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07/06/2022 às 13h00min - Atualizada em 07/06/2022 às 13h00min

Varíola dos macacos afeta diversos países e intriga especialistas

Surgimento de novos casos deixa organizações e autoridades em alerta; Brasil estuda ocorrências suspeitas

Grazielli Fraga - Editado por Eduardo V. Schmitt
Créditos: Brian Mahy, US Centers for Disease Control and Prevention/Reprodução: Poder360


Enquanto o mundo ainda combate a transmissão e efeitos da pandemia do Covid-19, diferentes países confirmam casos de uma nova doença também transmitida por vírus. Ocorrências da varíola dos macacos, uma zoonose endêmica em regiões florestais da África Central e Ocidental, têm sido observadas em países não-endêmicos desde a segunda semana de maio pela OMS.

De acordo com dados da Our World in Datamais de 900 casos da doença já foram confirmados até o dia 4 de junho em países da Europa e América do Norte, locais que não tinham o histórico de transmissão elevada do vírus. No entanto, as autoridades esperam que o número aumente cada vez mais.

Clarissa Damaso, professora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) relata que sintomas como febre, dores musculares, dores de cabeça e fadiga aparecem após 14 dias de incubação do vírus. Após esse período, as lesões na pele, características da doença, podem aparecer.

De forma geral, a varíola dos macacos, chamada de monkeypox em inglês, é transmitida através do contato com gotículas contaminadas de um ser humano ou animal, além das lesões cutâneas e dos materiais utilizados pela pessoa contaminada. O período de incubação padrão é de 6 a 13 dias, porém, há a possibilidade de se estender por 21 dias, o que leva autoridades a recomendarem o isolamento de pessoas infectadas em até três semanas.



Reprodução: Poder360

Originária de colônias animais, a doença foi descoberta em 1958, e doze anos depois, em 1970, houve o primeiro caso humano registrado, em uma criança da República Democrática do Congo.
Vale lembrar que outras ocorrências da doença já foram observadas em outros países, no entanto, o surto estudado atualmente se diferencia aos olhos das autoridades de saúde.


No Brasil, a Anvisa reforçou a necessidade do uso de máscaras e medidas como distanciamento físico e higienização das mãos em aeroportos e aeronaves para retardar o contágio do vírus no país. No último sábado, 4, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, relatou em uma rede social a existência de seis casos suspeitos da monkeypox, com dois deles notificados em Rondônia, além de pacientes em Mato Grosso do Sul, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Todos os indivíduos estão sob isolamento para monitoramento.
 

Segundo informações da OMS, os casos têm sido identificados, na sua maioria mas não exclusivamente, entre homens que tiveram relações sexuais com outros homens. Além desse fator, grande parte das ocorrências não têm ligações com viagens em locais onde a varíola de macacos é uma das doenças endêmicas, o que, para especialistas, é muito incomum. 
 

Vacina


A vacina utilizada para combater a varíola humana é altamente eficaz para o vírus atual e pode ser utilizada em larga escala em pessoas que entraram em contato com casos suspeitos ou confirmados, afirma Clarissa Damaso. Países como França, Alemanha, Dinamarca e EUA já encomendaram doses produzidas pela Bavarian Nordic.

Assim, organizações mundiais alertam que a doença pode ser controlada e não tem o mesmo nível de transmissão que o SARS-COVID-19, responsável pela pandemia atual. Tal posicionamento também é defendido por Rosamund Lewis, chefe das investigações no Programa de Emergências de Saúde da OMS, que afirma que a equipe “não têm preocupações sobre uma pandemia global”.

 


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