O setor de cosméticos está em crescimento e ganhou essa notoriedade por causa do boom das mídias sociais. Com a pandemia de covid-19, as redes sociais se tornaram o centro das atenções e proporcionaram destaque para várias áreas e a indústria da beleza foi uma delas.
Pegando carona nesse crescimento, as produções dos cosméticos se renovaram e apostaram em fórmulas veganas e transparentes em todo seu processo. Fazendo com que chegue a todos os públicos e ganhando ainda mais notoriedade.
Apesar de entendermos como a indústria da beleza está crescendo, se renovando e, como a redes sociais tiveram um papel importante, nem tudo tem o lado positivo. Ao mesmo tempo em que a o mercado dos cométicos se desenvolveu, houve um crescimento da venda de produtos de beleza falsificados, comercializados por um preço inferior.
O comércio de produtos de beleza falsificados movimentam mais de US$460 bilhões por ano, sendo mais lucrativa que o tráfico de drogas. Grande parte dos cosméticos e serviços ilegais são provenientes da China. O tema chegou a ser tratado em um documentário produzido pela Netflix, em 2019, "Desserviço ao Consumidor".
O resultado dessa investigação retratada no documentário é assustador. Os cosméticos falsificados são produzidos em laboratórios clandestinos na China, sem qualquer preocupação com higienização ou regulamentação.
Além de não ter uma infraestrutura adequada, o longa apresenta testes que apontam os tipos de matéria prima que esses fabricantes ilegais utilizam. São ingredientes carcinogênicos, bactérias, urina, fezes e metais pesados, como mercúrio e grafite.
Por serem produtos perigosos, ao entrar em contato com a pele humana podem provocar problemas de memória, fertilidade e impetigo. Entre os risco também estão o uso de fórmulas sem nenhuma regularidade e fiscalização, podendo causar ceratoconjuntivite, feridas na pele, pústulas, dermatite de contato e terçol e dentre outros riscos que podem a saúde.
Em entrevista, a esteticista Alessandra Nolasco explicou sobre os riscos que esses produtos podem causar na saúde humana. Ela cita alguns desses produtos irregulares.
"Exemplos de componentes presentes nesses tipos de cosméticos são: Tolueno (Depressor do sistema nervoso central); Chumbo (Redutor das capacidades cognitivas e cancerígeno);Parabenos (Causador da alteração do sistema endócrino) e Alcatrão de hulha (Causa alteração das disfunções do coração). Alguns dos vários que existem, portanto é importante o consumidor pedir orientação ao profissional que tenha o entendimento da parte Cosmetógica para indentificar e direcioná-lo corretamente.
Com todo esse maus cuidados e sem nenhuma preocupação com a vida humana e nem ambiental. Os fabricantes clandestinos utilizam fórmulas baratas pois o custo é menor e eles lucram um valor muito superior ao produzido pelas empresas que investem nas formas originais, que são caras. No entanto, são testados e produzidos por profissionais qualificados e em laboratórios adequados.
A esteticista ainda enfatiza os perigos desses artigos irregulares que os fabricantes clandestinos usam e afirma que Infelizmente quem trabalha com a saúde da pele precisa conviver com esses tipos de produtos e opções dos nossos pacientes.
"Os riscos são muitos e em diversos campos. Começo a falar pela segurança do cosmético, não garantia de qualidade e suporte da empresa que opta por essa linha de qualificação. Em conjunto, falamos sobre a matéria-prima do Cosmético que é bem inferior ao que é oferecido, fora os agentes contaminantes e materiais pesados que podem trazer sérios problemas à saúde em um período de curto prazo", afirmou.
“A sociedade Brasileira está passando por um período muito difícil em relação às condições financeiras. O consumidor que faz essa opção, muita das vezes não tem um poder de aquisição favorável para compra de produtos de qualidade, pois o mesmo acaba sendo um investimento mais alto do que o esperado, além da questão da falta de conhecimento sobre os malefícios dos cosméticos baratinhos", explicou a esteticista Alessandra Nolasco.
Não justifica a compra de peças clandestinas, mas é compreensível o porquê de muitos optarem por esse caminho. Mas, nem todos têm acesso à informação. E infelizmente vai ter gente comprando produtos falsificados.
Para evitar utilizar produtos falsificados é preciso, não somente, prestar atenção nas informações das embalagens, mas também, na consistência, textura e cheiro dos produtos. Também é preciso pesquisar bem antes de fazer as compras, é imprescindível que sejam locais de confiança. Com isso, você terá a certeza que o seu dinheiro não está indo para trabalhos criminosos.
Por fim, a esteticista dá uma dica aos consumidores e afirma que uma das melhores formas para evitar usar produtos falsificados ou sem procedência, é imaginar como sua pele vai estar daqui há alguns anos, avaliando se o produto barato poderia sair caro no futuro.
“Minha dica é fazer com que o consumidor se olhe daqui há alguns anos. Como você gostaria de estar, será que o barato gera tantos benefícios assim? Procure redes seguras, saiba mais sobre o seu tipo de pele e os cosméticos que podem ser utilizados. Gerar a reflexão de que é melhor ter um investimento hoje com qualidade, do que amanhã com remédios e tratamentos que em alguns casos são irreversíveis os danos", finalizou.