eu coraria se pudesse”, frase dita pela Siri quando recebia qualquer comentário machista e sexista) de maio de 2019, onde foi constatado que as respostas dadas pelas assistentes a mensagens inapropriadas eram totalmente subversivas e passivas.

O intuito central do movimento é conscientizar as empresas para que elas atualizem as respostas programadas de suas assistentes virtuais, para respostas sérias e educativas quando sofrerem qualquer tipo de assédio. Com o apoio de mulheres reais a UNESCO criou um banco de vozes com sugestões de frases como “Por favor, não fale comigo desse jeito. Eu sou virtual, mas assédio é um crime real. Você sabia que 73% das mulheres de todo o mundo já sofreram algum assédio on-line?”.

Como dito antes o banco de vozes é composto por mulheres reais e é possível qualquer mulher participar o movimento através do site da UNESCO.

 


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