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23/07/2021 às 15h23min - Atualizada em 23/07/2021 às 15h02min

Vovós nas redes

Será que os idosos de antigamente são os mesmos dos tempos tecnológicos?

Letícia Aguiar - Edição por Brenda Freire
reprodução/internet
Na próxima segunda-feira (26), o nosso calendário vai marcar um dia mais que especial dedicado especialmente às vovós e aos vovôs que são considerados os nossos “segundos pais”. Responsáveis por nos mimar e participar de todas as nossas travessuras na infância, eles também fazem parte deste nosso mundo acelerado que transborda de mudanças.

Enquanto nós já dominamos e entendemos boa parte das inovações da tecnologia, nossos queridos vovôs ainda estão tentando compreender esse universo, mas se engana quem pensa que eles estão ficando para trás. Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, aumentou o número de idosos brasileiros acima de 60 anos que navegam nas redes. Em 2018 eles eram 68%, agora em 2021, eles já são 97%.

Nesse mundo de vovós conectados, dona Amerilda Moura, de 75 anos, não deixa de ficar por dentro da tecnologia. De fones nos ouvidos e celular na mão, ela não perde o grupo de orações no Youtube. Mas não é só dessa plataforma que Amerilda entende, Facebook, Whatsapp, Instagram, já são palavras bem familiares do seu vocabulário. Para ela, o importante mesmo é acompanhar o tique-taque dos tempos modernos. “Hoje as coisas mudaram totalmente e nós precisamos evoluir também, junto dos nossos filhos e netos”, disse.



Essa inclusão digital dos idosos é muito importante e pode trazer benefícios. Em entrevista ao portal R7.com, a geriatra Maisa Kairalla fala que o acesso aos dispositivos digitais estimula o cérebro, a memória e promove a socialização da pessoa idosa, tornando-o mais ativo e integrado a nossa realidade, guiada essencialmente pela tecnologia.

Contudo, nem todos os mais velhos fazem parte dessa era conectada. É o caso de Maria das Graças, 73 anos. Fã das novelas e dos reality shows, ela adora passar seu tempo em frente a televisão. Assiste os jornais e se mantém informada, mas não acompanha as novidades que todo dia aparecem no grupo da família, já que ela não tem celular e não utiliza as redes sociais. 

Embora os filhos e netos tenham tentado ensinar dona Maria a entender de tecnologia, ela prefere manter a sua amizade com a TV e diz que gostaria de conhecer mais os dispositivos digitais, só não quer mesmo é usá-los o tempo todo. “Eu até queria saber mais sobre a tecnologia, mas não queria estar o tempo todo no celular, coisa que eu vejo muito com as pessoas ao meu redor”, falou.



Assim como os filhos de dona Maria, Gabriel Victor, neto de dona Amerilda, entende a importância de incluir digitalmente os nossos idosos, pois já dizia o filósofo Heráclito: “Nada é permanente, exceto a mudança”. É por isso que Gabriel sempre tenta ajudar sua avó e seu avô a acompanharem o mundo atual.

Ele ensina os avós a usarem aplicativos de comida, fazerem pagamentos, comprarem remédios e acredita que é obrigação de todos nós ajudarmos os mais velhos. “É dever de quem entende ajudar os idosos a usarem a internet, até para eles não caírem em golpes, e também, para que eles possam ter acesso a outros serviços, como pagar contas, comprar remédios, ou até mesmo, encontrarem amigos de muito tempo", afirmou.

Experientes na tecnologia ou não, nossos avós são pessoas que sempre participaram de todas as nossas reviravoltas, desde os primeiros passos até a fase adulta, eles estão ou estiveram fazendo parte da nossa trajetória. Portanto, mais do que amar é preciso inclui-los nesse mundo cheio de metamorfoses, para que eles se sintam uma parte ativa e fundamental da sociedade.



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