No Brasil era comum as ecobags serem brindes de lojas para clientes. Em pouco tempo, a alternativa ecologicamente correta conquistou as mulheres do país. Sendo assim, é possível encontrá-las não somente como sacolas de supermercado, mas também, em shoppings ou eventos para compor looks.
Ana Beatriz Sampaio, bacharel em moda e CEO da Criallus, conta que essa tendência veio de “fora” e respingou no Brasil, já que o país recebe muita influência: “Se você joga no Pinterest "ecobag" ou algo semelhante a isso, vem uma enxurrada de fotos gringas”.
O pequeno passo de trocar o plástico pelo tecido nas bolsas começou quando, em 2007, Anya Hindmarch, estilista inglesa, criou a bolsa de pano com a frase “I’m not a plastic bag” (Eu não sou uma bolsa de plástico).
A partir daí, o termo "ecodesign" - cuja primeira definição foi dada por Victor Papanek em 1971 -, se popularizou e caiu na "boca do povo”. Isso sugere um processo de gestão ambiental, desde a produção e distribuição, até a utilização, que contribui para redução dos impactos, como descarte indevido, que resulta no entupimento de bueiros e poluição de oceanos e rios.
Incentivo ao uso: como as empresas podem contribuir
As marcas no mercado, desde fast fashion até slow fashion, se posicionam cada vez mais conscientes ecologicamente. Nesse sentido, a questão que fica é: elas são realmente coerentes com os princípios do desenvolvimento sustentável, ou visam somente uma auto-promoção, a partir de um capitalismo humanizado e engajado?
Mais que só uma estratégia de marketing, as empresas devem investir e valorizar positivamente o uso das ecobags. É fato que a indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo. Segundo o site Ecycle, ela é responsável por 1,2 bilhão de toneladas de gases do efeito estufa por ano.
Está mais que na hora de as propostas - tais como: eliminar o uso de substâncias tóxicas e fibras plásticas nos tecidos, e fazer da durabilidade um conceito mais atraente -, saírem do papel.
Assim como Izabela Suzuki, graduanda em Jornalismo e apaixonada pelo mundo da moda, comenta: “Hoje, as empresas têm muito menos trabalho. A geração mais jovem é muito mais engajada. Eles procuram por isso, então basta a empresa querer.”
Unindo o utilitarismo com a recuperação ambiental
A produção de plástico vem aumentando consideravelmente por ano. Segundo a Exame, na lista elaborada pela World Wide Fund for Nature, em 2019, que compila a relação de 200 países com o plástico, o Brasil aparece em 4º lugar, com 11,3 milhões de toneladas produzidas anualmente.
Para conseguir comprovação de “amiga da natureza”, a bolsa precisa levar em sua composição fibras de origem vegetal e algodão orgânico. Além disso, para que ela cumpra a função, deve ser reutilizada várias vezes, o que não é considerado “missão impossível”, já que elas são bem mais resistentes.
Dessa forma, as ecobags são um grande passo rumo à sustentabilidade. Ana Sampaio afirma que, antes de tudo, elas auxiliam na redução de impactos ao meio ambiente:
“Estima-se que utilizar uma sacola retornável faz com que a gente deixe de usar pelo menos 500 sacolas plásticas por ano. Leva segundos para se produzir uma sacola de uso único, e a mesma rapidez para se descartar dela também.”, fala Ana Beatriz.
Aposte na moda sustentável: veja como incorporar as ecobags no look
Para a felicidade de muitos, as ecobags estão conquistando seu lugar no mundo da moda. Isso porque a soma da estética com a sustentabilidade ganha o coração das gerações atuais, e tem grandes chances de se perpetuar.
A principal das vantagens é que as sacolas retornáveis são muito versáteis. Podem ser de diferentes cores, modelos, tamanhos e usadas em looks para as mais diversas ocasiões.
Ana diz que criou a Criallus justamente para externalizar a criatividade nas bolsas: “Eu amo ecobags que carregam arte, por isso as faço. Bora botar cor no mundo de forma bacana!”, fala a CEO da Criallus.
Não há regras sobre o que é e o que não é válido na moda. As ecobags completam bem aquele visual mais casual do dia a dia, mas, isso não significa que não tenha espaço em looks mais “ousados”.
Para aqueles que pensam que as ecobags tem ocasião correta para ser usada, Izabella Suzuki nega:
“Hoje não existe mais ocasião apropriada pra nada, né?! A moda está indo para um patamar no qual você se veste de acordo com o que você quer, e com os ideais que você quer expressar!”, diz Izabella.
Seja no mercado, seja na feira, seja na faculdade ou no shopping, o que importa é fomentar o uso das ecobags. Ela colabora para o seu visual em diferentes locais e, antes de tudo, garante a sustentabilidade ambiental.