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28/07/2021 às 20h48min - Atualizada em 28/07/2021 às 17h24min

O sucesso do PIX no Brasil

O Pix, um meio de pagamento eletrônico, nem completou um ano de criação e já é um sucesso entre os brasileiros.

Leonardo Leão - Editado por Marceli Maria
Banco Central do Brasil

 Desde seu lançamento no dia 16 de novembro de 2020, o Pix vem se popularizando, ele já superou o número de pagamentos por boletos bancários e cheques, além das transações feitas por TED, DOC e TEC no país. Ele cresceu 1.733% entre novembro do ano passado e maio deste ano. O Pix é um meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central do Brasil (BACEN) para facilitar as transações bancarias.

 Para Nicholas Sacchi, Head de research no BTG Digital Assets, o Pix representou o início da digitalização do dinheiro no Brasil. Ele lembra que antes de seu surgimento, as transferências bancárias se limitavam ao horário comercial e oneravam o consumidor final. Agora elas podem ser realizadas a qualquer momento e o seu custo para o usuário é próximo de zero.

 Nicholas também destaca que a pandemia acelerou o processo de digitalização da economia, que já estava em evolução. Essa forma de transferência é mais segura e evita possíveis contaminações. Para se ter uma ideia, o BACEN ampliou o uso do Pix para pagamentos de compras online e transferências via aplicativos de mensagens e redes sociais.
 

 Segundo Nicholas, o fato de o Pix possibilitar o pagamento sem a necessidade de usar um cartão de crédito faz dele uma ferramenta poderosa para o consumidor final. Portanto, ele é um importante meio para a desintermediação das transações financeiras, beneficiando tanto os consumidores, quanto os comerciantes. Os bancos já estão sentindo os efeitos dessa nova tecnologia.

 Uma pesquisa realizada pela consultoria GMattos com lojas online revela que a aceitação do Pix entre os consumidores triplicou de janeiro até agora. Outra pesquisa feita pelo Fiserv mostrou que 22% dos entrevistados preferiam o Pix como forma de pagamento, perdendo apenas para o cartão de crédito com 28%. Ela também revelou que 66% consideram esse sistema seguro.

 Em março deste ano, apenas R$ 21,5 milhões dos R$ 237,4 bilhões em transações via Pix foram de pessoas para empresas (P2B). De acordo com a GMattos, apenas 32,2% dos negócios online oferecem a opção de pagamento via Pix. Mas com as novas funções esses números podem aumentar no futuro.

 Sobre sua importância no processo de bancarização da população, Nicholas Sacchi afirma que tanto o Pix, quanto o Open Finance e o Real Digital são importantes para a inclusão financeira. Afinal eles facilitam o acesso, aumentam e incentivam a concorrência no setor e criam novos agentes nesse ecossistema, como o iniciador de pagamento.

 Ele também explica que isso faz com que os bancos absorvam um número superior de clientes que antes estavam à margem do sistema financeiro. Além de todas as empresas que passam a poder contribuir para esse processo.

 Mesmo com tantas vantagens, muitos ainda questionam sobre a segurança do Pix. Para Nicholas esses questionamentos são legítimos e não devem ser ignorados. Principalmente em relação aos tipos de chaves que podem revelar informações pessoais, como o CPF.

 Quanto ao email e o número de telefone, ele considera que podem ser informações menos sensíveis, mas ainda com algum risco. Ele sugere que o ideal é utilizar a geração de chaves aleatórias para garantir que nenhuma informação pessoal seja compartilhada.
Mas se a preocupação for com a segurança da forma de pagamento em si, Nicholas Sacchi lembra que:

(...) a nova tecnologia já se provou sólida e resiliênte nos últimos meses de operação, portanto não há porque se preocupar.


 Sobre os projetos para o futuro, Nicholas declara que os próximos passos é a integração do Pix ao Open Finance que pode implicar na portabilidade dos dados financeiros dos clientes para outras instituições e a criação de uma moeda digital do banco central brasileiro.

 “Além da primeira rodada do sandbox regulatório da autarquia, que deverá trazer regras para o uso de novas tecnologias no setor financeiro, como resultado da colaboração entre inovadores e o regulador,” afirma Nicholas Sacchi.


 Tanto o Real Digital, quanto o Open Banking são exemplos do interesse do Banco Central em modernizar o ambiente econômico do Brasil. O Open Banking ou Open Finance busca facilitar o compartilhamento do perfil financeiro e dos dados pessoais dos clientes, com sua permissão ou solicitação, entre os bancos. Já o Real Digital será uma CBDC (Central Bank Digital Currencies), ou seja, uma moeda digital emitido pelo BACEN. O Pix foi apenas o primeiro passo para uma evolução ainda maior no setor financeiro do país.

 
Nicholas Sacchi destaca o desenvolvimento do mercado de criptoativos, que em sua opinião, representa um degrau além na inovação dentro do universo financeiro, com soluções de inclusão a nível mundial e removendo as fronteiras geográficas na dinâmica global de troca.

 Por fim, Nicholas diz que isso significa que as cédulas como conhecemos deixarão de existir, passando a serem apenas lembranças de um passado não tão distante, mas que não conversa com essa nossa realidade totalmente digital em que vivemos.


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