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14/05/2021 às 12h58min - Atualizada em 14/05/2021 às 12h47min

Maio Vermelho | Mês de conscientização do câncer de boca

Segundo INCA em 2019, houve 6.605 mortes por câncer bucal

Por Ynara Mattos - Editado por Maria Paula Ramos
Foto: Divulgação/Site RD - Repórter Diário

O mês de maio é um mês onde a campanha de conscientização ao câncer de boca (também conhecido como câncer bucal, de lábio e cavidade oral) tem ganhado mais força. Desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1987 reforça a importância de prevenir essa doença mantendo uma boa saúde bucal e evitando cigarros e bebidas alcoólicas. Pertinente a data do dia 31 de maio em que é comemorado o dia mundial do combate ao fumo (é uma data com o intuito de sensibilizar a população sobre o risco de fumar), a campanha maio vermelho tem como o objetivo incentivar que a população fique atenta a sinais de lesões bucais e que profissionais de saúde ampliem as discussões sobre o assunto.

 

Segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer bucal é um tumor maligno que afeta lábios, estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. É mais comum em homens acima dos 40 anos, sendo o quarto tumor mais frequente no sexo masculino na região Sudeste do país. A maioria dos casos é diagnosticado em estágios progressivos.

 

Em 2019, houve 6.605 mortes por câncer bucal, sendo 5.120 homens e 1.485 mulheres. O INCA estimou ainda 15.190 novos casos no último ano, sendo 11.180 em homens e 1.485 mulheres -  conforme o Atlas de mortalidade por câncer - SIM. 

 

 

Entre as espécies de câncer bucal mais comuns estão "O carcinoma escamoso ou carcinoma espinocelular, quando ocorre nos lábios - o cuidado deve ser redobrado e isso fica também como prevenção com a exposição solar - eventualmente, você pode ter melanoma, por exemplo, nessa região por conta da exposição solar, então o protetor labial em formato de batom, com fator ultravioleta é extremamente importante." - Afirma Dr. Andrey Soares, Oncologista do CPO Oncoclínicas

 

As pessoas mais propensas a desenvolverem o câncer bucal são as que se encaixam nos fatores de riscos como: 

  • O tabagismo;
  • O etilismo (alcoolismo)
  • A exposição ao sol sem proteção (acarreta câncer labial); 
  • Infecção do vírus HPV
 

Sintomas:

 

Os principais sintomas podem ser caracterizados por:

 
  • Lesões (feridas) nas regiões da boca, língua, em toda a mucosa que se encontra na parte interior na boca, gengivas e lábios. Podem se apresentar em formas de aftas persistentes ou úlceras e podendo ocorrer sangramentos.
  • Manchas e placas vermelhas ou esbranquiçadas na mesma região, incluindo céu da boca e também bochechas. 
  • Nódulos e caroços no pescoço, os linfonodos 
  • Abaulamento do nódulo -  indolor ou doloroso o que vai depender da região que ele acontece.
  • Nos casos mais avançados observa-se dificuldade de mastigação e de engolir, dificuldade na fala, sensação de que há algo agarrado na garganta e que impede a movimentação da língua.
 

Dr. Aline Manfro, Odontologista, em um vídeo para o canal no YouTube Dental Speed compartilha os 8 passos para identificar o câncer bucal:

 

 

“A cura está diretamente relacionada à quando é feito o diagnóstico, se precocemente ou não. Quanto mais precoce maior oportunidade de cura, esses números podem ultrapassar a marca de 90% a 95%, infelizmente quando já está avançada a hipótese do tumor decidir se o paciente vai falecer é alta.” -  Salienta o Oncologista

 

Diagnóstico:

 

O Dr. Andrey, explica sobre como ocorrem os diagnósticos do câncer bucal: “O mais comum é o aparecimento de lesões nas regiões da boca que compreende uma parte da língua, a parte dos dois terços anteriores da língua, a zona de toda mucosa que recobre dentro da nossa boca perto dos dentes, da gengiva e também os lábios. Essas lesões aparecem, em geral, em forma de aftas muitas vezes persistentes que ficam bastantes tempo e que não melhoram. Então, lesões que permanecem ou ficam por mais de 15 dias devem ser sempre avaliadas por algum médico. Também pode ser feito o diagnóstico quando a doença está um pouco mais avançada, eventualmente com os nódulos no pescoço que são os linfonodos, ou em um sintoma se a doença já deu metástase especificamente para esse órgão. Eventualmente, não necessariamente, podem aparecer aftas ou úlceras, mas, pode ser só uma bola, vamos dizer assim um abaulamento do nódulo que pode ser inclusive indolor ou doloroso o que vai depender da região que ele acontece.”

 

“O diagnóstico do câncer de cavidade oral normalmente pode ser feito com o exame clínico (visual), mas a confirmação depende da biópsia. Esse procedimento, na grande maioria das vezes, pode ser feito de forma ambulatorial, com anestesia local, por um profissional treinado. Alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada, também auxiliam no diagnóstico, e, principalmente, ajudam a avaliar a extensão do tumor. O exame clínico associado à biópsia, com o estudo da lesão por tomografia (nos casos indicados) permite ao cirurgião definir o tratamento adequado. As lesões muito iniciais podem ser avaliadas sem a necessidade de exame de imagem num primeiro momento. O diagnóstico inicial permite tratamento com melhor resultado funcional, visto que tumores diagnosticados em estágios mais progressivos vão implicar em tratamentos mais agressivos com maior hipótese de sequelas.” - Informa o INCA 

 

Tratamento:

 

De acordo com o INCA, na grande maioria das vezes o tratamento é cirúrgico, tanto para lesões menores, com cirurgias mais simples, como para tumores maiores. O cirurgião de Cabeça e Pescoço é o profissional que vai avaliar o estágio da doença. Essa avaliação, associada a exames complementares, determinará o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia são indicadas quando a cirurgia não é possível ou quando o tratamento cirúrgico traria sequelas funcionais importantes e complicadas para a reabilitação funcional e a qualidade de vida do paciente. A cirurgia normalmente consiste na retirada da área afetada pelo tumor associada à remoção dos linfonodos do pescoço e algum tipo de reconstrução quando necessário. Nas lesões mais simples, muitas vezes é necessário apenas a retirada da lesão. Nos casos mais complexos, além do tratamento cirúrgico, é necessária realização de radioterapia para complementar o tratamento e obter melhor resultado curativo. Em todas as etapas do tratamento é importante o aspecto interdisciplinar (com a participação de vários profissionais de saúde) visando prevenir complicações e sequelas.
 

“O tratamento irá depender um pouco de quão adiantada está a doença, então, se a doença é mais precoce podemos optar pela cirurgia, o tratamento pode ter também radioterapia, quimioterapia ou pode combinar esses tratamentos, todos eles com o intuito curativo. Eventualmente, nos casos em que a doença já está disseminada, com metástase ou incurável de uma maneira localizada, então não dá para uma cirurgia adequada ou as radioterapias porque já foi feita e teve uma recidiva e não dá irradiar. O tratamento de controle da doença, principalmente em imunoterapias, hoje, são grandes tratamentos para essa espécie de tumor inclusive, também alguns outros anticorpos assim como são combinados ou não a quimioterapia.” - Reitera o Dr. Soares


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