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29/06/2022 às 16h02min - Atualizada em 29/06/2022 às 16h02min

20 anos após o Penta, Seleção sofre para voltar ao topo do mundo 

Nesse período, Brasil ganhou duas Olímpiada e três Copa das Confederações, mas não superou europeu no mata-mata do mundial de seleções 

Paulo Octávio
Último beijo: Cafu declara amor a esposa, ao Jardim Irene e levanta a taça do mundo. Foto: Getty Images
Até o dia 2 de junho de 2002 (estreia do Brasil na Copa), o futebol brasileiro parecia estar no fundo do poço. 
  
A seleção tinha sofrido sua pior derrota em Mundiais de seleções (3 a 0 para França) justo na final de 1998. Posteriormente, a equipe foi eliminada de forma vexatória por Camarões nas quartas de final das Olimpíadas de 2000. Esse resultado forçou a demissão do técnico Luxemburgo. E o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tinha sido investigado por CPI´s que não deram em nada. 
  
Outros vexames viriam. A eliminação para Honduras na Copa América, e a vaga para Copa do Mundo só foi confirmada no último jogo das Eliminatórias, uma vitória fácil contra Venezuela
  
Ronaldo, maior craque da geração, sofreu para voltar aos gramados. Após ser pivô da polêmica na final, operou o joelho em 1999 e ficou cinco meses parado. Depois, em 12 de abril de 2000 sofrera uma séria lesão no joelho e muitos diriam que ele estava acabado para o futebol. Retornou em 19 de agosto de 2001 em um amistoso. Seu médico dizia que seria improvável que ele pudesse voltar a ter o antigo estilo de jogo. 
  
E em meio a tantos problemas, a conquista contra Alemanha 28 dias depois aliviou todos esses dramas: fez (re)nascer o fenômeno, consagrar o técnico Felipão -- que foi contratado no final das Eliminatórias -- e a CBF se reaproximar do “rival” FHC. Teixeira esqueceu as investigações (que o governo não impediu como ele queria) e atendeu o pedido do então presidente de fazer uma festa em Brasília. Na celebração, Vampeta deu as famosas cambalhotas na rampa do planalto.  




Gol do Ronaldo com narração  e 'poema' do José Silvério. Silvério, que narrou 11 finais de Copa no estádio, foi um dos únicos radialistas brasileiros em Yokohama. Com medo de um fracasso da seleção, rádio Jovem Pan não comprou os direitos do Mundial e escalou Romário como comentarista para reagir aos jogos, e TV Globo temeu derrota na audiência por causa dos jogos de madrugada. Canal: Ferasdoradio
  
E a final eletrizante do campeonato brasileiro daquele ano, que revelou Robinho, parecia ser indicio de uma nova era no futebol.  
  
Mas de lá para cá o país continuou dominante na América. Venceu  três Copas América, três Copa das Confederações e duas Olímpiadas. Mas não voltou a final de uma Copa.  
  
Era favorita em 2006, porém não conseguiu engrenar e parou na quartas de final contra a França. Dias depois, a Folha descobriu que Ronaldinho Gaúcho e outros saíram do jogo e foram para balada. Em 2010, os comandados de Dunga fizeram um bom primeiro tempo contra Holanda, mas explosão de Felipe Melo e cabeceio certeiro de Sneijder após escanteio colocaram tudo a perder. Em 2014 aconteceu a hecatombe no Mineirão e resumiu a bagunça que o Brasil virou. 
  
A escolha do país como sede da Copa e o excessivo dinheiro para construção de estádios foram um dos vários motes dos protestos de junho de 2013, em meio a Copa das Confederações. Muitos bradavam o “não vai ter Copa”.   
  
E em 2018, o time  teve uma campanha instável na primeira fase, superou o México nas oitavas e parou na “melhor geração belga” da história. 
  
E nesses 20 anos, só três clubes conseguiram vencer europeus em torneios oficiais. O São Paulo (2005), Internacional (2006) e Corinthians (2012). Depois aconteceu o que ninguém previa, equipes foram eliminadas no primeiro mata-mata do campeonato: Internacional (2010), Atlético MG (2013) e Palmeiras (2020). Depois quem passou pela semi ficou com o vice: Santos (2011), Grêmio (2017), Flamengo (2019) e Palmeiras (2021).

Curioso é que desde que o Mundial saiu de Yokohama (35 KM de Tóquio), palco do penta, nunca mais uma equipe brasileira venceu. Nesse mesmo estádio, Ronaldo, com Real Madrid, venceu o Olímpia pelo torneio Interclubes da FIFA seis meses depois do penta e conquistou seu bi particular.
  
Até mesmo a seleção feminina sofre. Não conseguiu o sonhado título olímpico e nem da Copa. Mesmo assim, o país é o maior campeão da Libertadores e um campeão mundial: o São José (2014). Hoje equipe paulista corre risco de rebaixamento no torneio nacional. 
  
Em 2015, a  Fifa foi investigada por corrupção. Esse escândalo causou um furacão na CBF que abateu Ricardo Teixeira, Marco Polo del Nero e José Maria Marin.  Todos eles foram investigados e banidos do futebol. Já Rogerio Caboclo caiu após ser denunciado por abuso sexual.  
  
Mesmo com tantos problemas, pela primeira vez desde 1986, um técnico vai comandar a seleção em dois mundiais seguidos. Antes Telê Santana esteve à frente do time em 1982 e 1986. 
  
E Tite sofreu para continuar no cargo. Caboclo se sentiu traído por não ter apoio em meio a acusação de assédio e quis demitir o treinador. E quando o Brasil perdeu a Copa América para a Argentina pediram a troca por Jorge Jesus ou Guardiola. Mas o gaúcho se manteve no cargo. 
  
Agora a Copa de 2022 , a primeira no Oriente Médio, pode ser a chance de o Brasil voltar a senda de vitórias ou de repetir o tempo do maior jejum de títulos mundiais (24 anos). se não vencer, terá a oportunidade de faturar o hexa nos EUA, país em que conquistou o tetra. 
 

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