A posse do novo reinado está marcada para Março em Londres, e o próximo na linha sucessória é o príncipe Charles III, que assumirá o posto com um desafio de conquistar o povo britânico e estabelecer a paz e normalidade dentro da Monarquia.
Após o falecimento da Rainha Elizabeth II aos 96 anos no castelo de Windsor em setembro de 2022, um novo Rei deveria assumir o posto prontamente. Elizabeth II estava no cargo há 70 anos, e se tornou a rainha mais longeva a permanecer no trono.
Diante dos fatos, o próximo na linha sucessória é o filho mais velho da rainha: Charles III. Apesar de assumir o trono imediatamente, a coroação ocorrerá 8 meses depois. Isto também aconteceu com Elizabeth II, que foi coroada 1 ano após ser declarada como Rainha.
Charles assumirá o trono com diversos desafios a serem enfrentados, um deles é conquistar o povo britânico, visto que não possui o mesmo carisma e boa articulação política de sua mãe. Outro desafio gigantesco será o de estabelecer a normalidade dentro do governo devido às trocas constantes de Primeiros-Ministros de Estado. O novo rei deverá também trabalhar com mais profundidade nas relações políticas e comerciais entre a Inglaterra e o mundo, em conjunto com o Primeiro-Ministro Atual, Rishi Sunak.
A cerimônia ocorrerá na Abadia de Westminster, em Londres, anunciou o Palácio de Buckingham e receberá diversos convidados como chefes de estado, executivos mundiais, artistas e celebridades que possuem relação com a monarquia. Entre os presentes estará o presidente Lula e sua comitiva, pois é de interesse do governo brasileiro as boas relações com o governo britânico.
Diante do novo reinado, especulações surgiram sobre a escolha de Charles ou seu filho William para assumir o trono, e a explicação é simples. Segundo o Professor e Dr. Renato de Almeida Vieira e Silva, especialista em realeza britânica, a sucessão no Reino Unido é definida por hereditariedade, assumindo o trono o filho ou a filha mais velha, e na falta desses, aquele(a) que vem na ordem de nascimento.
Assim, Charles lll assumiu o trono no lugar de sua mãe e no momento oportuno, Willian, príncipe de Gales, assumirá a posição em razão da morte do pai.
“A renúncia de um rei é considerada rara na tradição britânica e é considerada traumática e de difícil aceitação pela opinião pública. Pode ocorrer sim, em razão de eventual impedimento do ocupante do trono ou , a seu desejo, tal como aconteceu com Eduardo VIII, tio de Elizabeth ll, que abriu a sucessão para Jorge VI, seu irmão, e que foi sucedido pela Rainha, após sua morte por causa de enfermidade.’’ afirma ele.
Para o professor, é claro que a popularidade de Willian e Kate hoje é grande, e as pesquisas de opinião poderiam indicá-los ao trono, mas não é assim que as coisas funcionam.
Ele também destaca que Charles III possui uma boa relação com o povo britânico, pois foi preparado para a sucessão de sua mãe e que pode não gozar de alto índice de popularidade, mas conseguiu superar as dificuldades que a longa espera impôs na sua formação e história de vida. Ressalta também que os eventos mais difíceis de sua trajetória foram a separação de Diana e sua morte na sequência. Após 15 anos oficialmente juntos, Charles casou-se com Camilla. Para o professor, é provavelmente o soberano mais bem preparado ao longo da história britânica.
Ainda de acordo com o professor, a monarquia britânica não está enfraquecida. Após um reinado de mais de 70 anos e com uma biografia impecável, é evidente que Elizabeth II deixou um legado único na história da monarquia. Pesquisas recentes indicam que a popularidade e aceitação de Charles vêm crescendo, o que mostra que a força da monarquia é bem elevada , do ponto de vista simbólico e institucional. Afinal, ele é chefe de estado do Reino Unido e mais 15 países.
O especialista afirma que a relação do Brasil com a família real britânica sempre foi muito cordial, com visitas frequentes de seus membros ao nosso país em diferentes ocasiões. O fato de Charles lll ser patrono de causas ambientais pode aumentar esse intercâmbio, sobretudo nas questões da Amazônia. Ainda segundo o especialista:
“A Inglaterra esteve presente em muitos momentos da história do Brasil, especialmente desde a vinda de D. João VI, cuja comitiva foi escoltada por navios britânicos, após a invasão francesa de Portugal, pelos exércitos de Napoleão. De lá para cá, muitas empresas se estabeleceram no país e investimentos britânicos foram realizados. A tendência é de crescente interesse entre os dois países’’.