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13/05/2021 às 18h53min - Atualizada em 13/05/2021 às 18h36min

Após treinamento, cães identificam coronavírus pela urina das pessoas

Além de farejar o coronavírus por saliva e suor, agora os cachorros são capazes de detectar o vírus pela urina

Isabela Mello - Editado por: Celine Almeida

O Centro de Trabalho para Cães da Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, iniciou um estudo com cães farejadores para identificar o coronavírus pela urina de humanos. Os animais foram testados e treinados por três semanas e os resultados indicaram 96% de eficácia.

Na primeira parte da pesquisa, nove cachorros foram treinados para reconhecer o cheiro de uma substância sintética conhecida como Composto de Detecção Universal (UDC), um odor não encontrado de forma natural no ambiente. 

Cada vez que os cães reconheciam a substância, eram recompensados. A partir disso, os oito labradores e o único pastor belga do estudo passaram para a segunda parte, no qual precisavam identificar o COVID-19 em amostras de urina colhidas de pacientes que testaram positivo. No treinamento, o vírus é inativado com calor ou detergente para não prejudicar os animais.

 
Resultados e próximos passos

No final dos testes, os pesquisadores chegaram à conclusão que todos os cachorros conseguiam identificar o coronavírus na urina, onde a carga viral costuma ser menor, com precisão média de 96%. Os animais aprenderam a diferenciar as amostras positivas e negativas com especificidade de 99%, ou seja, praticamente sem falsos positivos. Por outro lado, o sucesso sobre amostras negativas foi menor e chegou a 68%, o que significa que havia alguns falsos negativos.

Cynthia Otto, diretora do Centro de Trabalho para Cães da Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia reconhece que o estudo não é muito fácil:

 

"Não é uma coisa simples que estamos pedindo aos cães. Eles precisam ser específicos sobre a detecção do odor da infecção, mas também precisam generalizar os odores de fundo de pessoas diferentes", disse a autora sênior.


Como os cachorros foram treinados com poucas amostras e conseguem sentir o cheiro de várias doenças, eles falharam em detectar o vírus em amostragens completamente novas. Agora, nos próximos estudos, Chyntia Otto disse que os pesquisadores querem treinar os cachorros com amostras diversas. Segundo ela, o plano da equipe é treinar esses cães para detectar se alguém está ou não infectado pelo coronavírus e se já recebeu a vacina com base nos odores de suas roupas.
 

Outros testes feitos com cachorros no combate ao Covid-19

No ano de 2020, a Medical Detection Dogs (Cães de Detecção Médica, na tradução do inglês) começou testes com a ajuda do cocker spaniel Asher sobre a detecção do coronavírus com o olfato do cachorro. Asher e mais cinco cães das raças cocker spaniel e labrador foram treinados por Claire Guest com exercícios parecidos aos usados para detectar a presença de drogas e explosivos em aeroportos. Os testes ainda estão em andamento e caso funcione, os cães, possivelmente, irão ajudar no combate ao vírus em aeroportos no Reino Unido.

Na Finlândia um projeto parecido foi iniciado com cachorros treinados para detectar o vírus, no aeroporto de Helsinque-Vanda. Como a eficácia dos animais não havia sido comprovada em estudos científicos comparativos, os passageiros se ofereciam para os testes e caso fossem identificados como portadores do vírus, eram instruídos a realizar um exame de coleta para confirmar. O exame era feito a partir de uma gaze passada no pescoço do passageiro e colocada em uma lata, no qual era direcionada para uma sala onde o cão estava e após farejar, o resultado era divulgado. Os responsáveis pelo projeto afirmaram que os animais chegaram perto de uma sensibilidade de 100%.

Países como Emirados Árabes, Bélgica, Chile e Alemanha também treinam seus cães farejadores para ajudar no combate ao coronavírus..
 
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