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29/07/2019 às 08h58min - Atualizada em 29/07/2019 às 08h58min

Memes

A nova linguagem que virou profissão e recurso publicitário

Jonathan Fernandes
Divulgação / Diogo Paródias
Em 2018 a Bruna Marquezine, de férias em Fernando de Noronha, apenas publicou uma foto com uma legenda de nove letras e “simplesmente” revolucionou a internet. A #Noronhe-se, usada por ela, se manteve nos assuntos mais comentados do Twitter por horas seguidas, fazendo com que vários memes surgissem. Virou moda conjugar substantivos. Em fevereiro deste ano o meme ganhou um sentido diferente, após um suposto ex funcionário da TV Globo trazer à tona supostos casos de orgias entre atores e atrizes em Fernando de Noronha e até mesmo no Projac. Após os nomes dos artistas serem envolvidos, o meme ganhou mais força, sendo usado até por empresas em suas campanhas de publicidade.


Bruna Marquezine / Perfil oficial

Bruna Marquezine / Perfil oficial


 
A vida como ela é
Assim os memes são definidos pelo Bruno, criador do Rodnei Gifs e dos melhores gifs que a internet já viu. Tudo começou de forma espontânea, Bruno, que a pouco tempo revelou a verdadeira identidade por não querer mais estar por trás de um personagem, conta que se interessou por legendar gifs ao ver os que faziam da Glória Maria. “Sempre me divertia muito com os gifs que legendavam da Glória Maria, mas tinha vontade de expressar minhas próprias ideias. Aí aprendi a legendar por um tutorial do YouTube e o que era para ser uma brincadeira, tomou uma grande proporção”. Já sobre o personagem, diz. “Ele surgiu antes dos gifs. Criei uma conta do Twitter para postar coisas engraçadas, e achei que ficaria mais interessante um personagem do que uma pessoa comum”.

Com o tempo o reconhecimento veio. “Fiquei muito feliz quando a própria Gretchen postou o meu gif”. E hoje, além de Simone e Simaria, a rainha do rebolado e dos memes, Gretchen, o segue no @RodneiGif, no Instagram. Apesar de usar esse personagem apenas para entreter, Bruno já recebeu propostas para fazer parcerias, vender seu personagem e criar gifs para empresas.
 
A paixão virou profissão
Diogo Bellau, 24, conhecido como Diogo Paródias, é fã de dublagens desde a infância e em especial, fã de dublagens brasileiras. Aos 10 anos de idade entrou num fórum de fã-dublagem, onde os integrantes redublavam filmes e cenas de desenhos animados; ficando cerca de um ano no grupo. “Lá não dava muito certo por conta do meu sotaque [nordestino]. Então eu pensei da seguinte forma. ‘Vou fazer dublagem, porém trazendo para o humor, interpretando do meu jeito, fazendo o que eu quiser’”. Foi então que no ano de 2008, ele criou o primeiro canal de dublagem de artistas internacionais no Brasil. Atualmente o canal também dubla artistas nacionais e as falas mais famosas dos personagens, são as das sátiras envolvendo as polêmicas que as celebridades se envolveram no mundo real. Celebridades como Pabllo Vittar, Claudia Leitte, Juliana Paes, Anitta e Ally Brooke (Fifth Harmony) já reconheceram o trabalho do Diogo.

Divulgação / Diogo Paródias

Divulgação / Diogo Paródias



Hoje, com mais de 1 milhão de inscritos e cerca de 190 milhões de visualizações, o canal virou o trabalho do Diogo, e além disso, ele também faz dublagens por encomenda, atualmente para a TNT. Ele reforça que o principal intuito é alegrar seu público. “A minha meta é sempre fazer rir, sempre fazer as pessoas se divertirem. Algumas pessoas podem pensar que faço tudo isso por dinheiro, mas não é a questão. Lógico é o meu trabalho, mas por sete anos eu fiz paródias sem ganhar nada, só porque eu gostava de fazer, gostava de ver o que as pessoas achavam, gostava das mensagens das pessoas dizendo que se divertiram. Isso pra mim não tem tamanho, eu sempre gostei de fazer as pessoas se divertirem e fazer isso em escala nacional é perfeito”.
 
É fundamental, mas cuidado
As redes sociais nasceram como canais de relacionamento interpessoal, mas de acordo com o jornalista e especialista em marketing digital, Almir Rizzatto, com o tempo elas também se tornaram aliadas das empresas. As redes sociais acabaram virando um ótimo canal para as empresas se relacionarem com pessoas, e hoje, cada vez mais, existe essa relação íntima entre os clientes e as empresas”. Ele ainda fala que essa relação com o cliente, não depende do tamanho da empresa. “Independente do seu porte, mesmo uma microempresa, uma pessoa que eventualmente, por exemplo, resolva fazer bolos em casa e vender, ela precisa de redes sociais pra divulgar o seu trabalho, ela precisa da internet pra vender e propagar o seu trabalho”.

Vemos com frequência prints de conversas entre empresas e clientes engraçadinhas ou, às vezes, grosseiras circulando pelas redes. Dependendo do ramo da empresa esse tipo de linguagem não é interessante, alerta o especialista. “O meme cabe em determinadas situações, quando se fala em marca, eles devem ser usados com moderação e só para que aquelas que têm uma pegada mais informal. Pra usá-los, têm que identificar muito bem o público da sua empresa, porquê a fala acaba soando infantil, com uma linguagem não adequada e não condizente com seu público”. Vale lembrar. “Os memes têm uma pegada muito mais de entretenimento, de diversão, do que de outra coisa”.
 
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