Gostaria de perguntar algo a você, leitor: também sente que as semanas finais antes de iniciar suas merecidas férias são mais exaustivas do que a união de todos os outros meses de trabalho diário?
Pois eu sim: a carga é maior para “compensar” o tempo em que estarei ausente e a exaustão já é tamanha que sinto que trabalho em “modo zumbi” de energia: lentamente, com a mente exausta implorando por pausa.
Porém, elas finalmente chegam ao fim e minha vontade é gritar e chorar de alívio: Estou de férias! Por ao menos duas semanas, chega de trabalho, a única “meta” é ter um tempo de qualidade com minha família. Bem, era o que eu pensava.
Inicialmente tudo correu maravilhosamente: minha família alugou uma casa distante na serra, “ótimo, irei respirar ar fresco depois de tanto tempo no home office”, pensei. E de fato: foi apenas paz… por três dias.
Começou aos poucos: um colega pedindo ajuda com o sistema novo, a dificuldade de outro em encontrar alguém para entrevistar - Ah, olá novamente! Clara Fernandes por aqui (clique aqui, e também nesta matéria e se quiser, neste conteúdo para ler outras produções minhas!) - Sou estudante de jornalismo e notei que realmente, a notícia nunca dá folga.
Depois, outras questões “pequenas” começaram a aparecer: preencher um relatório, enviar o contrato para um cliente, escrever uma matéria “rapidinho”. Sinceramente, não notei o que ocorria até perceber a culpa me preencher: “preciso mesmo de férias? Afinal, já estou fazendo trabalhos pequenos, deveria aproveitar este tempo para fazer um curso.”
Sim, minha cabeça não estava em um bom lugar e aos poucos meu corpo foi mostrando isso: o som de notificações das mensagens passou a ser sinônimo de ansiedade e pânico, como uma perseguição eterna.
Estava com os nervos à flor da pele: já não era capaz de comer sentia um embrulho no estômago e meu coração constantemente batendo a mil, a sensação era que eu podia parar na emergência a qualquer momento, a respiração era irregular… tudo culpa de um celular.
Chegou um momento em que disse “BASTA!”, informei a todos meus colegas e chefe que não adiantaria enviar mensagens: eu desligaria todo o contato com o mundo e voltaria apenas após as férias.
Podem imaginar como fui criticada por todos, especialmente por meu chefe: “você é fresca e anti-profissional", mas não perdi meus cabelos por isso. Notei que o meu momento de descanso se tornou pior que todas as semanas de trabalho, eu adoeci e precisava de paz.
Apesar de todas as críticas, esta foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado: finalmente pude descansar, respirar, sorrir!