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20/08/2021 às 18h24min - Atualizada em 20/08/2021 às 18h10min

Ministério da Saúde autoriza aplicação da 2° dose de Pfizer àqueles que receberam a 1° da Astrazeneca enquanto estudos para 3° dose iniciam no Brasil

A recomendação é que a aplicação só ocorra quando não houver Astrazeneca ou o imunizado tenha alguma contraindicação específica

Isabela Mello - Editado por Manoel Paulo
Com o baixo estoque da Astrazeneca, vacina produzida pela Universidade de Oxford, o Ministério da Saúde autorizou que os municípios apliquem a Pfizer, em alternativa à segunda dose. A decisão tem embasamento científico e levou em conta dois estudos que foram realizados.

No primeiro, feito no Reino Unido, os imunizantes da Astrazeneca e Pfizer foram misturados, com recomendação de um intervalo de quatro semanas entre as doses, e tiveram como resultado “uma resposta imune superior”. No outro estudo clínico apresentado, foi constatado “uma resposta imune robusta no esquema heterólogo associado a um bom perfil de segurança”. Essa técnica de misturar vacinas é conhecida como intercambialidade e já foi utilizada em outros casos.

Segundo a nota técnica do Ministério da Saúde, a recomendação para a troca de vacinas deve ocorrer “em situações de exceção, onde não for possível administrar a segunda dose da vacina com uma vacina do mesmo fabricante, seja por contraindicações específicas ou por ausência daquele imunizante no país”. Dessa forma, poderia receber a segunda dose da Pfizer aqueles que tiveram reações graves, como gestantes.


Dificuldade na produção

Apesar da Astrazeneca ser produzida pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Brasil, as doses entregues estão cada vez menores. Para efeito de comparação, entre abril e junho, foram entregues mais de 60 milhões de doses da Astrazeneca no país, enquanto que, em julho, esse número só chegou a 14,5 milhões. Em agosto, os números não são melhores e a previsão é de 11,6 milhões de doses até o final do mês.

A falta do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), importado da China, dificulta a produção das vacinas e impossibilita que a Fiocruz consiga alcançar sua capacidade máxima diária, ou seja, mais de 1 milhão de doses.

Cidades como São Paulo, Niterói (RJ) e Juiz de Fora (MG) precisaram suspender a aplicação da segunda dose de Astrazeneca por falta do imunizante.


Terceira dose entra em pauta

Enquanto os estados, municípios e Ministério da Saúde tentam entrar em consenso sobre a distribuição da vacina para não atrasar o calendário, já é discutido uma possível aplicação da terceira dose da vacina.

Na última sexta-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu que a terceira dose só deve ocorrer após o avanço da segunda dose no país.
 

Já há um consenso que será necessária a terceira dose. Sobre como fazê-la, o ministério contratou um estudo onde nós testamos indivíduos imunizados com as duas doses. Nós teremos essas respostas no final de outubro, começo de novembro. Se antes disso houver dados científicos e nós tivermos disponibilidade de doses, aí podemos antecipar essa terceira dose. Só que para antecipar a terceira dose, eu preciso avançar na segunda dose”, disse.


Mesmo com o Ministério esperando esses resultados, alguns especialistas defendem que a terceira dose seja aplicada, em caráter excepcional, a idosos e pessoas imunossuprimidas por correrem maior risco de desenvolverem a doença de forma grave.

No Brasil, a Anvisa já autorizou os estudos de uma terceira dose da Pfizer e da Astrazeneca. Enquanto isso, o Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), já iniciou as pesquisas para avaliar a necessidade de uma terceira dose às pessoas que tomaram duas doses da Coronavac.
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