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16/05/2021 às 21h40min - Atualizada em 16/05/2021 às 21h13min

Será que a premiação do Globo de Ouro vai deixar de existir?

Baixa audiência, escândalos de corrupção, racismo e suborno colocam em risco a credibilidade e continuação da tradicional premiação

Virginia Oliveira - revisado por Jonathan Rosa
(Crédito: KStudio, Netflix, Gratispng, HFPA/ Montagem: Virginia Oliveira)

A premiação do Globo de Ouro acontece desde 1944, mas por conta de diversas controvérsias, o evento vem perdendo relevância no mundo do cinema. A Hollywood Foreign Press Associantion (HFPA), organizadora da premiação, está sofrendo uma espécie de boicote por parte de artistas e empresas até que medidas reparatórias sejam tomadas.

Lembrando que não é de hoje que a HFPA dá indícios de sua parcialidade e desonestidade. Um desses momentos icônicos aconteceu em 2018, quando a atriz Natalie Portman deu uma alfinetada ao anunciar as indicações de Melhor Diretor, dizendo: “Aqui estão todos os homens indicados”, expondo a falta de representatividade feminina na premiação.


Neste ano, a cerimônia bateu o record de baixa audiência nos Estados Unidos, atingindo apenas 6.9 milhões de espectadores, segundo o site da revista Vulture. Além disso, o evento foi alvo de protestos contra discriminação racial, já que entre os 87 votantes que compõem a associação, nenhum é negro. “(...) Entendemos que precisamos inserir membros negros, assim como membros de outras ascendências, e vamos imediatamente trabalhar para implementar um plano de ação para atingir esse objetivo o mais rápido possível”, declarou a organização do prêmio em suas redes sociais.

E o que dizer das indicações inesperadas como “Emily em Paris” da Netflix, indicada como Melhor Série de Comédia, que apesar de bem-feita, não é vista pela crítica como concorrente de um prêmio assim. Depois foi descoberto que 30 dos jurados da HFPA foram convidados para ir a Paris para acompanharem as filmagens, recebendo tratamento especial e hospedagem em um hotel caríssimo, o que poderia ter influenciado na votação.
 
Diante desse cenário catastrófico, a organização do Globo de Ouro trouxe à tona, na última segunda-feira (10), um plano de reforma com várias promessas de como irão diversificar o time de membros e aumentar a confiabilidade do prêmio. Porém, até que algo realmente seja feito, muitos atores e empresas como Netflix, Amazon Studios e WarnerMedia começaram a cortar relações com a HFPA.

 

O ator Tom Cruise, ganhador de três Globos de Ouro, devolveu os prêmios em sinal de protesto. Além dele, Mark Ruffalo, ganhador do prêmio em 2021 pela atuação em "I Know This Much Is True", publicou um texto em seu Twitter, criticando a associação. "É desencorajador ver a HFPA, que ganhou notoriedade e lucro generoso de seu envolvimento com cineastas e atores, resistir às mudanças pedidas por eles (...). Honestamente, como um ganhador recente de um Globo de Ouro, não posso me sentir orgulhoso ou feliz por receber tal prêmio".
 



A NBC, principal emissora que exibia a cerimônia desde 1996, decidiu que não transmitirá a edição de 2022 e da mesma forma a TNT Brasil. Esse "cancelamento" mostra que a premiação está em declive, mas ainda é cedo para dizer se irá deixar de existir. Resta agora aguardar os desdobramentos dessa trama.


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