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14/07/2019 às 11h45min - Atualizada em 14/07/2019 às 11h45min

O que a ciência diz sobre viagem no tempo

Em teoria, uma das formas de se viajar no tempo seria pelos chamados “buracos de minhoca”

Isabelle Miranda - Editado por Thalia Oliveira
Revista Galileu
A ideia de viajar no tempo sempre foi muito explorada nos filmes e séries de ficção, por meio do uso de objetos como naves, portais, cabines ou até mesmo carros. No entanto, na vida real a viagem no tempo é algo muito teorizado pelos cientistas, mas sem nenhum resultado comprovado.

Em teoria, uma das formas de se viajar no tempo seria pelos chamados “buracos de minhoca”, teorizada pela primeira vez por Albert Einstein com a formulação de sua teoria geral da relatividade. Nela, o cientista comprova que nada pode ser mais rápido que a velocidade da luz e se o homem pudesse chegar nessa velocidade, ele poderia viajar no tempo. Einstein ainda relatou que o “espaço-tempo” se curva na presença de massa, permitindo a possibilidade de buracos de minhoca.

Stephen Hawking, em um dos seus últimos trabalhos publicado em um livro póstumo chamado “Brief Answers To The Big Questions” (Breves respostas para grandes perguntas), defendeu que seria possível viajar no tempo. Para que isso se torne realidade, seria necessário atravessar um buraco de minhoca, uma espécie de túnel que une pontos distantes no espaço, ou mesmo dois universos, através de uma curvatura espaço-temporal. Em teoria, esse túnel poderia ser atravessado de um ponto no espaço para o outro sem realmente percorrer a distância entre eles. Embora sua existência nunca tenha sido realmente comprovada, os físicos teóricos lançaram a hipótese de que eles poderiam atuar como portais para o futuro e o passado ou ligar duas regiões distante do espaço.

Em uma pesquisa recente, um grupo de cientistas estudaram sobre as chances de algo como viajar por um buraco de minhoca ser possível e a conclusão é negativa. “Para buracos de minhoca serem atravessáveis e não entrarem em colapso por causa dos efeitos gravitacionais, a força de repulsão no buraco de minhoca deveria ser extremamente alta”, diz Roman Konoplya. Ou seja, alguma força precisaria segurar a estrutura do “buraco”, impedindo que ele colapse.

As sugestões dadas pelos físicos teóricos para essa força de repulsão são: concentração de energia escura ou flutuações de vácuo nos campos quânticos nos arredores do buraco de minhoca. Em ambos os casos, no entanto, dependem de variáveis que, segundo pesquisadores, tendem mais para o otimismo que para uma realidade palpável.

Em 2011, cientistas gregos e alemães descobriram, por meio de cálculos que a repulsão é possível simplesmente como resultado de correções quânticas da teoria de Einstein, motivada pela Teoria das Cordas na aproximação de baixa energia. Se um buraco de minhoca se mostrar estável diante de pequenas flutuações de tempo e espaço, seria possível elaborar um modelo, inspirado nas teorias das cordas, que possibilitaria a viagem no tempo.

Todavia, o novo estudo defende que essa estabilidade seria impossível, “alguns estudos preliminares de colegas estrangeiros pareciam indicar a possibilidade de tal estabilidade, no entanto, confirmamos que um buraco de minhoca, de acordo com a teoria de Einstein, é criticamente instável”, escreveu Konoplya. E um sistema instável não teria uma vida muito longa dentro da mecânica do Universo, Konoplya completa: “Infelizmente, esses resultados significam que ainda não temos um modelo de buraco de minhoca teoricamente consistente sem suposições exóticas”.

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