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25/04/2021 às 04h48min - Atualizada em 25/04/2021 às 04h05min

Feminismo é para todos

A contribuição do movimento para uma sociedade mais justa

Letícia Pessôa - Editado por Gustavo Henrique Araújo
Foto/Reprodução: Pixabay
Numa pesquisa rápida no Google encontra-se a seguinte definição para igualdade:
 
substantivo feminino
Fato de não se apresentar diferença de qualidade ou valor.
 
O entendimento é que temos igualdade no momento que não damos valores diferentes para coisas e pessoas distintas, mas quando se trata desse segundo grupo não é bem isso que encontramos.
 
Na sociedade quando falamos de homens e mulheres encontramos diferenças que são o reflexo dos danos que a manutenção do sistema patriarcal causa e constatamos que a igualdade ainda é uma utopia.
 
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2019 mostram que mulheres ganham 77,7% do salário dos homens e que dentro do grupo feminino existem diferenças gritantes, mulheres brancas ganham 70% mais do que mulheres negras.

O movimento feminista surge justamente da necessidade de garantir direitos iguais para homens e mulheres, mas quando a desigualdade também está presente entre mulheres é necessário um olhar atento para o recorte racial e abrir espaço para as discussões sobre a luta da mulher negra.
 
Com o racismo enraizado devido ao histórico de escravidão de seus descendentes, mulheres negras são sexualizadas ao extremo pela mídia, suas necessidades emocionais são negligenciadas e suas raízes taxadas de forma preconceituosa e não aceitável pela sociedade.


Uma vez que as ideias patriarcais vêm da ideologia de homens brancos, é primordial que mulheres negras tomem o protagonismo no movimento para que o feminismo se torne mais amplo e garanta igualdade de maneira integral.
 
Para a autora e ativista estadunidense bell books, feminismo e racismo não são lutas distintas uma vez que a mulher negra é colocada em desvantagem na sociedade perante uma mulher branca. Ressalta também que para algumas feministas essa questão ainda é tratada de maneira diferenciada:
 
"Desde o início do meu envolvimento com o movimento de mulheres fiquei incomodada pela insistência das mulheres brancas liberacionistas que a raça e o sexo eram duas questões separadas. A minha experiência de vida mostrou-me que as duas questões são inseparáveis, que no momento do meu nascimento, dois fatores determinaram o meu destino, ter nascido negra e ter nascido mulher."
 
Reconhecer que na sociedade patriarcal a mulher negra é colocada abaixo da mulher branca e ambas abaixo dos homens, se faz necessário para lutar não só pela igualdade que tanto busca o feminismo, é necessário para se aprofundar na vulnerabilidade socioeconômica que abrange mais a população negra e lutar para que esse nível de desigualdade seja reparado por meio de mais oportunidades para essas mulheres dentro da sociedade.
 
A estrutura da sociedade patriarcal também atribui nocivos estereótipos aos homens. Da problematização dessa questão surge o conceito de masculinidade tóxica que dita o ideal de comportamento masculino e cobra essa conduta do homem, desde rotular quais brinquedos são apropriados para eles durante a infância, podando demonstrações de vulnerabilidade e os caracterizando pela virilidade. Se juntando ao feminismo os homens colaboram na luta contra o machismo que em partes também os atinge.
 
Compreender a amplitude do movimento é importante para saber como cada indivíduo é afetado pelo sistema e auxiliar na luta por igualdade racial, de gênero e de classe. Para isso, listamos três livros que podem te ajudar a se aprofundar nessa luta, afinal o feminismo é para todos.
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